segunda-feira, 2 de junho de 2025

Aquecimento global amplifica ondas de calor, que podem assolar cidades brasileiras até 15 vezes ao ano

Revista Pesquisa FAPESP
Marcos Pivetta
Edição 350 abr 2025

Esse tipo de evento extremo tem se tornado mais frequente, intenso e duradouro nas últimas décadas

As ondas de calor estão se tornando mais frequentes, mais intensas e mais duradouras. É assim em praticamente todo o mundo e a América do Sul e o Brasil não são exceção. Artigo publicado em fevereiro deste ano na revista Frontiers in Climate produziu uma série de indicadores que dão uma medida da escalada desse tipo de evento extremo no Brasil, Paraguai, nordeste da Argentina e sul da Bolívia. A partir de dados dos serviços meteorológicos nacionais, os pesquisadores calcularam a incidência, a potência e a duração das ondas de calor em 10 cidades, cinco delas do Brasil (Manaus, Rio Branco, Brasília, Cuiabá e São Paulo), no período entre 1979 e 2023. Em todas as localidades, esse tipo de evento apresentou viés de alta em 2023, o segundo ano mais quente no planeta desde meados do século XIX, período considerado como representativo da era pré-industrial. Por dias, as temperaturas atingiram picos entre 35 graus Celsius (ºC) e 40 ºC.