Poucas coisas nos dilaceram tanto a alma quanto as catástrofes que devastam cidades e vidas, expondo a miséria humana e nossa fragilidade diante dos fenômenos da natureza.
Se por um lado essas tragédias revelam que a humanidade ainda não se perdeu de todo e é capaz de se unir em correntes solidárias, por outro demonstram uma das faces mais sórdidas do poder: o uso político, sem qualquer pudor, do sofrimento alheio.
Seja na destruição do Haiti, onde milhares morreram e outros tantos milhões vagam perdidos sem teto, alimento, água ou esperança, seja nos mortos e desabrigados brasileiros depois das chuvas que castigaram e ainda castigam o país, todos, sem exceção, sempre viram moeda política.
E não há qualquer escrúpulo em usá-las.
No Haiti - há mais de dois séculos condenado à sua própria sorte – disputa-se até o nome do plano de salvação.
O governo brasileiro, no afã de promover a liderança do presidente Lula no cenário internacional, finca bandeiras no solo, tenta se rivalizar com os Estados Unidos, bate no peito e diz que o Plano Lula é a solução, embora ninguém saiba o que vem a ser o tal plano.
Por sua vez, os EUA de Barack Obama enxergam naquela terra arrasada uma chance de redenção diante dos males que imputaram ao mundo.
Não economizam recursos e discursos. Cada pedacinho do mundo – até os envergonhados franceses que exploravam a então colônia haitiana - reivindica sua cota de poder na reconstrução.
São demonstrações cruéis que apequenam todas as nações.
Enquanto isso, haitianos em absoluto flagelo veem os dias passarem sem que algum plano, nem mesmo de emergência, saia da lábia para a prática.
Sabe-se apenas que pouco mais de 25% do dinheiro prometido chegou. Não há estratégia definida para a distribuição de congêneres, feita aleatoriamente em absoluta desordem. Quem chega primeiro come e os demais ficam a olhar bandeiras.
No Haiti como aqui. Continua
domingo, 31 de janeiro de 2010
Um pouco de pudor, senhores
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Mãe conta em livro como o pai de seu filho abusava dele sexualmente
Imagine um dia você conversando com seu filho de dois anos e poucos meses quando, de repente, ele lhe revela que o pai dele faz uma brincadeira de “mágica” para bolinar o seu corpinho. Imagine seu pequeno e amado filho reclamando de que o papai está fazendo. “Doeu meu bumbum, mami”, disse a criança. Essa é uma história real, chocante, de uma advogada paulistana de classe média que conta as amarguras dos abusos sexuais cometidos pelo pai de sua criança no livro Uma chance para Lucas – a história de um crime hediondo (ed. da Praça), que acaba de ser lançado no país. A autora Paula Belmanto trocou o seu nome, de seu filho e das pessoas envolvidas, assim como as cidades e datas para preservar a integridade de “Lucas”.
Foram seis longos anos de batalha judicial para destituir o poder paterno. Durante esse período, Paula ainda sofreu um processo de calúnia do pai da criança e teve que suportar oito meses de visitas monitoradas do pai, mesmo depois de saber dos abusos. Isso para que a morosa justiça brasileria pudesse andar com o processo. Foram anos de muita tristeza, desespero e reflexões. O tempo todo Paula tentava entender as razões que levam um pai explorar sexualmente seu próprio filho.“Eu me perguntava: como ele pode fazer isso, como eu não percebi?”.
Em uma das cenas que mais a fez sentir culpa, ela lembra que a empregada chegou a lhe mostrar uma cuequinha de Lucas machada de sangue. Mas ela nunca associou a uma violência e pensou que fosse algum probleminha de saúde de Lucas.
Hoje Lucas é um adolescente feliz e Paula conseguiu retomar sua vida. Ela diz que decidiu se expor para poder alertar outras famílias sobre a gravidade dos abusos em menores e como isso é comum nos lares brasileiros. Paula Belmanto descobriu a duras penas que 40% dos abusos sexuais no país são realizados pelos próprios pais, contra 30% de padrastos e namorados das mães. E isso independe da classe social, origem étnica e formação educacional de quem comete a violência sexual. Portanto, esse livro é um alerta para as famílias. No Brasil, as denúncias vem aumentando e logo abaixo da entrevista com Paula, coloco um link para você se informar como denunciar, caso saiba de algum caso. Continua
Legenda da imagem:
Uma chance para Lucas de Paula Belmanto
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
À espera do corpo verdadeiro
Crianças e adolescentes com perturbação de identidade de género
Eles querem usar saias e cabelos compridos. Elas escolhem cortar os cabelos e vestir só calças. Não dizem que querem ser de um sexo diferente. Insistem que são de um sexo diferente. São crianças com uma perturbação de identidade de género. Casos raros de quem diz estar preso num corpo errado desde sempre. O que fazer com estas crianças? E quando?
Sentem que nasceram com o corpo errado. Não são rapazes que querem ser raparigas. Dizem que são raparigas com pénis. Não são raparigas que querem ser rapazes. Dizem que são rapazes com uma vagina. Nem sempre é possível identificar e diagnosticar uma perturbação de identidade de género na infância ou adolescência. São crianças que muitas vezes acabam por receber um rótulo de Maria-rapaz, "mariquinhas" ou, mesmo, homossexuais. Mas não é a mesma coisa. No mundo da transexualidade lida-se com algo que é muito diferente de orientação sexual: lida-se com a identidade. E a verdade é que quando os transexuais são recebidos pelos especialistas, já na idade adulta, dizem que estão à espera do verdadeiro corpo desde muito cedo. Desde sempre.
"Olá. O meu nome é Josie. Faço anos no dia 16 de Abril. Sou uma rapariga. E tenho um pénis." David Elisco, produtor do documentário Sexo, Mentiras e Género, da National Geographic, conta como conheceu Josie Romero, uma criança com oito anos, do Arizona, Estados Unidos. Foi através de um vídeo caseiro onde se via uma menina loira, sentada numa grande cadeira que lhe deixava os pés soltos a abanar no ar. Josie foi notícia em muitos jornais e programas de televisão como exemplo de uma criança com perturbação de identidade do género e porque está autorizada a iniciar os tratamentos hormonais quando chegar aos 12 anos. Continua
Legenda da imagem:
Nem sempre é possível identificar e diagnosticar uma perturbação de identidade de género na infância ou adolescência (Adriano Miranda (arquivo))
Crescimento insustentável, artigo de Roberto Nicolsky
JC e-mail 3938, de 27 de Janeiro de 2010.
Crescimento insustentável, artigo de Roberto Nicolsky
"Exportamos cinco toneladas de soja ou quatro de minério de ferro pelo preço de um laptop, cuja produção gerou muito mais empregos e renda"
Roberto Nicolsky é físico e diretor-geral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec). Artigo publicado no "Correio Braziliense":
Felizmente o Brasil superou os principais reflexos da recente crise econômica mundial. Mas mesmo assim a economia brasileira, que entre 2006 e 2008 cresceu a uma taxa média de cerca de 5% ao ano, em 2009 não repetirá esse desempenho e deverá até encolher um pouco, conforme as estatísticas irão mostrar. A questão a se discutir, portanto, é se o modo de crescer que o governo vem praticando é sustentável.
O crescimento brasileiro tem sido puxado pelos produtos agropecuários, extrativos e primários. São as chamadas commodities, de muito pouco valor por unidade física. Crescemos também produzindo para o mercado interno mediante a expansão do crédito, o que levou famílias a consumir mais, mas também a aumentar muito o seu endividamento.
