boletim eletrônico diário da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
Via EcoDebate
19.05.2015
O organismo humano conta com um sistema capaz de proteger nosso corpo da ação de radicais livres, que são moléculas produzidas durante o processo de respiração aeróbica, ou no metabolismo de substâncias químicas, e que podem causar danos celulares. O excesso de produção dessas moléculas causa o estresse oxidativo: um desequilíbrio estre espécies oxidantes e antioxidantes. As consequências desse desequilíbrio têm diversos efeitos, desde o envelhecimento precoce até a manifestação de certos tipos de câncer. Uma pesquisa da ENSP sobre a exposição humana ao mercúrio (Hg) apontou que populações ribeirinhas com dietas ricas em peixe estão sob maior risco de exposição à essa substância química tóxica, que está associada ao processo de estresse oxidativo.
O estudo analisou crianças e adolescentes em três comunidades em Rondônia, na área de influência do rio Madeira, e os biomarcadores de exposição em ribeirinhos se mostraram elevados, o que representa maior risco de alterações no desenvolvimento cognitivos dessas crianças e adolescentes. O Hg na região amazônica é um problema ambiental que pode influenciar a saúde dos habitantes da localidade. Seja de origem natural ou passivo dos garimpos de ouro das últimas décadas, ele deve ser monitorado, permitindo um acompanhamento dos níveis no ambiente e na saúde da população.