Via blog do Noblat
30.08.2013
Nelson Motta, O Globo
“Não acredito”, bradou aos céus o deputado Natan Donadon, caindo de joelhos
em patética pantomima, quando viu no placar da Câmara 131 votos a favor, 41
abstenções e 108 bem-vindas ausências, que mantinham o seu mandato e o
consagravam como o primeiro deputado-presidiário da nossa história. Que ronco
das ruas que nada, eles não ouvem e não têm medo, e mais uma vez votaram, ou
fugiram, em causa própria, porque também acumulam processos na Justiça e podem
ser o Donadon de amanhã.
“Não a-cre-di-to” digo eu, dizemos nós, diante da cena inacreditável, mas
quando se trata dos 300 picaretas que Luiz Inácio falou deve-se acreditar em
tudo, porque de tudo eles são capazes. Nunca na história deste país houve um
deputado-detento, mas Lula agora diz que fica puto quando falam mal de
políticos.
Zoologicamente é fácil identificá-los: andam em bandos, têm pelagem acaju,
negro graúna ou raposa prateada, alimentam-se de verbas públicas e são pacíficos
e afáveis, condição necessária para seus golpes e tramoias, mas quando ameaçados
podem se tornar hostis e violentos em defesa dos privilégios e impunidades do
bando. Seu habitat natural é a Câmara dos Deputados. CONTINUA!