O inconveniente desse tipo de crescimento é que ele se sustenta na ascensão econômica, bem mais acelerada, de outros países, como a China. Os preços de commodities são definidos pela demanda do mercado mundial, e se nos últimos anos têm estado elevados é porque a China compra muito. São fatores que fogem ao nosso controle e qualquer mudança pode paralisar o nosso crescimento, como aconteceu em 2009.
Esses fatores, em conjunto com a apreciação do real frente ao dólar, geram forte pressão de substituição da produção interna por produtos importados, principalmente aqueles de maior intensidade tecnológica e maior valor agregado. Ou seja, exportamos cinco toneladas de soja ou quatro de minério de ferro pelo preço de um laptop, cuja produção gerou muito mais empregos e renda.
A indústria brasileira de transformação, que agrega tecnologia e deixa o produto pronto para o consumidor final, está crescendo bem menos do que o PIB. A nossa economia é cada vez mais produtora de commodities agropecuárias e minerais, de produtos básicos e de serviços simples, como o comércio. Continua
Lula está internado num hospital de Recife
Alan Marques/Folha
Causa da internação de Lula foi crise de hipertensão
O repórter conversou há pouco, por telefone, com um integrante da comitiva presidencial que acompanha Lula no Hospital Português, em Recife.
Informou que Cleber Ferreira, o médico que atendeu Lula, internado às pressas na noite desta quarta (27), atribui o mal-estar a uma crise de hipertensão.
A pressão arterial de Lula alçou a casa de 18 por 12. Segundo o interlocutor do blog, o quadro já foi normalizado.
Lula passará a noite no hospital, em observação. Deve receber alta na manhã desta quinta (28). Continua
Atualização (8:00h):
Lula tem alta e vai descansar em SP
Leia também:
Furada geral na imprensa
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
"São Paulo - Outdoor's", por Carlos Goldgrub
Ainda dá tempo de conferir as fotos "São Paulo - Outdoor's", realizadas por Carlos Goldgrub. Elas ficam até o dia 31 de janeiro, expostas a céu aberto, na rua Avanhandava, em São Paulo.
Até o final de fevereiro, as mesmas fotos também poderão ser vistas e adquiridas na Galeria Calligraphia: rua Avanhandava, 40.
Kassab retém verba de área de risco
Por Fabio Leite, Plínio Teodoro e Roberto Fonseca
27.01.2010
Congelamento de R$ 25,6 milhões da receita de subprefeituras para obras e serviços nesse locais foi na quinta-feira
No dia em que quatro pessoas morreram soterradas na capital por desabamentos provocados pela chuva, na quinta-feira (21), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) congelou R$ 25,6 milhões destinados a obras e serviços em áreas de risco. O valor representa 86,5% dos R$ 29,6 milhões disponíveis para essas ações no orçamento das 31 subprefeituras e da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras.
O corte, que faz parte do contingenciamento de R$ 2 bilhões do Orçamento, surpreendeu ao menos dois subprefeitos que disseram não terem sido informados da medida. "É de chorar. Acabei de levantar obras de emergência necessárias na região em função das chuvas e disse à população que começaríamos a agir. Descubro que não há um centavo liberado", disse um deles, que pediu anonimato.
A decisão irritou vereadores da base aliada de Kassab. "Resolver centralizar as obras em meio ao caos das chuvas é dar um tiro no pé politicamente", afirmou um kassabista.
A Prefeitura alega que apenas os recursos das subprefeituras - R$ 19,6 milhões - foram congelados porque serão remanejados nos próximos dias para os orçamentos de outras secretarias. Segundo a Assessoria de Imprensa de Kassab, os R$ 9,98 milhões previstos para obras em áreas de risco na Coordenação das Subprefeituras estão disponíveis, apesar de R$ 5,9 milhões aparecerem congelados, segundo levantamento da Liderança do PT na Câmara. Continua
Rotina desastrosa
JC e-mail 3937, de 26 de Janeiro de 2010.
Rotina desastrosa
Grupo de pesquisadores da UFSCar lança livro Sociologia dos Desastres. Segundo eles, tragédias se repetem porque Brasil não tem cultura de prevenção e proteção civil contra desastres
A cada ano, em períodos de chuvas mais intensas, repetem-se pelo Brasil as cenas de tragédias provocadas por enchentes e deslizamentos de terra. Esses desastres periódicos são, muitas vezes, indevidamente atribuídos apenas à intensidade dos fenômenos naturais. No entanto, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um grupo de especialistas no tema adota uma perspectiva mais crítica: os desastres são recorrentes no país por falta de uma cultura de prevenção e proteção civil.
Essa é uma das principais conclusões do livro Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil, lançado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped), do Departamento de Sociologia da UFSCar. A obra é fruto dos estudos realizados no núcleo desde 2003 e reúne artigos de 12 especialistas diferentes.
Organizado pela coordenadora do Neped, Norma Valêncio, e pelos pesquisadores Mariana Siena, Victor Marchezini e Juliano Costa Gonçalves, o livro tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Defesa Civil.
De acordo com Mariana, o foco do grupo é a relação entre desastres, direitos humanos, defesa civil e dimensões políticas e institucionais. "Estudamos também as dimensões psicossociais dessa associação. Para isso, trabalhamos com entrevistas in loco, por exemplo, com moradores que perdem suas casas em desastres", disse Mariana à Agência Fapesp. Continua
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
História de amor no Haiti
O que Jeanette disse a Roger, soterrada pelos escombros do terremoto
Seis dias depois do terremoto, Roger continuava diante das ruínas do prédio onde estava sua mulher, Jeanette, em Porto Príncipe. Não é possível alcançar, só podemos tentar vestir a pele do homem diante do monte de pedras. Debaixo delas, está a mulher que ama. Para todos, morta. Para ele, viva. Roger grita o nome de Jeanette. Diante de tantas dezenas de milhares de mortes, seu drama era apenas mais um. Mas não existe mais um. Existe o mundo inteiro em cada um. A vida só faz sentido se o homem com o os olhos vermelhos fixos nas pedras for ele e todos nós.
De repente, alguém ouve um barulho. Uma voz entre os escombros. “Ela está viva!”, grita Roger. Agora, há um pequeno buraco. O repórter da TV americana enfia por ele um microfone para falar com Jeanette. Ela não come há seis dias, não bebe água há seis dias, não se move há seis dias. Enterrada viva, há seis dias Jeanette respira com dificuldade na escuridão. Tem os dedos da mão quebrados, sente dor. Jeanette tem algo a dizer. O que ela diz? Ela manda um recado para Roger: “Eu te amo muito. Nunca se esqueça disso!”.
Roger pega o que parece ser um pedaço de ferro da estrutura do prédio e começa a cavar.
Fiquei tentando abarcar o que é cavar pedras com um pedaço de ferro, com as mãos, para retirar dali um amor. Acho que não cheguei nem perto.
O que faz meu coração falhar uma batida, para além da tragédia, é o que Jeanette escolhe dizer a um minuto da morte. O que importa a ela registrar depois de seis dias soterrada, 144 horas, 8.640 minutos, cada um deles eterno. Tudo o que importa para Jeanette, que não sabe se vai sobreviver, é afirmar seu amor ao homem que ama. Diante da morte, esta era a frase de uma vida.
Este pequeno drama, um entre dezenas de milhares, explica por que, contra todas as catástrofes, a escravidão e os sucessivos abusos cometidos pelas potências de cada época, a exploração e a violência, as bolachas de lama, as tantas misérias, a falta de tudo, o Haiti vai sobreviver. Mesmo sem quase nada, Jeanette e seu povo ainda tem o que perder.
