Por André Ferretti
14.11.2013
Esfria o tempo em Varsóvia no dia em que Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente do Brasil, anunciou em Brasília (DF) um aumento de 28% nas taxas de desmatamento da Amazônia. Esse valor equivale a cerca de 584 mil hectares suprimidos, 127 mil a mais que no período anterior.
O Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), lançado pelo Observatório do Clima há exatamente uma semana, em 08 de novembro, aponta que em 2012 o desmatamento da Amazônia gerou a emissão de 252,7 milhões de CO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente). Fazendo um paralelo entre os dados do SEEG e os dados do aumento do desmatamento, apresentados hoje pela ministra Izabella, estima-se que as emissões da Amazônia, de janeiro a dezembro de 2013, serão de aproximadamente 323, 4 milhões de CO2e. Assim, a previsão é que haverá um aumento de emissões, por mudanças de uso do solo, também de cerca de 28% - o equivalente a 70,8 milhões de toneladas de CO2e em um único ano.
No Brasil, além de contribuir para as mudanças climáticas, o aumento no desmatamento da Amazônia gera perda direta de biodiversidade nas áreas afetadas, que são convertidas em outros usos. No mundo, estima-se que o desmatamento seja responsável por cerca de 10% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE). É importante destacar que as mudanças climáticas provocadas por eles são consideradas uma das três maiores causas globais de perda de biodiversidade. Continua.