Via Agência USP de Notícias
Por Bruna Romão - bruna.romao.silva@usp.br
15.03.2013
Pesquisa realizada em um grupo de 35 adolescentes do sexo feminino
com anorexia nervosa e transtorno alimentar não especificado (TANE) –
que não se incluem completamente nos grupos da bulimia e anorexia –
mostra que, após um ano de tratamento, não houve melhoras no quadro de
perda de densidade óssea (conteúdo mineral presente no esqueleto) das
pacientes. “Mesmo as meninas recuperando peso e voltando a se alimentar
de forma adequada, a sua massa óssea não foi recuperada”, esclarece a
autora do estudo, a endócrino pediatra Mariana Moraes Xavier, autora de
uma tese de doutorado sobre o tema na Faculdade de Medicina da USP
(FMUSP).
“Estudos de perspectivas mais longas com mulheres adultas mostram que
se o transtorno alimentar começa em uma idade jovem, elas têm maior
chance de sofrer fraturas espontâneas na vida adulta”, comenta Mariana. É
no fim da adolescência e começo da vida adulta que ocorre o pico da
massa óssea no corpo, isto é, esta é a época em que acontece a maior
parte da formação e calcificação dos ossos no corpo humano.
A pesquisadora continua: “Qualquer distúrbio alimentar que cause
desnutrição nessa faixa etária compromete a massa óssea para a vida
toda”. No entanto, Mariana diz que há tanto estudos que apontam para a
irreversibilidade da perda de densidade óssea, quanto outros que mostram
o contrário: com um período maior de observação, combinado ao bom
tratamento nutricional e diagnóstico precoce da doença, a recuperação da
massa óssea poderia ser possível. Continua!