O que você diria se fosse Jeanette?
A história de Roger e Jeanette nos remete ao que dá sentido à vida. Ao que realmente importa para cada um de nós. Soterrada pelas ruínas do seu país, a haitiana Jeanette ensina o mundo inteiro. Não porque quer nos dar alguma lição, mas porque Jeanette é. Inteira, ainda que aos pedaços em meio aos cacos simbólicos e reais de um povo, de uma nação.
Como repórter, já escutei sobreviventes das mais diversas tragédias, ou apenas diante da catástrofe inescapável que é o fim da nossa história quando a vida chega ao fim. Ninguém sente saudades do momento em que teve seus 15 minutos de fama ou brilhou em algum palco ou ganhou um aumento de salário ou foi chefe de alguma coisa ou botou um peito turbinado ou emagreceu seis quilos ou comprou uma casa ou um carro zero ou uma TV de tela plana. Diante do momento-limite, somos levados não aos grandes bens ou aos grandes planos, mas aos detalhes cotidianos que em geral passam despercebidos, quase esquecidos em nossa pressa rumo às grandes aspirações. O que nos falta é aquilo que nos preenche a cada dia sem que nos demos conta. Aquilo para o qual, em geral, não temos tempo.
Será que é preciso quase morrer para lembrar de viver? Continua
Fiasco na COP-15 acirra conflitos
JC e-mail 3936, de 25 de Janeiro de 2010.
Fiasco na COP-15 acirra conflitos
Atraso em acordo contra efeito estufa deixa vácuo legal em floresta alvo de projetos ambientais
A falha da COP-15 (a conferência do clima de Copenhague, em dezembro) em produzir um tratado com força legal pode contribuir para aumento da violência, corrupção e especulação fundiária em áreas de floresta. Segundo um novo estudo, as lacunas jurídicas deixadas pelo fiasco nas negociações para redução de gases do efeito estufa dão margem a uma disputa pelo dinheiro destinado a projetos ambientais.
O trabalho foi apresentado na sexta-feira (22/1) em Londres pela RRI (Iniciativa para Direitos e Recurso, sigla em inglês), grupo de entidades ambientalistas. A ONG diz que o dinheiro a ser disputado inclui sobretudo os US$ 3,5 bilhões anunciados para projetos do tipo Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).
Segundo o estudo, a indefinição da conferência quanto à regulamentação formal dessas iniciativas -basicamente, uma compensação financeira para preservação de florestas- aumentaria a pressão sobre áreas verdes. O carbono contido nas árvores elevará o valor de áreas florestadas e despertaria o interesse de pela posse dessas terras, levando a conflitos.
Nesse contexto, afirma o relatório, desvios de recursos e grilagem serão comuns. Os conflitos, além de limitarem a redução das emissões, ameaçam sobretudo os povos que vivem nas florestas tropicais.
"As florestas serão retalhadas, controladas e usadas como instrumento de barganha política como nunca antes", disse Jeffrey Hatcher, analista político da RRI, em comunicado à imprensa. Segundo a ONG os países que mais sofrerão com o problema são aqueles onde as instituições legais não estão fortalecidas, como o Congo. Continua
La OMS niega que los intereses económicos influyeran en su gestión de la gripe A
EFE - Ginebra - 25/01/2010
El organismo internacional comparece mañana ante el Consejo de Europa para responder a las sospechas de alarmismo interesado
La Organización Mundial de la Salud (OMS) ha negado hoy públicamente las acusaciones de que se dejó influir por poderes económicos en su gestión de la pandemia de gripe A y ha asegurado que cuenta con mecanismos para prevenir que sus colaboradores y expertos caigan en conflictos de intereses. En víspera de la audiencia convocada en el órgano parlamentario del Consejo de Europa para analizar esas denuncias, la OMS ha difundido una declaración asegurando que sus decisiones con respecto a la gripe H1N1 "no han sufrido una influencia impropia por parte de la industria farmacéutica".
En las últimas semanas, el organismo sanitario ha recibido fuertes críticas de numerosos sectores que, tras seis meses de la declaración de la pandemia de gripe, consideran que se exageró la amenaza y se crearon temores excesivos que indujeron a producir una vacuna en tiempo récord y a los gobiernos a aprovisionarse de la misma. Continua
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
OMS anuncia revisão de critérios de pandemias após gripe A
Após a descoberta de vínculos entre consultores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e empresas fabricantes de vacinas contra a gripe A H1N1, entidade vai rever critérios para anúncio de "pandemias"
Pressionada e investigada por conta da gripe suína, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que irá rever suas regras para a declaração de futuras pandemias. Na última segunda-feira, a diretora da entidade, Margaret Chan, admitiu que começará a rever quais são os critérios para a declaração de uma pandemia. Na terça-feira, o Parlamento do Conselho da Europa iniciou uma investigação para apurar o comportamento da OMS e o fato de que alguns de seus cientistas estiveram na folha de pagamento de empresas que hoje são vendedoras de remédios contra a gripe A.
A acusação na Europa contra a OMS veio depois que a imprensa dinamarquesa obteve oficialmente informações de que membros do grupo criado para sugerir medidas à entidade era formada, entre outras pessoas, por cientistas financiados por empresas do setor. Há oito meses, a OMS decretou que o vírus H1N1 havia saído do controle e que o mundo vivia a primeira pandemia do século XXI. Para chegar a essa declaração, a OMS tinha como critério apenas a difusão em mais de dois continentes do vírus, o que de fato ocorreu com o H1N1.
Países passaram a gastar milhões para se preparar e a indústria farmacêutica focou toda sua atenção na nova doença. Menos de um ano depois, o saldo do vírus é outro. As mortes foram bem mais reduzidas que se esperava, enquanto milhões de vacinas passaram a ficar encalhadas nos depósitos dos governos. Só a França gastou mais de 2 bilhões de euros em sua preparação. Continua
Descoberta arqueológica para obra no rio São Francisco em Pernambuco
Por FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Custódia (PE)
Um sítio arqueológico com fragmentos cerâmicos e gravuras rupestres foi encontrado em um canteiro de obras da transposição das águas do rio São Francisco, em Custódia (que fica a 350 km de Recife).
Os vestígios, que podem ter 9.000 anos, foram achados em uma região de caatinga conhecida por Lage das Onças, no lote 10 da obra, a 40 km da cidade.
A descoberta surpreendeu especialistas também por sua conexão com outra região brasileira, esta na Paraíba, onde há pegadas de dinossauros. A área em Pernambuco abriga ainda ruínas de um engenho e até cartuchos de fuzil que podem ter ligação com o cangaço.
As gravuras, talhadas em pedra, não se assemelham à forma humana ou animal. Segundo os arqueólogos, os desenhos são de "grafismos puros", que nada representam da vida real.
Os fragmentos cerâmicos foram encontrados a aproximadamente cem metros de distância das gravuras, no exato local onde passará o canal do eixo leste da transposição.
A descoberta paralisou os trabalhos de terraplenagem numa área de aproximadamente 20 mil metros quadrados. Os tratores se afastaram e todo o trabalho precisou ser suspenso para que os arqueólogos pudessem resgatar as peças e iniciar o trabalho de avaliação do valor histórico do sítio e dos vestígios encontrados. Continua
Las mujeres aún mueren por el seísmo
Los médicos se quejan de que muchas embarazadas no acuden a los hospitales por falta de dinero y de información.- Los abusos y violaciones son silenciados
Ahora que por fin se pueden ver en muchas zonas de Puerto Príncipe colas bien organizadas de gente recibiendo agua y comida; ahora que el Gobierno ha anunciado que los que se han quedado sin casa ascienden a un millón, los heridos son cerca de 200.000 y los muertos más de 150.000..., ahora mismo siguen muriendo en Haití mujeres a causa del terremoto. Pero ya no engrosarán ninguna estadística. Morirán en silencio, muchas de ellas en su casa, sin asistencia médica ni fotógrafos alrededor
En Haití nunca es raro que las mujeres tengan que dar a luz en su propia casa sin ninguna ayuda, en el más absoluto de los desamparos.
