terça-feira, 30 de setembro de 2014
Diálogos sobre o fim do mundo - Eliane Brum
Via El País
Por Eliane Brum
29.09.2014
Do Antropoceno à Idade da Terra, de Dilma Rousseff a Marina Silva, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a filósofa Déborah Danowski pensam o planeta e o Brasil a partir da degradação da vida causada pela mudança climática
Se alguns, entre os milhares que passaram pela calçada da Casa de Rui Barbosa, na semana de 15 a 19 de setembro, por um momento tivessem o ímpeto de entrar, talvez levassem um susto. Ou até se desesperassem. Durante cinco dias, debateu-se ali, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, algo que, apesar dos sinais cada vez mais evidentes, ainda parece distante das preocupações da maioria: a progressiva e cada vez mais rápida degradação da vida a partir da mudança climática. Pensadores de diversas áreas e de diferentes regiões do mundo discutiram o conceito de Antropoceno – o momento em que o homem deixa de ser agente biológico para se tornar uma força geológica, capaz de alterar a paisagem do planeta e comprometer sua própria sobrevivência como espécie e a dos outros seres vivos. Ou, dito de outro modo, o ponto de virada em que os humanos deixam de apenas temer a catástrofe para se tornar a catástrofe.
Continua!
Por Eliane Brum
29.09.2014
Do Antropoceno à Idade da Terra, de Dilma Rousseff a Marina Silva, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a filósofa Déborah Danowski pensam o planeta e o Brasil a partir da degradação da vida causada pela mudança climática
Se alguns, entre os milhares que passaram pela calçada da Casa de Rui Barbosa, na semana de 15 a 19 de setembro, por um momento tivessem o ímpeto de entrar, talvez levassem um susto. Ou até se desesperassem. Durante cinco dias, debateu-se ali, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, algo que, apesar dos sinais cada vez mais evidentes, ainda parece distante das preocupações da maioria: a progressiva e cada vez mais rápida degradação da vida a partir da mudança climática. Pensadores de diversas áreas e de diferentes regiões do mundo discutiram o conceito de Antropoceno – o momento em que o homem deixa de ser agente biológico para se tornar uma força geológica, capaz de alterar a paisagem do planeta e comprometer sua própria sobrevivência como espécie e a dos outros seres vivos. Ou, dito de outro modo, o ponto de virada em que os humanos deixam de apenas temer a catástrofe para se tornar a catástrofe.
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Ativistas vão à Justiça contra Levy Fidelix por fala homofóbica
Via El País
Por Talita Bedinelli
29.09.2014
Em debate eleitoral neste domingo, candidato fez declarações que igualaram gays a pedófilos, e acabou incitando o ódio ao dizer que é preciso enfrentar a minoria LGBT
Um dos candidatos mais caricaturais das eleições presidenciais brasileiras, Levy Fidelix, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), gerou revolta nas redes sociais, ao destilar palavras homofóbicas durante um debate promovido pela rede Record na noite do último domingo. Ele, agora, pode ter que se explicar na Justiça a uma representação por parte de grupos de ativistas.
Continua!
Por Talita Bedinelli
29.09.2014
Em debate eleitoral neste domingo, candidato fez declarações que igualaram gays a pedófilos, e acabou incitando o ódio ao dizer que é preciso enfrentar a minoria LGBT
Um dos candidatos mais caricaturais das eleições presidenciais brasileiras, Levy Fidelix, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), gerou revolta nas redes sociais, ao destilar palavras homofóbicas durante um debate promovido pela rede Record na noite do último domingo. Ele, agora, pode ter que se explicar na Justiça a uma representação por parte de grupos de ativistas.
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Una rara molécula hallada en el espacio apunta al origen interestelar de la vida
Via Tendências 21
Por Yaiza Martínez
29.11.2014
Rastreando el cosmos a una distancia de 27.000 años luz, un equipo de astrónomos ha descubierto una molécula orgánica inusual, pues tiene una estructura ramificada, en lugar de lineal como suele encontrarse en el cosmos. El hallazgo –como otros descubrimientos de investigaciones previas- sugiere que las moléculas complejas necesarias para la vida se habrían originado en el espacio interestelar. Por Yaiza Martínez.
Aqui!
Por Yaiza Martínez
29.11.2014
Rastreando el cosmos a una distancia de 27.000 años luz, un equipo de astrónomos ha descubierto una molécula orgánica inusual, pues tiene una estructura ramificada, en lugar de lineal como suele encontrarse en el cosmos. El hallazgo –como otros descubrimientos de investigaciones previas- sugiere que las moléculas complejas necesarias para la vida se habrían originado en el espacio interestelar. Por Yaiza Martínez.
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Royal Society investiga distribuição desigual de financiamento científico entre homens e mulheres
JC-Notícias/SBPC
29.09.2014
Reportagem de O Globo mostra que apenas duas cientistas foram contempladas pelo University Research Fellowships, enquanto 41 homens receberam benefício
(O Globo)
http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/royal-society-investiga-distribuicao-desigual-de-financiamento-cientifico-entre-homens-mulheres-14053780#ixzz3Ei9Dcikj
29.09.2014
Reportagem de O Globo mostra que apenas duas cientistas foram contempladas pelo University Research Fellowships, enquanto 41 homens receberam benefício
(O Globo)
http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/royal-society-investiga-distribuicao-desigual-de-financiamento-cientifico-entre-homens-mulheres-14053780#ixzz3Ei9Dcikj
Museu Amazônico expõe peças arqueológicas em exposição permanente
Via JC-Notícias/SBPC
29.09.2014
As peças arqueológicas que originalmente foram coletadas e catalogadas pela Divisão de Arqueologia marca a presença humana na região há milhares de anos
Cerca de 60 peças arqueológicas entre materiais de utensílios e de rituais compõem a exposição permanente `Encontrando a Amazônia Antiga’, do Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). As peças arqueológicas que originalmente foram coletadas e catalogadas pela Divisão de Arqueologia marca a presença humana na região há milhares de anos. O Museu Amazônico fica localizado na Rua Ramos Ferreira, 1036, Centro.
