Carol Torres
22.01.2016
Olá,
Saindo de uma primeira entrevista com um paciente eu sempre sinto uma sensação muito especial de poder ter acesso as fragilidades maiores de alguém. Essa sensação, por mais que a situação possa ser considerada como corriqueira em nossa profissão, não me abandona.
Nunca deixo de me emocionar, nem de me sentir de alguma forma privilegiada por ter sido escolhida por alguém para compartilhar esse segredo, essa intimidade mais profunda que é a dor dele.
Sempre saio um pouco inerte e anestesiada com a sensação de
quase não respirar pela delicadeza que se faz necessária ao escutar pela
primeira vez sobre esse lugar tão machucado, tão dolorido, tão escondido até do
próprio paciente para si mesmo que é o
que costuma vir a tona numa primeira sessão.
As coisas que são ditas ali que podem parecer banais para
muitos, para nós ali são matéria prima de reflexão e base para um mergulho
profundo que será feito pelo paciente e onde nós terapeutas vamos junto, no
minimo como um corrimão a apoiá-lo no processo e no máximo como um colete salva
vidas em casos de emergência.