Lo explica la enfermera noruega de Médicos sin Fronteras Veronica Gran, en el hospital Saint Catherine del barrio Cité Soleil, rodeada de parturientas en tiendas de campaña. "Unas mujeres no vienen nunca al hospital porque no tienen dinero ni siquiera para el transporte. Otras, porque no saben que el parto es gratis, que no se les va a cobrar nada. Y otras, porque saben que se han priorizado las intervenciones de cirugía sobre el resto de la atención médica. Como ocurre en todas las catástrofes, las principales víctimas han vuelto a ser la gente más débil: las mujeres y los niños". Continua
FOTO - CRISTÓBAL MANUEL
domingo, 24 de janeiro de 2010
O corpo fala
Por Ronaldo Cardim
Quando sentimos uma dor seja ela qual for, a última coisa que pensamos é que ela é um aviso de nosso corpo nos alertando que em algum setor de nossa vida existe alguma coisa errada. Mas é isso, toda e qualquer dor ou alteração no nosso organismo, tenha ela surgido naturalmente ou em decorrência de acidentes, têm como origem um desajuste no campo emocional.
Existem situações na vida com as quais dizemos, aprendemos a conviver, porém são situações que nos incomodam, que não resolvemos nem aceitamos. A convivência inadequada com tais situações, mais dias menos dias, vai alterando o estado emocional da pessoa e essas alterações vão pouco a pouco refletindo no seu estado psicológico, apresentando sintomas de depressão, síndrome do pânico, etc.. Outra forma de manifestação desses desequilíbrios é a somatização no corpo físico em formas de dores e outros desajustes orgânicos.
Por isso é muito importante aprendermos a conhecer bem nosso corpo, estando atentos às alterações que ele apresenta, pois ele nos diz exatamente onde estamos falhando e em que precisamos mudar. Como diz o título da matéria o corpo fala, e não mente. Vamos então conhecer com maiores detalhes um pouco da linguagem do corpo.
Hérnia de disco:
Significa que a pessoa está profundamente indecisa quanto à sua vida. Sente-se totalmente desamparada e seus pensamentos a deprimem, pois não possibilitam que ele encontre saída param essa situação. A hérnia de disco é a forma de impedir a articulação da coluna. Ela mostra , simbolicamente o quanto a pessoa se sente amarrada, o quanto os movimentos estão presos e essa dificuldade é gerada porque o apoio necessário para a movimentação não é encontrado. Então, simbolicamente, isso ocorre quando a pessoa não recebe apoio de alguém, no momento em que mais precisa.
Enxaqueca e dor de cabeça:
As pessoas que sofrem de enxaqueca têm um orgulho muito forte e não permitem que pessoas autoritárias mandem em sua vida ou controlem seus passos. Resistem a tudo e a todos que, conforme elas acreditam, queiram invadir seu espaço vital. São pessoas que não se entregam aos prazeres, pois receiam serem dominados de alguma forma. Normalmente têm medo do sexo ou de suas conseqüências, devido à limitações morais, religiosas, familiares, etc.
Se você se identifica nesta situação, solte-se e deixe seu coração falar. Não use a razão somente, pois devemos equilibrar os dois hemisférios (razão e emoção), para evitarmos esses conflitos internos e suas somatizações. Suavize seus pensamentos, amenize seus sentimentos, permita-se sentir alegria.
Alergia na pele:
Significa que a pessoa está vivendo momentos de irritação com as pessoas próximas e que atrasam seu desenvolvimento pessoal e profissional. Quando ela se vê obrigada a fazer o que não gosta, persuadida por pessoas de quem depende de alguma forma, surgirá, com certeza, coceira incessante significando o desejo inconsciente de arrancar aquilo que incomoda profundamente.
Pare de se sentir contrariado. Se você está passando por isso é porque, de alguma forma, procurou. Saia dessa sem ressentimentos, pois ninguém sabe quando está causando alergia em alguém. Passe a se expressar melhor.
Seja objetivo e tire a culpa do seu coração. Eduque-se a não deixar que seu espaço seja ameaçado. Diga abertamente tudo que o incomoda pois tudo pode ser falado desde que seja com respeito e determinação. Analise-se e perceba se você consegue, humildemente, mudar um pouco mais o seu jeito de falar com as pessoas e o trato consigo mesmo. O mundo à sua volta só ira mudar se você mudar primeiro.
Labirintite:
Significa pensamentos atrapalhados, nervosismo reprimido, o efeito de um golpe emocional, a necessidade de liberdade para pensar e agir, a sensação de falta de amor, sentimentos de solidão, dificuldade para expressar-se, e estar tonto com tantos problemas emocionais, e sentir-se desamparado e teimar em continuar tentando pelos velhos caminhos que nunca deram certo. Pare de tentar achar uma saída. Pare de fazer de conta liberte-se das amarras que o sufocam colocando seus sentimentos em primeiro lugar. Pare de se anular, aja com humildade mas seja firme em suas decisões.
Artrite:
Representa um coração cheio de críticas e ressentimentos por pessoas que não valorizam seus esforços. Pessoas com esse tipo de inflamação são as que, às vezes, perdem tempo questionando em pensamentos os porquês das atitudes das pessoas. Não conseguem sentir que são amadas e geram conflitos de carência. Costumam culpar os outros pelo mal que as aflige. Essas pessoas precisam desligar-se do passado através do perdão.
As alterações do corpo podem ainda causar desequilíbrio da condição interna do organismo. Vejamos alguns exemplos:
Pele amarelada:
Indica possíveis disfunções do fígado e vesícula biliar, como no caso da icterícia.
Pele cinza-azulada:
Indica fragilidade ou dificuldade do fígado e pâncreas para executarem suas funções.
Pele muito vermelha:
Possíveis disfunções cardíacas e respiratórias como na expansão capilar nas faces, ou pressão sangüínea anormal.
Mãos e pés frios:
Excesso de açúcar, frutas e bebidas geladas. Desordens digestivas e excretórias, bem como do sistema nervoso.
Inchaço generalizado de pés e mãos:
Ingestão excessiva de líquido, gordura, especialmente causado por frutas, sucos, laticínios. Desordens no aparelho circulatório e reprodutor.
Assim como esses muitos outros sinais podem ser dados por nosso corpo. Em alguns casos são simples sinais de alerta para pequenas alterações, em outros porém podem ser verdadeiros pedidos de socorro para desequilíbrios que não sabemos ou não admitimos ter. Por isso a necessidade de mantermos sempre a alimentação, repouso e atividades em níveis equilibrados, procurando conhecer o melhor possível nosso corpo, estando sempre atentos para o que ele possa estar querendo nos dizer.