De acordo com a arqueóloga e curadora, professora Myrtle P. Shock, existem registros da ação humana na Amazônia a pelo menos 12 mil anos Antes de Cristo (AC), encontrados no Estado do Para e, mas recentemente no Amazonas, há 7 a 2 mil anos (AC). Segundo a curadora, a exposição é o resultado de 15 anos de trabalho que a Universidade vem desenvolvendo em vários sítios arqueológicos no Amazonas, como nas regiões dos municípios de Iranduba/Manacapuru, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Coari e Manaus.
Mytles Shock disse que o eixo orientador da exposição está voltado aos elementos da vida das pessoas que habitavam essas regiões, daí a origem do título da exposição `Encontrando a Amazônia Antiga’. Queremos mostrar a vida diária das pessoas, como elas viviam e o que faziam. Indo desde o preparo e cozimento de alimentos até os elementos de rituais e funerais, comenta a curadora.
Para ela, a fração mínima de material coletado é apenas uma `entrada ao conhecimento` de povos que viveram e consolidaram suas culturas, a partir da construção de sociedade que ocuparam espaços constituídos de até mil pessoas. Verdadeiras cidades, ressalta a pesquisadora.
Ela mostra artefatos encontrados no sítio arqueológica Dona Estella, entre os municípios de Iranduba/Manacapuru, referentes ao `Período da Pedra Lascada´ ou pré-história Cabralina na Amazônia, datados entre 7 a 6 mil anos AC. São pedras pequenas e grandes, lapidadas com função para cortar, perfurar e raspar . O amazonense deve ter orgulho do seu passado, pois existiram pessoas que já moravam na Amazônia antes mesmo das sociedades indígenas atuais em que desenvolviam tecnologias para atividades do dia a dia, como construção de moradia, cestaria, armas para caça e pesca, comenta a arqueóloga.
A urna fúnebre é outra peça da exposição que chama atenção do visitante que é atraído pela forma antropomórfica, ou seja, uma representação humana para deposito de restos mortais, como cinzas ou ossos do morto. Ela informa que as urnas funerárias existentes na Amazônia, servem como elemento para o segundo ritual fúnebre de morto.
Paralelo a exposição das peças milenares, o visitante vai encontrar a exposição de fotos que mostra todo o processo de pesquisa campo até a de laboratório desenvolvida pela equipe de pesquisadores da Divisão de Arqueologia, tendo a frente o arqueólogo Luciano Souza. A busca de vestígios nos sítios arqueológicos, a escavação do terreno, a logística de transporte e analise de materiais em laboratório compreende as atividades do arqueólogo que contribui para compreensão de uma realidade histórica.
O trabalho minucioso do arqueólogo se restringe a dois tipos de registros. O primeiro está voltado à pesquisa de material descartado pelo homem e o segundo deixado de forma proposital e, a partir daí, entender o que eles podem nos dizer, relata a arqueóloga, frisa a pesquisadora.
A diretora do Museu Amazônico, professora Maria Helena Ortolan, disse que a renovação da exposição `Encontrando a Amazônia Antiga` faz parte de um projeto de compreender o passado amazônico voltando para entender a contemporaneidade. Os arqueólogos podem pesquisar o passado, mas eles nos dão mais luz ao presente. Existiram povos que desenvolveram suas práticas e tecnologias que fazem da parte da historia dessa região e que deram margem para que pudéssemos ter a floresta preservada e todos às tecnologias, inclusive a social, finaliza a diretora.
(UFAM)
http://www.ufam.edu.br/index.php/2013-04-29-19-37-05/noticia/2989-museu-amazonico-expoe-pecas-arqueologicas-em-exposicao-permanente
29.09.2014
As peças arqueológicas que originalmente foram coletadas e catalogadas pela Divisão de Arqueologia marca a presença humana na região há milhares de anos
Cerca de 60 peças arqueológicas entre materiais de utensílios e de rituais compõem a exposição permanente `Encontrando a Amazônia Antiga’, do Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). As peças arqueológicas que originalmente foram coletadas e catalogadas pela Divisão de Arqueologia marca a presença humana na região há milhares de anos. O Museu Amazônico fica localizado na Rua Ramos Ferreira, 1036, Centro.
De acordo com a arqueóloga e curadora, professora Myrtle P. Shock, existem registros da ação humana na Amazônia a pelo menos 12 mil anos Antes de Cristo (AC), encontrados no Estado do Para e, mas recentemente no Amazonas, há 7 a 2 mil anos (AC). Segundo a curadora, a exposição é o resultado de 15 anos de trabalho que a Universidade vem desenvolvendo em vários sítios arqueológicos no Amazonas, como nas regiões dos municípios de Iranduba/Manacapuru, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Coari e Manaus.
Mytles Shock disse que o eixo orientador da exposição está voltado aos elementos da vida das pessoas que habitavam essas regiões, daí a origem do título da exposição `Encontrando a Amazônia Antiga’. Queremos mostrar a vida diária das pessoas, como elas viviam e o que faziam. Indo desde o preparo e cozimento de alimentos até os elementos de rituais e funerais, comenta a curadora.
Para ela, a fração mínima de material coletado é apenas uma `entrada ao conhecimento` de povos que viveram e consolidaram suas culturas, a partir da construção de sociedade que ocuparam espaços constituídos de até mil pessoas. Verdadeiras cidades, ressalta a pesquisadora.
Ela mostra artefatos encontrados no sítio arqueológica Dona Estella, entre os municípios de Iranduba/Manacapuru, referentes ao `Período da Pedra Lascada´ ou pré-história Cabralina na Amazônia, datados entre 7 a 6 mil anos AC. São pedras pequenas e grandes, lapidadas com função para cortar, perfurar e raspar . O amazonense deve ter orgulho do seu passado, pois existiram pessoas que já moravam na Amazônia antes mesmo das sociedades indígenas atuais em que desenvolviam tecnologias para atividades do dia a dia, como construção de moradia, cestaria, armas para caça e pesca, comenta a arqueóloga.
