Via blog do Noblat
17.02.2013
Vinicius Sassine, O Globo
Num buraco ao lado de uma criação de porcos, da tubulação de esgoto e do
resto da comida servida na Casa de Detenção (Cadet), Cola na Cola passa as
noites e cumpre sua pena. José Antônio dos Santos não admite mais ser chamado
pelo nome, refuta pai e mãe, veste-se com roupas femininas e se considera
mulher. Só atende pela alcunha Cola na Cola, uma expressão que ninguém sabe
explicar de onde surgiu.
— Fui eu que mandei fazer essa cadeia. E não estou preso. Fico aqui pelo
chamado para acabar com a corrupção — diz ele.
O Estado nunca diagnosticou seu transtorno mental. Nos últimos dois anos, ele
não aderiu a qualquer tratamento psiquiátrico, não tomou uma única medicação nem
esteve numa consulta médica. O buraco onde mora está na entrada do presídio, na
parte de dentro, onde ficam os porcos, as galinhas e o lixo.
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