SINUSITE, RINITE:
Sinusite é um sinal de que seu ego está profundamente irritado com alguma pessoa que convive com você. Ë provável que esta pessoa tente constantemente invadir seu espaço vital. Sinusite é uma inflamação mental relacionada com alguém próximo; é a atitude mental rebelde ou a rebeldia nutrida contra os pais. Na verdade o nariz representa a nossa sensibilidade quanto à aceitação ou recusa de algo ou alguém. O sentimento de gratidão destas pessoas é quase que superficial e para se obter a cura total dessa dificuldade de respirar, é necessário que se comece reconhecendo que no passado ficaram suas melhores experiências e foi lá que você aprendeu tudo o que sabe hoje. Seus pais, amigos, patrões, funcionários, etc., todos, direta ou indiretamente o ajudaram a crescer. O demérito está naqueles que não aceitam, com humildade, as diferenças de opiniões, pois consideram-se os mais inteligentes e infalíveis.Coloque em prática o que você sabe, em beneficio das outras pessoas e de si próprio. Admita humildemente os seu erros e sua ignorância em determinados assuntos, porque somente assim você descobrirá suas limitações e procurará se aperfeiçoar.
CORIZA:
É a inflamação catarral da membrana mucosa das fossas nasais. Ocorre em pessoas extremamente sensíveis, que acham que só se pode conseguir o que se quer se alguém permitir. Você que tem coriza, cresça e pare de sentir-se como criança chorosa e vá à luta. Com lágrimas você não vai a lugar algum. Tenha vontade de criar suas próprias coisas e sentir prazer por elas e com elas. Participe ativamente e aceite a si mesmo com amor e sabedoria. Saiba amadurecer com alegria e dinamismo, sem perder a juventude. Perca o hábito de sentir-se vítima e enxergue que você tem capacidade e argumentos para agir diferente quando sentir-se acuado.
JOELHOS:
Simbolizam atitudes para com você mesmo, no presente. Eles deveriam equilibrar o seu passado (coxas) e seu futuro (pernas).Pessoas que não conseguem aceitar opiniões alheias, e agem como crianças para defender seu espaço, mostram que precisam amadurecer mais para poder compreender novas formas de se defender contra aqueles que lhe opõem. Faltar com o respeito para consigo mesmo deixando de realizar seus objetivos ou suportando todas as contrariedades, domésticas ou profissionais, também não é uma maneira correta de comunicar-se. A anulação pessoal só acontece quando a pessoa não conhece outros meios de se expressar e acredita que já tentou tudo para mudar uma situação desagradável, que a aflige. Se você se sente ferido em seus sentimentos e em seu orgulho porque está fazendo coisas que contrariam seu verdadeiro modo de ser, se está se desrespeitando ao forçar uma situação por não saber como corrigi-la e vive com o coração repleto de críticas e desapontamentos, saiba que seus meniscos, ligamentos e ossos do joelho serão afetados. Eles irão inflamar e poderá até ocorrer estiramento ou rompimento dos ligamentos, mesmo que seja provocado por algum acidente. Nós somos conduzidos, cegamente, pelo nosso inconsciente, para o bem ou para o mal, conforme o que acreditamos, ou pensamos constantemente.As pessoas que não se dobram aos outros e teimam em sustentar as suas opiniões acabam somatizando um joelho que não dobra, que não flexiona e é extremamente dolorido. A análise de nossa conduta mais secreta é, realmente, um trabalho difícil que requer sinceridade e lealdade com relação a nós mesmos. Para revertermos o quadro de doenças, dores, etc. para a saúde e a felicidade, devemos reconhecer nossas emoções diárias e não somente nossos pensamentos, para que possamos trabalhar na mudança do nosso interior.
PROBLEMAS NO MÚSCULO DO PESCOÇO:
Dor no pescoço simboliza a inflexibilidade de seus pensamentos e a dificuldade de relaxar em relação às cobranças alheias e mesmo à auto-cobrança.A pessoa que não quer deixar de ter opiniões rígidas e recusa-se duramente a mudar seus hábitos, vai ganhar um pescoço duro, igual à sua cabeça. Pessoas perfeccionistas normalmente têm muitos torcicolos.Muitas vezes, as pessoas acordam com o pescoço doendo e nem conseguem girar a cabeça para o outro lado, reclamam: Dormi de mau jeito por isso estou assim. Tomei um golpe de vento ontem, e hoje acordei mal. E assim por diante.
Da cabeça aos pés, tudo foi estudado, comprovando que cada parte do nosso corpo tem uma linguagem a ser entendida. A cabeça, o tronco, os membros e cada órgão interno recebem um impulso nervoso do cérebro que é comandado pelas emoções. Há uma infinidade de reações nervosas que causam doenças, sendo que uma grande parte delas a medicina não reconhece como inconscientes. Acontece que estas são apenas justificativas e não explicações reais para as dores. Com estes exemplos, você pode ver como o consciente reage por não saber ou não ter se preocupado em aprender a linguagem do corpo. Enquanto não tomarmos consciência daquilo que acontece com nosso corpo, estaremos tentando eternamente achar resposta para nossos problemas, percorrendo o caminho oposto ao da verdade.
Ronaldo Cardim é massoterapeuta corporal e aplica Shiatsu, Zen-Shiatsu, Alongamento, Sei-Tai (manipulação de coluna), Reiki
Represa pode ter causado tremor de 2008 na China
Da Folha de São Paulo
O devastador terremoto de maio passado em Sichuan, na China, que matou aproximadamente 80 mil pessoas, pode ter sido causado por uma obra humana. Mais precisamente pela construção da represa de Zipingpu, na Província afetada.
O debate entre cientistas e governantes chineses vem desde dezembro, mas correu o mundo na última semana após reportagem publicada pela revista científica "Science".
Fan Xiao, engenheiro-chefe do Serviço de Mineração e Geologia de Sichuan, defende que as 315 milhões de toneladas de água que foram represadas interferem na atividade sísmica da região, que já é grande.
A represa, de 156 metros de altura, está localizada a 550 metros da falha geológica que causou o fenômeno. O epicentro do terremoto estava a 5,5 quilômetros da construção.
"Não estou dizendo que o terremoto não teria ocorrido se não fosse a represa, mas a presença da pesada obra pode ter alterado o tamanho ou o tempo do terremoto, criando então um tremor muito mais violento", disse Fan. Para ele, dados sobre o problema estão sendo retidos pela Academia Chinesa de Ciências, que é do governo. Continua
Foto crédito:
Imagem de satélite (GeoEye Satellite Image) que mostra a represa de Zipingpu, na China; engenheiro diz que água represada interfere na atividade sísmica
São Paulo deixa professor reprovado dar aula
Por Luciana Alvarez e Fábio Mazzitelli
Avaliação reprova metade dos professores temporários de SP
Resultado obrigou Estado a rever regras e admitir que eles poderão dar aulas neste ano
Dos 182 mil professores temporários que fizeram em dezembro a prova de seleção do governo paulista, 48,4% - ou 88 mil - não alcançaram a nota 5, a mínima para lecionar. O desempenho no exame, porém, pode ter sido ainda pior, já que até 20% da nota final vêm de uma pontuação recebida pelos anos de serviço na rede. O secretário do Estado da Educação, Paulo Renato Souza, admitiu que docentes reprovados poderão dar aulas na rede em 2010.
Segundo ele, isso acontecerá se não houver número suficiente de professores da área - matemática e física são as com maior probabilidade - para as cerca de 5,3 mil escolas. Os temporários são professores que não realizaram concurso público, mas dão aulas na rede.