A urna fúnebre é outra peça da exposição que chama atenção do visitante que é atraído pela forma antropomórfica, ou seja, uma representação humana para deposito de restos mortais, como cinzas ou ossos do morto. Ela informa que as urnas funerárias existentes na Amazônia, servem como elemento para o segundo ritual fúnebre de morto.
Paralelo a exposição das peças milenares, o visitante vai encontrar a exposição de fotos que mostra todo o processo de pesquisa campo até a de laboratório desenvolvida pela equipe de pesquisadores da Divisão de Arqueologia, tendo a frente o arqueólogo Luciano Souza. A busca de vestígios nos sítios arqueológicos, a escavação do terreno, a logística de transporte e analise de materiais em laboratório compreende as atividades do arqueólogo que contribui para compreensão de uma realidade histórica.
O trabalho minucioso do arqueólogo se restringe a dois tipos de registros. O primeiro está voltado à pesquisa de material descartado pelo homem e o segundo deixado de forma proposital e, a partir daí, entender o que eles podem nos dizer, relata a arqueóloga, frisa a pesquisadora.
A diretora do Museu Amazônico, professora Maria Helena Ortolan, disse que a renovação da exposição `Encontrando a Amazônia Antiga` faz parte de um projeto de compreender o passado amazônico voltando para entender a contemporaneidade. Os arqueólogos podem pesquisar o passado, mas eles nos dão mais luz ao presente. Existiram povos que desenvolveram suas práticas e tecnologias que fazem da parte da historia dessa região e que deram margem para que pudéssemos ter a floresta preservada e todos às tecnologias, inclusive a social, finaliza a diretora.
(UFAM)
http://www.ufam.edu.br/index.php/2013-04-29-19-37-05/noticia/2989-museu-amazonico-expoe-pecas-arqueologicas-em-exposicao-permanente
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Casos de estupro têm se multiplicado em universidades do país
Fantástico
28.09.2014
A atitude de um grupo de estudantes de uma universidade pública em Minas Gerais gerou polêmica. Eles cantaram uma música que incentiva o estupro em um lugar onde havia outras estudantes. Essa história aconteceu na mesma semana em que uma universitária americana chamou a atenção pela forma como resolveu protestar contra um suposto agressor sexual.
Belo Horizonte, sábado passado. As amigas Luísa e Marcela estavam em um bar. “Foram chegando outros jovens também e muitos deles identificados com a camisa da Bateria Engrenada da UFMG”, conta Luísa Turbino, estudante da UFMG.
A bateria é um grupo musical formado por estudantes de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse tipo de grupo - ou charanga, como também é chamado - se apresenta em festas da faculdade. Só que as músicas, naquela noite, chamaram a atenção.
“Eram músicas de conteúdo sexual que denegriam as mulheres. Principalmente de outras universidades”, lembra Marcela Linhares, analista internacional.
“Em determinado momento começou um grupo menor, começou a cantar a frase: ‘Não é estupro, é sexo surpresa’”, afirma Luísa.
Continua!
***
Comentário básico:
Canalhas!!!!!
Lugar de estuprador é na cadeia!!!!!
Adelidia Chiarelli
28.09.2014
A atitude de um grupo de estudantes de uma universidade pública em Minas Gerais gerou polêmica. Eles cantaram uma música que incentiva o estupro em um lugar onde havia outras estudantes. Essa história aconteceu na mesma semana em que uma universitária americana chamou a atenção pela forma como resolveu protestar contra um suposto agressor sexual.
Belo Horizonte, sábado passado. As amigas Luísa e Marcela estavam em um bar. “Foram chegando outros jovens também e muitos deles identificados com a camisa da Bateria Engrenada da UFMG”, conta Luísa Turbino, estudante da UFMG.
A bateria é um grupo musical formado por estudantes de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse tipo de grupo - ou charanga, como também é chamado - se apresenta em festas da faculdade. Só que as músicas, naquela noite, chamaram a atenção.
“Eram músicas de conteúdo sexual que denegriam as mulheres. Principalmente de outras universidades”, lembra Marcela Linhares, analista internacional.
“Em determinado momento começou um grupo menor, começou a cantar a frase: ‘Não é estupro, é sexo surpresa’”, afirma Luísa.
Continua!
***
Comentário básico:
Canalhas!!!!!
Lugar de estuprador é na cadeia!!!!!
Adelidia Chiarelli
O paulistano que sempre diz não
Via El País
Por María Martín
27.09.2014
Acontece em São Paulo um fenômeno intrigante. De tempos em tempos um abaixo-assinado acaba tendo tanta ou mais repercussão que uma iniciativa da Avaaz.org contra a mudança climática. Essas petições, geralmente assinadas por moradores endinheirados, viajados e com diplomas universitários, não pedem mais segurança nas ruas, nem salários dignos para seus empregados, nem a interrupção do trânsito nos fins de semana para poder passear, nem mesmo o fechamento de enormes shoppings que asfixiam a vida do bairro. O que querem é acabar com aquilo que moradores de qualquer cidade do mundo gostariam: estações de metrô, ciclovias, ônibus mais rápidos e, agora, um museu.
Continua!
Por María Martín
27.09.2014
Acontece em São Paulo um fenômeno intrigante. De tempos em tempos um abaixo-assinado acaba tendo tanta ou mais repercussão que uma iniciativa da Avaaz.org contra a mudança climática. Essas petições, geralmente assinadas por moradores endinheirados, viajados e com diplomas universitários, não pedem mais segurança nas ruas, nem salários dignos para seus empregados, nem a interrupção do trânsito nos fins de semana para poder passear, nem mesmo o fechamento de enormes shoppings que asfixiam a vida do bairro. O que querem é acabar com aquilo que moradores de qualquer cidade do mundo gostariam: estações de metrô, ciclovias, ônibus mais rápidos e, agora, um museu.
