quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Terra, o planeta consumido

Via Eco Debate
11.11.2010

Provocamos várias calamidades ao longo da nossa existência, mas sempre houve fenômenos limitados. Os mamutes foram extintos há 11 mil anos também por causa do homem. E esse é só um dos danos ao ecossistema. Com o caos climático produzido pelo uso dos combustíveis fósseis, tudo muda: a ameaça se torna global.

A reportagem é de Antonio Cianciullo, publicada no jornal La Repubblica, 09-11-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O mamute, o tigre dente de sabre, o uro [touro selvagem], o leão das cavernas: todos desaparecidos há 11 milênios em coincidência com a afirmação, em um mundo que estava mudando de clima, de um formidável predador, o homem. É esse o núcleo ao redor de uma das mostras em cena, entre os dias 12 a 28 de novembro, na Città della Scienza de Nápoles.

Mas podemos realmente atribuir à espécie humana responsabilidades tão antigas na distorção dos ecossistemas? Ou a capacidade de competir com a natureza no desenho dos limites dos habitats e do equilíbrio do planeta deve se limitar ao período pós-revolução industrial, concretizando-se plenamente no século XX?

“É preciso distinguir entre os desastre que se limitaram no tempo e no espaço e um desequilíbrio profundo que ameaça o conjunto dos ecossistemas”, responde Mario Tozzi, divulgador científico, apresentador de TV e autor de vários livros, dentre os quais um sobre as catástrofes.

“Os seres humanos provocaram várias calamidades ao longo da sua existência: mas sempre foram fenômenos limitados. Talvez causaram a extinção de alguns grupos ou de algumas espécies, mas jamais comportaram um risco em nível planetário. Com o caos climático produzido pelo uso dos combustíveis fósseis, tudo muda: a ameaça se torna global”. Continua