Trecho da introdução do artigo
Circunstâncias que envolvem o suicídio de pessoas idosas
Por SOUSA, Girliani Silva de et al.
"O crescimento da população idosa é um dos fenômenos mais
notórios em todo o mundo, trazendo consigo repercussões culturais, sociais e
políticas1,2. O Brasil é um país que envelhece velozmente: a cada
ano, seiscentos e cinquenta mil novos idosos são incorporados à população
brasileira2. As projeções para o ano 2020 estimam 32 milhões, o que
situará o Brasil na sexta posição mundial em número de idosos3.
Quando alcançam a terceira idade, é importante que as
pessoas possam conviver melhor consigo mesmas e com os outros, integrando
positivamente as limitações fisiológicas próprias do envelhecimento, as
mudanças na sua visão de mundo e os modos de viver os inter-relacionamentos familiares
e sociais, conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde4. Com
efeito, envelhecer é um processo e, nessa organização interna e externa, alguns
idosos podem expressar dificuldades que se prolongam, cristalizam e podem
evoluir para estados depressivos ou, mesmo, depressão.
A depressão, como transtorno mental, e outros agravos
afetivos, ocasionam potenciais fragilidades e constituem significativos fatores
de risco para o suicídio de idosos1,5,6, uma vez que interferem nos
laços sociais e sua ruptura, sobretudo no caso de personalidades rígidas,
ansiosas e obsessivas7.
O suicídio de idosos é um fenômeno estudado pela literatura
internacional8 como grave problema de saúde pública4,8. Pesquisa realizada
pelo Multicentre Study of Suicidal Behaviour (WHO/EURO)9, em 13 países
europeus, mostra que as taxas médias de morte por autoviolência, entre pessoas
de mais de 65 anos nessas sociedades, chega a 29.3/100.000. Nessa direção,
novos trabalhos de aprofundamento do tema são necessários, quando contribuem
para a elaboração de planos de ação voltados ao cuidado integral com o idoso10,11. "Veja o artigo completo