Continua!
Obras prometidas para a Copa ficam para as Olimpíadas de 2016
Via blog do Noblat
28.09.2014
André Borges e Lu Aiko Otta, Estadão
A Copa do Mundo já passou, mas há um conjunto de obras prometidas ainda para o Mundial que só ficará pronto, com sorte, para a Olimpíada de 2016. Algumas das obras selecionadas em levantamento feito pelo ‘Estado’, cujos investimentos somam R$ 3,2 bilhões, não têm nem data para a conclusão. Outras foram abandonadas no meio do caminho pelas construtoras.
O atraso atinge, sobretudo, os empreendimentos de mobilidade, que foram “vendidos” à população como o principal legado dos grandes eventos. Os dados globais de gastos com a Copa, reunidos pela Controladoria-Geral da União (CGU), confirmam a lentidão governamental. O órgão monitora o andamento de 324 ações voltadas ao Mundial, entre obras e programas como o de segurança e informação ao turista.
Leia mais em Obras prometidas para a Copa ficam para as Olimpíadas de 2016
28.09.2014
André Borges e Lu Aiko Otta, Estadão
A Copa do Mundo já passou, mas há um conjunto de obras prometidas ainda para o Mundial que só ficará pronto, com sorte, para a Olimpíada de 2016. Algumas das obras selecionadas em levantamento feito pelo ‘Estado’, cujos investimentos somam R$ 3,2 bilhões, não têm nem data para a conclusão. Outras foram abandonadas no meio do caminho pelas construtoras.
O atraso atinge, sobretudo, os empreendimentos de mobilidade, que foram “vendidos” à população como o principal legado dos grandes eventos. Os dados globais de gastos com a Copa, reunidos pela Controladoria-Geral da União (CGU), confirmam a lentidão governamental. O órgão monitora o andamento de 324 ações voltadas ao Mundial, entre obras e programas como o de segurança e informação ao turista.
Leia mais em Obras prometidas para a Copa ficam para as Olimpíadas de 2016
sábado, 27 de setembro de 2014
Força-tarefa internacional fará diagnóstico sobre polinização no mundo
Via Agência FAPESP
Por Elton Alisson
23.09.2014
Agência FAPESP – Um grupo de 75 pesquisadores de diversos países-membros da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), que reúne 119 nações de todas as regiões do mundo, fará uma avaliação global sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos.
O escopo do projeto foi apresentado na última quarta-feira (17/09) em São Paulo, no auditório da FAPESP, em um encontro de integrantes do organismo intergovernamental independente, voltado a organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no mundo e os serviços ecossistêmicos.
“A ideia do trabalho é avaliar todo o conhecimento existente sobre polinização no mundo e identificar estudos necessários na área para auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação desse e de outros serviços ecossistêmicos prestados pelos animais polinizadores”, disse Vera Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS), à Agência FAPESP.
“Já estamos conhecendo melhor o problema [da crise da polinização no mundo]. Agora, precisamos identificar soluções”, disse a pesquisadora, que coordena a avaliação ao lado de Simon Potts, professor da University of Reading, do Reino Unido.
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Por Elton Alisson
23.09.2014
Agência FAPESP – Um grupo de 75 pesquisadores de diversos países-membros da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), que reúne 119 nações de todas as regiões do mundo, fará uma avaliação global sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos.
O escopo do projeto foi apresentado na última quarta-feira (17/09) em São Paulo, no auditório da FAPESP, em um encontro de integrantes do organismo intergovernamental independente, voltado a organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no mundo e os serviços ecossistêmicos.
“A ideia do trabalho é avaliar todo o conhecimento existente sobre polinização no mundo e identificar estudos necessários na área para auxiliar os tomadores de decisão dos países a formular políticas públicas para a preservação desse e de outros serviços ecossistêmicos prestados pelos animais polinizadores”, disse Vera Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITVDS), à Agência FAPESP.
“Já estamos conhecendo melhor o problema [da crise da polinização no mundo]. Agora, precisamos identificar soluções”, disse a pesquisadora, que coordena a avaliação ao lado de Simon Potts, professor da University of Reading, do Reino Unido.
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sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Com floresta, sem fauna
Via Revista Pesquisa FAPESP
Por REINALDO JOSÉ LOPES
Edição 223 - Setembro de 2014
Declínio de populações de animais é um problema tão sério quanto o desmatamento
A divulgação anual dos números do desmatamento é crucial para estimar a ameaça a esses biomas, mas traça um retrato incompleto da situação. Mesmo em áreas não desmatadas, a defaunação – como é conhecida a diminuição acentuada da população de animais – avança a passos largos, representando um problema tão importante e difícil de controlar quanto o desmate, segundo um artigo publicado em julho deste ano na revista Science.
O trabalho, coordenado pelo mexicano Rodolfo Dirzo, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, tem entre seus coautores Mauro Galetti, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, colaborador de longa data da equipe norte-americana. A revisão na Science reforça o que Galetti e seus colegas no Brasil têm demonstrado nos últimos anos, em especial na mata atlântica: o crescente empobrecimento faunístico dos ecossistemas. “São áreas não desmatadas que estão vazias de animais, inicialmente por causa da pressão da caça, que continua muito presente, mas também por uma série de outros fatores como o corte do palmito juçara, uma importante fonte de alimento para a fauna”, afirma Galetti. O grupo liderado por Dirzo calcula que, no mundo todo, as espécies de vertebrados tenham perdido, em média, pouco menos de um terço de sua população dos anos 1970 para cá. Alguns vertebrados são atingidos de forma mais severa – mais de 40% das espécies de anfíbios, por exemplo, são consideradas ameaçadas, ante 17% das aves.
