Agência Fiocruz de Notícias
André Costa
19.01.2016
Características do ambiente têm papel relevante no desenvolvimento da obesidade, uma vez que podem influenciar hábitos de vida saudáveis ou não saudáveis. O consumo alimentar e a atividade física, principais causas a determinar se uma pessoa estará ou não com excesso de peso, são originados também por fatores como renda, escolaridade e sexo. Com o objetivo de investigar determinantes sociais relacionadas à obesidade, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh) e da Fiocruz Minas desenvolveram o estudo Excesso de peso em homens e mulheres residentes em área urbana: fatores individuais e contexto socioeconômico.
Publicado na revista científica Cadernos de Saúde Pública (volume 31, suplemento 2015), periódico editado pela Fiocruz, o estudo avaliou 2.936 pessoas com idades entre 20 e 60 anos residentes em Oeste e Barreiro, distritos sanitários de Belo Horizonte. Os distritos foram escolhidos por representarem as desigualdades da capital mineira referentes a indicadores demográficos, socioeconômicos e de saúde.
A pesquisa, que integra uma investigação denominada Saúde em Beagá, constatou a prevalência de excesso de peso em 52,3% dos casos analisados. O percentual foi semelhante entre homens e mulheres: respectivamente, 52,9% e 51,8%. Para entender por que mais da metade da população belo-horizontina está acima do peso, foram analisados fatores como idade, situação conjugal, escolaridade, renda familiar e hábitos alimentares.
Em relação à idade, tanto mulheres quanto homens tendem a ganhar peso no período entre os 30 e os 39 anos. Dos 20 aos 29, apenas 31,2% das mulheres e 38,2% dos homens são obesos. Na década seguinte, ocorre um grande salto, quanto o percentual de mulheres acima do peso aumenta para 54,4% e o de homens para 58,5%. Índices análogos são mantidos a estes na década seguinte, e voltam a aumentar na casa entre 50 e 60 anos, quando 69,3% das mulheres e 66,8% dos homens estão obesos. Quanto à situação conjugal, o comprometimento engorda: 57,4% das mulheres com parceiro e 61,6% dos homens comprometidos estão acima do peso, em oposição, respectivamente, a 45,3% e 42,6% dos solteiros.
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