Até ontem, as regras da prova os impedia de assumir aulas se não atingissem a nota mínima. Isso valia até mesmo para os que tivessem três anos ou mais de rede, considerados estáveis por uma lei de 2007. Nesse caso, eles ficariam com uma jornada de trabalho de 12 horas semanais em atividades de apoio à sala de aula. Continua
Suspensão de buscas abre crise entre governo e ONU
Por Lourival Sant'Anna, enviado especial em Porto Príncipe
Autoridades haitianas desmentem fim de operações e irritam funcionários da organização em Genebra; outro sobrevivente é retirado dos escombros
Onze dias depois do terremoto que devastou Porto Príncipe e outras cidades haitianas, um sobrevivente em bom estado de saúde foi encontrado entre os escombros de uma frutaria. O homem foi socorrido ontem à tarde (início da noite no Brasil) por uma equipe de resgate francesa, que abriu um túnel para fazer chegar água até ele. O resgate ocorreu em meio a uma controvérsia entre o governo haitiano e a ONU sobre a suspensão das operações de salvamento.
O governo haitiano desmentiu a notícia de que teria pedido à ONU para pôr fim às operações. Mas o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) confirmou o pedido do governo, acrescentando que as operações foram suspensas às 17 horas de sexta-feira e que apenas três equipes ficarão de prontidão para o caso de "milagres", como os três sobreviventes encontrados anteontem.
"Essa informação é falsa", disse ontem ao Estado Volcy Assad, porta-voz do presidente René Préval, sobre o pedido de suspensão dos resgates. "O presidente nunca disse isso." Já o porta-voz da Ocha no Haiti, Nicholas Reader, reiterou que o governo haitiano anunciou, sim, o fim das operações de resgate. E explicou que elas entraram ontem em nova fase, saindo do resgate de sobreviventes para a retirada de corpos e remoção dos escombros para a reconstrução do país. Continua
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Periodistas... ¿o niños de papá?
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HAITI - 360 graus
sábado, 23 de janeiro de 2010
Lindo ele, muito lindo!
A cena está bem no início do vídeo.
Lindo ele, muito lindo!
Revista Veja (Acervo)
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
"Tratam os mortos como lixo"
La Autoridad Suprema del vudú haitiano denuncia que se entierren sin respeto los cadáveres - "Las potencias no nos perdonaron nuestra independencia"
En las mejores guías de viajero suele aparecer un viejo dicho sobre Haití: "El 80% de la población es cristiana, el 20% protestante y el 100% profesa el vudú". También se hace constar que pocas religiones han sufrido una operación de desprestigio tan abrumadora como ésta que nació en África y viajó al Caribe con los primeros esclavos. Max Beauvoir es la Autoridad Suprema de los seguidores del vudú haitianos. Para los suyos es una especie de Papa. De 74 años, casado y con una hija de 45, vive rodeado de árboles gigantescos sagrados, a una hora de Puerto Príncipe en mototaxi. Viste guayabera blanca, habla criollo, francés, inglés y español, tiene una casa en forma circular, varios templos en su jardín y una especie de museo con esculturas de vudú. Se lamenta de que hayan enterrado a tantos miles de personas sin ningún respeto, ni dignidad.
"El presidente René Préval me mandó llamar hace cuatro días para celebrar una reunión junto al resto del Gobierno. Ahí se habló de la ayuda internacional, de la distribución, del caos... pero no tratamos el tema de los entierros. Y me parece gravísimo. Se ha tratado a la gente como basura, sin la dignidad y el respeto que merece cualquier ser vivo. Sé que la situación es compleja y yo no tengo la solución. Pero seguro que si nos hubiéramos sentado, habríamos encontrado alguna vía en media hora. Y aún estamos a tiempo, porque todavía quedan muchos muertos por enterrar". Continua
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Unicef denuncia el secuestro de al menos quince niños en hospitales de Haití y sospecha que han caído en poder de redes de trata de seres humanos
Governo prepara operação para tirar 400 mil de Porto Príncipe
Por Jamil Chade, correnspondente em Genebra, Lourival Sant?Anna,
enviado especial em Porto Príncipe
Desabrigados serão levados para o interior e ficarão em 'cidades improvisadas'; objetivo é aliviar pressão sobre ONGs
ABRIGO - Menina brinca em acampamento improvisado em Porto Príncipe: ONU adverte para o risco de doenças nos campos que não têm proteção, água ou higiene básica
Diante das dificuldades de socorrer um país arrasado pelo terremoto do dia 12, o governo do Haiti prepara-se para dar início a uma megaoperação para levar 400 mil pessoas para o interior e criar "cidades improvisadas" - eufemismo para acampamentos de desabrigados -, cada uma para acomodar cerca de 10 mil pessoas em tendas.
O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Paul Antoine Bienaimé, em um novo plano em conjunto com as agências internacionais para evitar a proliferação de doenças em Porto Príncipe. A iniciativa é uma tentativa de dar uma resposta às críticas de que o sistema de distribuição de alimentos e remédios não está funcionando. A ONU estima que terá de alimentar cerca de 2 milhões de desabrigados pelo terremoto por cerca de seis meses (leia quadro).
A esperança é a de que esses novos acampamentos ou "cidades" aliviem a pressão contra o governo e as agências internacionais de ajuda humanitária. Segundo informações da ONU, um batalhão do Brasil está erguendo um campo de desabrigados no bairro de Croix des Bouquets, a 13 quilômetros da capital, que poderia abrigar temporariamente até 30 mil pessoas. O objetivo no médio prazo é construir casas no local com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Estimativas da ONU apontam que cerca de metade dos edifícios de Porto Príncipe foi destruída ou gravemente danificada. Continua
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
"Todo dia mães querem deixar seus filhos. Mas eu não posso acolhê-los"
La directora de un orfanato de Puerto Príncipe se queja de que no tiene medios para atender a los chiquillos tras la catástrofe
Una madre de 45 años llegó ayer llorando con una niña de tres años al orfanato de Le Coeur de Marie (El Corazón de María), en la capital de Haití. El terremoto mató a sus hijos de ocho y diez años, acabó también con su marido y destruyó su casa. Sólo le quedan unos parientes en la ciudad de Jacmel. Pero no dispone de dinero para el autobús, ni para comer ni para alimentar a la niña. Y sobre todo, no tiene ganas de seguir luchando. Sólo quería dejar allí a su hija. La directora del centro, Rubina Arianne, la consoló como pudo. Pero le dijo que desde la tarde del terremoto, los 26 niños que veía allí viven a la intemperie. El orfanato quedó en ruinas, como podía apreciar, un niño murió el martes de la catástrofe y ya no tenía dinero ni para alimentos ni agua. Continua
SAMPAdecendo
Comentário básico:
Então, tá, sr. Kassab... Então, tá...
Só hoje foram oito mortes!!!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Ação agressiva dos EUA causa atrito com a ONU
Ocupação de aeroporto e forte presença americana no Haiti provocam críticas sobre falta de coordenação na distribuição de ajuda humanitária
levam ajuda humanitária para as vítimas do terremoto: ONU critica operação
Oficialmente, panos quentes. Nos bastidores, uma guerra. A operação americana no Haiti causa mal-estar na ONU e a entidade é obrigada a declarar que o país ainda é "um Estado soberano". Os EUA controlam o aeroporto, definiram quem tem o direito de pousar e já têm no país mais soldados do que a missão de paz da ONU.
Quase 70% do orçamento da ONU para o Haiti vêm de Washington e é a bandeira americana que está hasteada no aeroporto de Porto Príncipe. Já a ONU, numa ofensiva midiática, tentou garantir ontem que a situação no Haiti está "sob controle". A organização e o governo americano assinaram um acordo determinando a prioridade para pouso de aviões com alimentos e remédios. Agências ligadas à ONU e outros governos vinham criticando Washington por dar prioridade a aviões militares.