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Por REINALDO JOSÉ LOPES
Edição 223 - Setembro de 2014
Declínio de populações de animais é um problema tão sério quanto o desmatamento
A divulgação anual dos números do desmatamento é crucial para estimar a ameaça a esses biomas, mas traça um retrato incompleto da situação. Mesmo em áreas não desmatadas, a defaunação – como é conhecida a diminuição acentuada da população de animais – avança a passos largos, representando um problema tão importante e difícil de controlar quanto o desmate, segundo um artigo publicado em julho deste ano na revista Science.
O trabalho, coordenado pelo mexicano Rodolfo Dirzo, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, tem entre seus coautores Mauro Galetti, do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, colaborador de longa data da equipe norte-americana. A revisão na Science reforça o que Galetti e seus colegas no Brasil têm demonstrado nos últimos anos, em especial na mata atlântica: o crescente empobrecimento faunístico dos ecossistemas. “São áreas não desmatadas que estão vazias de animais, inicialmente por causa da pressão da caça, que continua muito presente, mas também por uma série de outros fatores como o corte do palmito juçara, uma importante fonte de alimento para a fauna”, afirma Galetti. O grupo liderado por Dirzo calcula que, no mundo todo, as espécies de vertebrados tenham perdido, em média, pouco menos de um terço de sua população dos anos 1970 para cá. Alguns vertebrados são atingidos de forma mais severa – mais de 40% das espécies de anfíbios, por exemplo, são consideradas ameaçadas, ante 17% das aves.
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Morre Luiz Hildebrando Pereira da Silva, aos 86 anos
Via Revista FAPESP
Morreu ontem (24) em São Paulo, por volta das 20h, o pesquisador e médico sanitarista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, aos 86 anos de idade. Ele estava internado há algumas semanas no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, por conta de uma pneumonia. Hildebrando não reagiu ao tratamento e teve falência múltipla dos órgãos. O corpo do professor será cremado em São Paulo, na presença apenas de familiares e amigos, informou Erney Plessmann de Camargo, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e amigo de Hildebrando há mais de 50 anos. “Conheci Hildebrando na Faculdade de Medicina da USP em 1959 e desde então trabalhamos juntos em diversas pesquisas”, disse Camargo, que nos anos 1990 colaborou com Hildebrando em estudos sobre a malária em Rondônia.
Professor-emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Universidade Federal de Rondônia, era um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo. Ele passou a maior parte da carreira trabalhando na França, no Instituto Pasteur, para onde se mudou depois de ser perseguido e demitido pelo governo militar instituído no país em 1964, quando exercia o cargo de professor associado da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Voltou ao Brasil em meados dos anos 1990, e passou a trabalhar em pesquisas sobre a malária em Rondônia.
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Edição Online
25 de setembro de 2014
O cientista foi um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo
O cientista foi um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo
Morreu ontem (24) em São Paulo, por volta das 20h, o pesquisador e médico sanitarista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, aos 86 anos de idade. Ele estava internado há algumas semanas no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, por conta de uma pneumonia. Hildebrando não reagiu ao tratamento e teve falência múltipla dos órgãos. O corpo do professor será cremado em São Paulo, na presença apenas de familiares e amigos, informou Erney Plessmann de Camargo, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e amigo de Hildebrando há mais de 50 anos. “Conheci Hildebrando na Faculdade de Medicina da USP em 1959 e desde então trabalhamos juntos em diversas pesquisas”, disse Camargo, que nos anos 1990 colaborou com Hildebrando em estudos sobre a malária em Rondônia.
Professor-emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Universidade Federal de Rondônia, era um dos mais respeitados especialistas em doenças tropicais do mundo. Ele passou a maior parte da carreira trabalhando na França, no Instituto Pasteur, para onde se mudou depois de ser perseguido e demitido pelo governo militar instituído no país em 1964, quando exercia o cargo de professor associado da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Voltou ao Brasil em meados dos anos 1990, e passou a trabalhar em pesquisas sobre a malária em Rondônia.
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Sem chuva, cota do Cantareira acaba em 21 de novembro, diz secretário
Via G1
25.09.2014
Arce afirmou que captação de nova cota só ocorre após nível atual zerar.
Sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande SP.
O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quinta-feira (25) que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria (...) até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.
Apesar de o secretário ter citado especificamente a contagem regressiva de 52 dias, o total é diferente. Se contado o intervalo entre esta quinta e o dia 20 de novembro, seriam 57 dias ainda com abastecimento da atual cota do volume morto.
Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando a cota atualmente em uso se esgotar.
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25.09.2014
Arce afirmou que captação de nova cota só ocorre após nível atual zerar.
Sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande SP.
O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quinta-feira (25) que o atual volume de água do Sistema Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual volume do Cantareira nos garantiria (...) até o dia 21 de novembro com o volume que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.
Apesar de o secretário ter citado especificamente a contagem regressiva de 52 dias, o total é diferente. Se contado o intervalo entre esta quinta e o dia 20 de novembro, seriam 57 dias ainda com abastecimento da atual cota do volume morto.
Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando a cota atualmente em uso se esgotar.
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quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Nascente do Rio São Francisco secou, afirma diretor de Parque
Via O Tempo
Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Continua!
olhos d´água...
olhos d´água...
só restarão os teus,
só restarão os meus.
Adelidia Chiarelli
Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
QUEILA ARIADNE
23.09.2014
Pela primeira vez na história, a nascente do rio São Francisco, situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, está completamente seca. O acontecimento é simbólico, mas não significa, necessariamente, que o curso do rio será interrompido mais adiante.
"Não afeta todo o rio porque ele é muito grande, tem outros tributários que vão ajudando a mantê-lo. A gravidade maior é a seca. É uma questão simbólica", diz o diretor do parque, Luiz Arthur Castanheira.
