Meus queridos,
estava à procura de algumas imagens da Vila Tibério quando acabei chegando ao vídeo
acima, vídeo esse que me deixou profundamente emocionada. Vou lhes contar o
porquê da emoção.
O Centro Espírita Amor e Caridade e também o Centro Espírita Batuíra, este último onde iniciei a minha alfabetização, fazem parte da minha vida e estão encrustrado no mais íntimo, no mais profundo do meu ser. Pertenço a uma família espírita, do lado materno, embora eu, particularmente, nunca tenha seguido religião alguma. Minha mãe, dona Véglia Gonzalez Chiarelli era espírita. Filha do espanhol José Gonçalves, citado no vídeo, que foi maquinista da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Vovô Zezé, era assim que o chamávamos, aos 18 anos, sozinho, deixou a Espanha e, após muito caminhar, acabou se estabelecendo na Vila Tibério, em Ribeirão Preto. Casou-se com a também espanhola Izidra Leal e tiveram 9 filhos, um deles Mario Gonçalves, meu tio, pai de Mario Gonçalves Filho, meu primo, um dos apresentadores desse vídeo.
Quando me transporto para minha infância, meus olhos se enchem de lágrimas e do meu peito transborda afeto e gratidão. Foram tantas as pessoas com as quais convivi, todos muito sábios em sua simplicidade, seres humanos raros, dignos, seres humanos exemplares, seres humanos da melhor qualidade. Ao assistir a esse vídeo, ao ouvir a voz, ao sentir o respirar do sr. André Zolla, da sra. Maria Amélia de Souza Nunes e de Mario Gonçalves Filho, o Marinho, meu muito querido primo, tive a sensação de me conectar a cada uma daquelas pessoas do meu passado, personagens que povoaram a minha infância.
O sr. André, a sra. Maria Amélia e o Marinho, continuam o trabalho iniciado na Vila Tibério pela Dona Ana Pitta, pelo vovô Zezé, pela vovó Izidra e por tantos
e tantos outros espíritas que, há muito, já nos deixaram.
A mim, só me resta reverenciá-los e agradecê-los por tanta abnegação, por tanto altruísmo, por tanto amor ao próximo.
Adelidia Chiarelli