A ONU tentou ontem apagar a imagem de que há falta de coordenação. "Sem os EUA, não temos operação", afirmou Elizabeth Byrs, porta-voz da organização. "Estamos trabalhando numa situação difícil. A coordenação humanitária é da ONU e todos reconhecem que ela tem o comando da operação. Mas a logística é americana e estamos trabalhando em cooperação. Graças a eles, a torre de controle do aeroporto funciona", disse Byrs. Continua
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Un grupo religioso de EEUU envía biblias audibles a los supervivientes de Haití
. Son audibles y solares y su mensaje puede llegar a 300 personas a la vez
.'Faith comes by Hearing' ha enviado ya 600 dispositivos y anuncia más
Mientras las agencias internacionales de ayuda se apresuran para llevar alimentos, agua y medicinas a las víctimas del terremoto de Haití, un grupo religioso de Estados Unidos ha decidido enviarles una remesa de biblias.
Pero no cualquier biblia, sino biblias audibles que utilizan energía solar y que poseen las escrituras sagradas en creole haitiano y que pueden ser escuchadas por 300 personas a la vez.
La Biblia audible posee "calidad digital" y está designada para "gente pobre y analfabeta", dijo el grupo Faith Comes By Hearing, que agregó que 600 dispositivos ya estaban camino hacia Haití. Continua
Comentário básico:
Fala sério!!!!
'Ajuda humanitária converteu-se em projeto de poder'
Reginaldo Nasser: professor de relações internacionais da PUC-SP[br]Auxílio internacional como o que está em ação no Haiti é cada vez mais 'militarizado' e estratégico, diz professor
Por trás do sincero discurso de ajuda às vítimas da tragédia haitiana, há um jogo de interesses nacionais cada vez mais explícito, afirma ao Estado o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser. Foi assim na ajuda aos países afetados pelo tsunami de 2004 ou pelo furacão Mitch, de 1998. "Com a ajuda humanitária, vem o direcionamento político", argumenta.
A tragédia no Haiti desencadeou uma avalanche de ajuda humanitária de vários países. Certamente há uma preocupação real com o povo haitiano. Mas quais são suas implicações geopolíticas?
Tem crescido muito o número de estudos sobre a relação entre ajuda humanitária e interesse nacional. Em casos como o Haiti existe um sentimento solidário, do qual as pessoas são tomadas - e Estados dão vazão a ele. Trata-se de um fenômeno antigo. A novidade é que, com o fim da Guerra Fria, o volume de ajuda cresceu exponencialmente. O Banco Mundial, por exemplo, aumentou em 800% o envio de recursos sob a rubrica "ajuda humanitária" desde o início dos anos 90. Hoje, o mesmo tema é responsável por 30% do orçamento do Pentágono. A ajuda humanitária transformou-se em um projeto político.
Há exemplos concretos sobre essa projeção de poder?
Um exemplo é o tsunami de 2004. Logo depois da tragédia, os EUA enviaram tropas de ajuda ao leste da Ásia, sabendo que o Congresso americano vetava a cooperação militar com a Indonésia por causa da herança da ditadura de Suharto. Sob o argumento da ação humanitária, houve uma reaproximação militar e, ao final, a Casa Branca reverteu o bloqueio do Legislativo. Também com esse tsunami, houve uma aproximação de Washington com o Sri Lanka, que tentava exterminar a guerrilha tâmil. Enfim, por causa do tsunami, os EUA fizeram um grande investimento militar na região.
Imagino que essa reaproximação não se limite à dimensão militar.
Há um aspecto econômico fundamental. Quando houve o furacão Mitch na América Central, em 1998, o Banco Mundial e o FMI ofereceram uma ajuda significativa, mas condicionaram o envio a reformas econômicas. Honduras foi pressionada a privatizar seus portos, aeroportos e sistemas de comunicação. Na ajuda configurou-se um direcionamento do rumo de política econômica que o país devia tomar.
Os EUA parecem ter visto na tragédia do Haiti uma chance de reforçar sua imagem de "potência benevolente".
Sem dúvida, mas isso sempre existiu. Os EUA têm um sentido missionário, o velho discurso de estender a mão aos povos independentemente de fronteiras. Mas isso ocorria também na Guerra Fria. Na tragédia, americanos são os primeiros a se manifestar.
Por quê?
Por duas razões: além da ideológica, os EUA são a única potência com meios para agir de imediato. Washington tem bases, soldados, navios e aviões no mundo todo. É interessante também notar que a preparação para a guerra tornou-se a mesma que para a ajuda humanitária. Há uma militarização da ajuda humanitária.
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O Brasil e os EUA no Haiti
ONU está preocupada com sequestro de órfãos
Deu em O Globo
De José Meirelles Passos:
Milhares de brasileiros vêm doando mantimentos, roupas e dinheiro, para socorrer as vítimas do terremoto no Haiti. Mas um casal de Niterói — o pediatra Paulo Cesar Dias da Costa e sua mulher, Gilda — escolheu uma outra forma de ajudar: quer adotar uma criança daquele país.
Segundo o Comitê dos Direitos da Criança, da Organização das Nações Unidas (ONU), antes daquela tragédia já havia cerca de 380 mil órfãos no país.
— Por isso estamos muito preocupados com a possibilidade de acontecerem sequestros disfarçados como adoções — disse um porta-voz do comitê.
Paulo Cesar e Gilda, que já têm um casal de filhos adultos, ficaram sensibilizados ao ver imagens de crianças vagando sozinhas entre os destroços em Porto Príncipe. E ontem decidiram procurar a organização não-governamental Viva Rio, que tem representantes no Haiti, para saber o que precisam fazer para adotar uma delas legalmente.
— Não importa se será menino ou menina. Só achamos que seria melhor que fosse de até 2 anos, pois teria mais facilidade em aprender a nossa língua e a adaptação seria mais tranquila — disse Gilda ao GLOBO.
Até o início da noite ela não tinha tido êxito no contato com aquela ONG — "Devem estar sobrecarregados com o recolhimento de doações" — mas disse que continuaria insistindo hoje. Esperançoso, o casal já escolheu inclusive os nomes: Bernard ou Camille.
— Queremos dar um destino, uma vida melhor e um sentido para uma criança que perdeu toda a família e todas as suas referências — disse ela.
O governo da Holanda enviou um avião ontem a Porto Príncipe para buscar 109 órfãos haitianos que já estavam em processo de adoção. Cem delas, cujos documentos de saída dependiam $de uma medida burocrática, têm casais à sua espera. As outras nove crianças serão entregues temporariamente a famílias até que sejam encontrados pais permanentes para elas.
— Nós conhecemos essas crianças. Não saímos simplesmente apanhando crianças nas ruas para trazer para a Holanda — disse Patrick Mikkelsen, porta-voz do Ministério de Justiça da Holanda.
Sua declaração tinha a ver com o alerta feito horas antes pelo Comitê dos Direitos da Criança, da ONU, às autoridades que coordenam os trabalhos de assistência aos haitianos: "Alarmado pelas recentes informações que dão conta de saques e violência, solicitamos medidas eficazes para proteger as crianças contra todas as formas de violência e exploração, incluindo a violência sexual e os sequestros encobertos pela adoção", dizia o comunicado. Leia mais em O Globo
Sarau São Paulo
Encontro de poetas acontece no Parque do Ibirapuera dia 24 de janeiro
Praça da Paz - Parque Ibirapuera
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº
Tel.: (11) 5574-5177
Palco Haroldo de Campos de Poesia
10h - Saraus Pavio da Cultura
e Fogueira Literatura e Pipoca
11h30 - Sarau Chama Poética
13h - Récita Maloqueirista
14h30 - Sarau da Camarilha
16h - ZAP! um SLAM brasileiro!