Segundo Castanheira, a falta de água na nascente do rio, que tem 2.700 km de extensão e atravessa seis Estados e o Distrito Federal, foi detectada por funcionários da unidade, que visitam o local diariamente. "O pessoal mais antigo aqui do parque está assustado [com a seca]", diz. O rio nasce a cerca de 1.200 metros de altitude, em um dos pontos mais altos do parque, que tem 200 mil hectares de área.
A água brota de diversos "olhos d'água" e pequenos riachos que formam a nascente do Velho Chico, como o rio é afetuosamente chamado. "Se a nascente seca, [o rio] vai ficar com pouca água até o primeiro desaguar de outro rio [no São Francisco]", explica o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Ele não soube dizer em que ponto isso ocorre.
Pela primeira vez na história, a nascente do rio São Francisco, situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, está completamente seca. O acontecimento é simbólico, mas não significa, necessariamente, que o curso do rio será interrompido mais adiante.
"Não afeta todo o rio porque ele é muito grande, tem outros tributários que vão ajudando a mantê-lo. A gravidade maior é a seca. É uma questão simbólica", diz o diretor do parque, Luiz Arthur Castanheira.
Segundo Castanheira, a falta de água na nascente do rio, que tem 2.700 km de extensão e atravessa seis Estados e o Distrito Federal, foi detectada por funcionários da unidade, que visitam o local diariamente. "O pessoal mais antigo aqui do parque está assustado [com a seca]", diz. O rio nasce a cerca de 1.200 metros de altitude, em um dos pontos mais altos do parque, que tem 200 mil hectares de área.
A água brota de diversos "olhos d'água" e pequenos riachos que formam a nascente do Velho Chico, como o rio é afetuosamente chamado. "Se a nascente seca, [o rio] vai ficar com pouca água até o primeiro desaguar de outro rio [no São Francisco]", explica o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Ele não soube dizer em que ponto isso ocorre.
Continua!
olhos d´água...
olhos d´água...
só restarão os teus,
só restarão os meus.
Adelidia Chiarelli
Higgs, o Bóson e a Amazônia
Por Ennio Candotti
JC-Notícias/SBPC
Por Ennio Candotti
24.09.2014
Ennio Candotti indica que recursos do Polo Industrial deveriam estar sendo melhor aplicados em grandes laboratórios na região
A Amazônia é um grande Laboratório Natural à espera de pesquisadores interessados em decifrar os segredos e revelar ‘Bósons’ que ela esconde. Há recursos à espera de ideias e ideais.
Vejamos alguns exemplos:
A Amazônia é um laboratório de grandes dimensões para o estudo das águas, seu movimento na superfície, na atmosfera e os aquíferos no subsolo (que se estima serem maiores do que o Guarani). Um tanque para estudo da dinâmica fluvial poderia ser construído para esses estudos semelhante ao tanque oceânico da Coppe UFRJ. Permitiria modelar a dinâmica das águas e o formato das embarcações.
É também um laboratório para o estudo das formas de exploração da energia tanto a de origem solar, da biomassa, ou da energia que tem origem no lento movimento de uma grande quantidade de água, em sucessivas cheias e vazantes.
É um imenso campo de estudos (legislação permitindo) na área da microbiologia, toxinas, fungos, fotossintese etc. que têm múltiplas funções e aplicações. O mesmo pode-se dizer dos peixes e da vida aquática, bem como dos polinizadores, pólens, resinas, folhas e tubérculos comestíveis.
Já existem Institutos dedicados a essas questões: o INPA em Manaus e o Museu Goeldi em Belém. Nenhum deles, no entanto, conta com um grande Banco de Sementes e Microrganismos, com áreas refrigeradas, semelhante ao do Kew Garden de Londres. Um Banco de Sementes, que interessa a todos os países da bacia amazônica.
É um laboratório privilegiado para o estudo das telecomunicações em X ambientes úmidos, da engenharia de portos e logística e das eclusas do transporte fluvial. Um campo de provas para a hidroaviação (com milhares de km de pistas de aterrisagem), útil para o transporte rápido de médicos, acidentados, professores e estudantes, entre as vilas e comunidades ribeirinhas.
As cidades e povoados da Amazônia, com as dificuldades de prover seu abastecimento, de água e alimentos, de transporte e energia, revelam um laboratório de desafios socioambientais de grande porte. Nele a arquitetura teria oportunidade de desenhar moradias, pensar a organização dos espaços em função dos rios e meandros, das enchentes e vazantes, e dos desafios do saneamento em áreas de floresta inundada (500 000 km2 anualmente inundados!). A cartografia poderia desenhar um novo ordenamento social e territorial.
A Amazônia é também um grande laboratório de culturas milenares, que devem ser melhor estudadas e entendidas em seu passado e presente. Culturas que preservaram cultivares e encontraram modos de sobreviver, de fabricar utensílios, de construir casas, de plantar e se alimentar, de cuidar da saúde. Culturas milenares que chegaram até nossos dias, vivendo na grande floresta.
Não há novidades no que foi dito acima, a novidade é poder afirmar que na Amazônia há recursos disponíveis para contratar pesquisadores e financiar a criação e a manutenção dos seis Grandes Laboratórios Naturais mencionados (que poderiam, em alguns casos , ser pensados de modo semelhante aos INCTs) e outros mais. A legislação, que permite isenções fiscais às empresas de informática que se instalam no Polo Industrial de Manaus, determina que elas devem investir 5% de seu faturamento em qualquer área da pesquisa e do desenvolvimento científico e tecnológico.
O objetivo da legislação, criada em 1991 com o apoio da SBPC, é o de promover o conhecimento científico da biodiversidade da Amazônia, promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação nas empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, a formação de recursos humanos especializados e o desenvolvimento sustentável (econômico-social-ambiental) da região.