17h30 - Sarau da Casa
Espaço Infanto-juvenil Cora Coralina
10h - Cordel para Ler o Mundo
(Carlos Galdino e Letícia Souza)
11h30 - "A minha viagem é..."
(Luciana Arcuri)
13h - A quase morte do Zé Malandro
(Fernanda Faria)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tudo conectado
Artistas, psicólogos, cientistas e outras cabeças acesas apontam para onde a web nos levará
Bem-vindo a mais um fórum internacional da Edge Foundation. Para quem perdeu os anteriores, um rápido memorex: anualmente o empresário cultural high tech John Brockman, mentor da Edge Foundation, formula uma pergunta, via internet, a uma vasta rede de cientistas, intelectuais e artistas, e divulga as respostas que ao seu The World Question Center chegam entre novembro e dezembro. "Qual a invenção mais importante dos últimos 2 mil anos?" "O que você acredita ser verdade, mas não tem como provar?" "O que mudou sua cabeça nos últimos tempos?", "Que inventos ou ideias científicas poderiam mudar tudo a nossa volta"- perguntou Brockman nos últimos quatro anos.
No fórum deste ano, uma questão atualíssima: "A internet está mudando seu modo de pensar?"
O psicólogo Steven Pinker, autor de Como a Mente Funciona, disse que não. Concordaram com ele, entre outros céticos, o biólogo evolucionista Mark Pagel, o escritor Tom McCarthy e o cientista cognitivo Donald Hoffman. Para Pinker, a internet só mexeu, de fato, com seu modo de organização material: pastas de arquivos, cartas, documentos, substituídos por softwares. Pagel reforça sua tese de que ainda somos o que milhões de anos de seleção natural forjaram lembrando alguns de seus amigos alheios ao mundo virtual, que, não obstante, pensam do mesmo jeito que nós, internautas. Hoffman também duvida que a internet, com apenas duas décadas de vida, possa alterar o que a evolução da espécie levou milênios para moldar. Continua
Imagens realistas rompem com a tradição
Mídia divulga fotos sobre o Haiti mais vívidas que as dos últimos desastres e as atuais guerras
THE WASHINGTON POST
As imagens que chegam do Haiti são mais fortes que as de desastres naturais recentes e das guerras em curso. Não está claro se isso reflete a magnitude e proximidade do desastre ou alguma mudança na disposição dos meios de comunicação de apresentar, com exatidão, o horror da devastação no país.
Ou será o Haiti uma exceção? Haverá algo na condição essencial do país e de seu povo que autorize a nova licença da mídia? As convenções usuais de mais sugerir que exibir traumas parece ter se esvaziado. Corpos cobertos de poeira e argamassa, mortos empilhados nas ruas sem lençóis para ocultá-los ? essas são violações do código não escrito de que a morte só pode ser vista, na etiqueta estabelecida da mídia dominante, por analogia ou metáfora.
Na sexta-feira, o Washington Post exibiu a foto de uma garota com o torso esmagado sob o peso do concreto. O New York Times exibiu a de um homem morto numa maca improvisada, coberto pela poeira branca que faz os corpos ? vivos ou mortos ? parecerem esculturas. Continua
Veja também:
Desparecidos no Haiti
Deus e o Diabo no Haiti
O evangélico Pat Robertson, um dos líderes da direita religiosa americana, tem uma explicação para as desgraças do Haiti que culminaram com esse terremoto demolidor.
Um dos países mais miseráveis do mundo, com uma história ininterrupta de privações, violência e instabilidade política, o Haiti estaria pagando por um pacto que fez com o Diabo em 1804, quando pediu sua ajuda para expulsar os colonizadores franceses e tornar-se uma república.
Desde então, os haitianos viveriam sob uma maldição. O terremoto, segundo Pat Robertson, é apenas o castigo mais recente. Mas o religioso pediu a seus fiéis que rezassem pelos haitianos. E, presumivelmente, pedissem a Deus que esquecesse velhos ressentimentos e lhes desse uma folga.
Se o Diabo ajudou mesmo os haitianos contra os franceses foi por uma causa nobre. O Haiti foi o primeiro país do mundo a abolir a escravidão, dando um exemplo que custou a ser seguido pelos outros.
A república, também inédita, fundada depois da expulsão dos franceses era de ex-escravos, e acolhia escravos fugidos ou alforriados de outros países. E se Deus os castigou por esta audácia, não foi o único. Continua
domingo, 17 de janeiro de 2010
Reflexões enquanto o Big One não acontece
Imagem via El Mundo
haveria mobilização antiterremoto?
Embora deva oferecer pouco conforto às vítimas do terremoto no Haiti, a sismologia vem fazendo algum progresso na busca de uma descoberta definitiva que permitirá prever catástrofes pavorosas como a de terça-feira. Estudos de eventos ultralentos nas profundezas da terra, chamados tremores não vulcânicos, mostram indícios vagos, porém promissores, de que algum dia o mesmo tipo de sinais subterrâneos que nos ajudam a prever quando um vulcão está prestes a entrar em erupção talvez nos advirta sobre a nucleação - o início explosivo - de um terremoto, fenômeno até agora imprevisível.
Os estudos mais interessantes estão sendo realizados, a um custo muito alto, em Parkfield, na Califórnia (um pouco ao norte da encruzilhada onde James Dean morreu num acidente de carro, há quase 55 anos). Nesse lugar foi feita uma profunda perfuração diretamente na falha de San Andreas, que se estende por 1.480 quilômetros ao longo da junção entre as placas tectônicas da América do Norte e do Pacífico. Pesquisadores de instituições acadêmicas e do governo à frente desse programa de perfuração procuram descobrir o que acontece no ponto preciso de contato entre as duas placas. Parece bastante provável que os tremores não vulcânicos - mesmo os de baixo impacto, porém mensuráveis -, detectados em perfurações profundas feitas sob a falha de San Andreas, estejam de algum modo associados aos terremotos destrutivos que ocorrem a profundidades menores, ou seja, acima deles. O que os cientistas gostariam de determinar é se seria possível distinguir a assinatura de um tremor não vulcânico na crosta profunda, antes da ocorrência de um grande terremoto em um ponto muito acima, de forma a poder emitir algum sinal de alerta. Continua
Sobre o Big One e a Falha de San Andreas leia aqui e aqui.
Haití ya no existe
La anarquía se adueña del país ante la falta de una autoridad que ataje el caos.- Una riada de mujeres y hombres deambulan por las calles y se empiezan a escuchar tiros en el centro de Puerto Príncipe.- La ayuda internacional sigue siendo una anécdota
Cualquier cifra de muertos es falsa. Para que el número de víctimas del terremoto de Haití se acercara algo a la realidad harían falta dos cosas. La primera es que alguien los hubiera contado, supiera cuánta gente estaba comprando a las cinco de la tarde del martes en el supermercado Caribe o cuántos niños de hasta cinco años durmiendo la siesta o jugando en la guardería Le Petit Prince. Pero nadie lo sabe. Tampoco nadie ha contado cuántos cadáveres han sido quemados ya en las esquinas o cuántos continúan abandonados en medio de las calles -el reportero perdió este sábado la cuenta al llegar a 20 tras la primera media hora de recorrido por el centro de Puerto Príncipe-. La segunda cuestión necesaria es que aquí, en este país antes llamado Haití, hubiese algún tipo de autoridad, municipal o estatal, que tras el seísmo se hubiese hecho cargo de la situación. Pero Haití ya no existe. Su capital sólo es ya un inmenso cementerio en ruinas por el que pasean sin saber hacia dónde millones de personas convertidas en vagabundos. Continua