Em 2013 esses recursos somaram R$ 800 milhões e em 2014, estima-se, podem chegar a R$ 1 bilhão (em um ano!). No entanto esses recursos têm sido utilizados sem avaliação rigorosa dos projetos submetidos para financiamento e sem uma severa avaliação técnica dos resultados alcançados (patentes, inovações, doutorados, artigos científicos, melhora do IDH da região). Investimentos de recursos que têm origem em renúncia fiscal.
Trata-se de um grande volume de recursos, suficiente para atender a demandas qualificadas e também implantar e manter os mencionados laboratórios no “Grande Acelerador Natural de Conhecimento da Amazônia”. Há nele muitos bosons de Higgs à espera de serem revelados.
E…para revelar os Bósons, é só relevar os recursos, diria Millôr.
Ennio Candotti é físico, diretor geral do Museu da Amazônia (Manaus) e vice-presidente da SBPC
Por Ennio Candotti
24.09.2014
Ennio Candotti indica que recursos do Polo Industrial deveriam estar sendo melhor aplicados em grandes laboratórios na região
A Amazônia é um grande Laboratório Natural à espera de pesquisadores interessados em decifrar os segredos e revelar ‘Bósons’ que ela esconde. Há recursos à espera de ideias e ideais.
Vejamos alguns exemplos:
A Amazônia é um laboratório de grandes dimensões para o estudo das águas, seu movimento na superfície, na atmosfera e os aquíferos no subsolo (que se estima serem maiores do que o Guarani). Um tanque para estudo da dinâmica fluvial poderia ser construído para esses estudos semelhante ao tanque oceânico da Coppe UFRJ. Permitiria modelar a dinâmica das águas e o formato das embarcações.
É também um laboratório para o estudo das formas de exploração da energia tanto a de origem solar, da biomassa, ou da energia que tem origem no lento movimento de uma grande quantidade de água, em sucessivas cheias e vazantes.
É um imenso campo de estudos (legislação permitindo) na área da microbiologia, toxinas, fungos, fotossintese etc. que têm múltiplas funções e aplicações. O mesmo pode-se dizer dos peixes e da vida aquática, bem como dos polinizadores, pólens, resinas, folhas e tubérculos comestíveis.
Já existem Institutos dedicados a essas questões: o INPA em Manaus e o Museu Goeldi em Belém. Nenhum deles, no entanto, conta com um grande Banco de Sementes e Microrganismos, com áreas refrigeradas, semelhante ao do Kew Garden de Londres. Um Banco de Sementes, que interessa a todos os países da bacia amazônica.
É um laboratório privilegiado para o estudo das telecomunicações em X ambientes úmidos, da engenharia de portos e logística e das eclusas do transporte fluvial. Um campo de provas para a hidroaviação (com milhares de km de pistas de aterrisagem), útil para o transporte rápido de médicos, acidentados, professores e estudantes, entre as vilas e comunidades ribeirinhas.
As cidades e povoados da Amazônia, com as dificuldades de prover seu abastecimento, de água e alimentos, de transporte e energia, revelam um laboratório de desafios socioambientais de grande porte. Nele a arquitetura teria oportunidade de desenhar moradias, pensar a organização dos espaços em função dos rios e meandros, das enchentes e vazantes, e dos desafios do saneamento em áreas de floresta inundada (500 000 km2 anualmente inundados!). A cartografia poderia desenhar um novo ordenamento social e territorial.
A Amazônia é também um grande laboratório de culturas milenares, que devem ser melhor estudadas e entendidas em seu passado e presente. Culturas que preservaram cultivares e encontraram modos de sobreviver, de fabricar utensílios, de construir casas, de plantar e se alimentar, de cuidar da saúde. Culturas milenares que chegaram até nossos dias, vivendo na grande floresta.
Não há novidades no que foi dito acima, a novidade é poder afirmar que na Amazônia há recursos disponíveis para contratar pesquisadores e financiar a criação e a manutenção dos seis Grandes Laboratórios Naturais mencionados (que poderiam, em alguns casos , ser pensados de modo semelhante aos INCTs) e outros mais. A legislação, que permite isenções fiscais às empresas de informática que se instalam no Polo Industrial de Manaus, determina que elas devem investir 5% de seu faturamento em qualquer área da pesquisa e do desenvolvimento científico e tecnológico.
O objetivo da legislação, criada em 1991 com o apoio da SBPC, é o de promover o conhecimento científico da biodiversidade da Amazônia, promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação nas empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, a formação de recursos humanos especializados e o desenvolvimento sustentável (econômico-social-ambiental) da região.
Em 2013 esses recursos somaram R$ 800 milhões e em 2014, estima-se, podem chegar a R$ 1 bilhão (em um ano!). No entanto esses recursos têm sido utilizados sem avaliação rigorosa dos projetos submetidos para financiamento e sem uma severa avaliação técnica dos resultados alcançados (patentes, inovações, doutorados, artigos científicos, melhora do IDH da região). Investimentos de recursos que têm origem em renúncia fiscal.
Trata-se de um grande volume de recursos, suficiente para atender a demandas qualificadas e também implantar e manter os mencionados laboratórios no “Grande Acelerador Natural de Conhecimento da Amazônia”. Há nele muitos bosons de Higgs à espera de serem revelados.
E…para revelar os Bósons, é só relevar os recursos, diria Millôr.
Ennio Candotti é físico, diretor geral do Museu da Amazônia (Manaus) e vice-presidente da SBPC
Seis décadas dedicadas ao estudo de doenças nos trópicos
Via JC-Notícias/SBPC
24.09.2014
SBMT entrevista um dos principais contribuintes nos estudos de patologias como esquistossomose, Chagas e calazar
O principal homenageado na abertura do 50º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP 2014), que ocorreu no final de agosto em Rio Branco (AC), foi um dos maiores contribuintes na área de patologia no Brasil, doutor Zilton de Araújo Andrade, que estudou doenças como esquistossomose, Chagas e calazar (leishmaniose visceral).
Ele foi o vencedor do Prêmio Pesquisador Sênior da SBMT – uma honraria, aliás, que ele faz questão de dividir com outra grande cientista brasileira, a sua esposa doutora Sônia Gomes Andrade, com quem trabalha em pesquisas há seis décadas. Aliás, esta entrevista conta com a participação de ambos, devidamente creditados nas respostas. Ainda hoje, aos 90 anos, o Dr. Zilton contribui na formação de alunos e professores.
Ao longo de sua carreira, foi ainda autor de 34 capítulos de livros, 14 dos quais publicados no exterior e editor de quatro livros publicados no Brasil. Seus numerosos trabalhos científicos resultaram em conceitos que norteiam o conhecimento de moléstias tropicais de grande relevância para o País. Destacam-se as questões referentes à progressão e regressão da fibrose hepática e da angiogênese, inicialmente estudadas na esquistossomose mansônica e atualmente aplicadas a outras entidades nosológicas.
SBMT: Nesses 64 anos de trabalho acadêmico, quais foram as principais contribuições dadas à ciência?
Dr. Zilton: Sempre foi na área de doenças tropicais. No Hospital Edgar Santos, em que trabalhei, via casos de indivíduos com mielorradiculopatia esquistossomótica, que é uma forma grave da esquistossomose (infecção causada pelo S. mansoni e que afeta muitos indivíduos no Nordeste brasileiro. Isso me chamava a atenção porque era uma doença muito disseminada no estado da Bahia. As formas graves, felizmente eram relativamente raras. O meu interesse pela doença me fez ganhar uma bolsa de estudos para passar um ano, em 1961, no Mount Sinai Hospital (New York City, USA), onde trabalhei durante um ano sob a orientação do famoso hepatologista Dr. Hans Popper. Aí pude fazer uma investigação quanto à patologia do fígado, principal órgão afetado pela esquistossomose de Manson, o que me possibilitou os estudos, sobretudo das alterações vasculares que a enfermidade causa no órgão. Outra enfermidade parasitária que me chamou muito a atenção foi a doença de Chagas, devido à sua alta frequência entre os casos de autópsias no Hospital Universitário. Estes casos foram minuciosamente estudados na sua patologia trazendo importantes informações sobre esta doença. Este trabalho foi feito em colaboração com a minha esposa Sonia G. Andrade em um dos primeiros números no boletim da Fundação Gonçalo Moniz – instituição que hoje faz parte da Fundação Oswaldo Cruz.
SBMT: Quais foram as linhas de pesquisa quanto à doença de Chagas?
Dr. Zilton: A sistematização das lesões que ocorriam nos indivíduos infectados, o que já havia sido estudado por Carlos Chagas. Mas houve a possibilidade de esclarecer e acrescentar novos dados a antigos problemas. Esses trabalhos foram em auxílio ao grande conhecimento que já vinha se formando sobre a patologia da doença de Chagas.
Drª. Sônia: Acrescentaria ao que você disse o fato de que esses casos humanos foram estudados em pacientes internados em um Hospital Universitário com todas as manifestações clínicas bem estudadas e registradas, com informações sobre se os pacientes tinham sido tratados ou não. Ou seja, uma grande contribuição no sentido de interpretar a doença e de sua evolução, até o óbito. Ou nos casos cirúrgicos, se poderia também interpretar lesões que não levavam à morte, mas a cirurgia mostrava a patologia que estava ali envolvida, o porquê da pessoa estar doente. Muita gente pensa que essa é só doença do coração, mas na realidade ela afeta outros importantes setores do organismo, como o tubo digestivo (megas) e o tecido nervoso central e periférico.
SBMT: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Dr. Zilton: Foi quando trabalhávamos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia e estudávamos esses casos em mesas de autópsia. Fazíamos sessões anátomo-clínicas com os estudantes, discutíamos muitos aspectos e tivemos a oportunidade de contribuir para esclarecer vários assuntos, acentuar os conhecimentos de outros temas relativos à patogenia e às lesões causadas nos órgãos por doenças, como calazar, doença de Chagas e esquistossomose.
SBMT: Qual foi a sua linha de trabalho em relação ao calazar?
Dr. Zilton: Foi um período onde ocorreram descobertas de muitos casos clínicos de uma hora para a outra. Era uma doença a qual, na época, ninguém se referia – era coisa do passado. Sabia-se que existia, mas em locais como a Grécia, a Itália e a Síria. Mas os registros apareceram e foi identificada uma patologia importante para os brasileiros. Então várias pessoas começaram a se dedicar ao problema. Gostaria de acrescentar que o pioneiro destes estudos na época foi o doutor Aluizio Prata, que começou a estudar essa doença na Bahia com a colaboração de outros cientistas. Ele me dizia: “Tem que estudar o calazar, é importante também”. E foi aí que comecei a me interessar pelo tema. O Dr. Prata me estimulou para que eu fizesse uma Tese de Livre Docência diretamente sobre os estudos que fizemos relacionados com o calazar. A contribuição brasileira foi muito grande, pois ocorreu em uma época em que muitos estudos sobre essa enfermidade foram publicados por diferentes pesquisadores brasileiros.
SBMT: Atualmente, o que o senhor acha que precisa melhorar nos estudos das doenças tropicais?
Dr. Zilton: Os brasileiros têm produzido pesquisas muito interessantes sobre essas enfermidades. Há um estímulo geral e acho que os avanços agora dependem das ações de governo, para tomar medidas preventivas a partir da base científica produzida pelos pioneiros. Base essa que hoje permite aos patologistas e parasitologistas fazerem estudos para ter excelente material de discussão com os seus alunos.
SBMT: Mesmo aposentado, o senhor continua atuante no meio científico?
Dr. Zilton: O meu papel principal hoje está na formação de professores e de pesquisadores por meio de cursos de pós-graduação. Hoje em dia, essas atividades são desenvolvidas em um ritmo muito menor, mas ainda são bem estimulantes para mim.
(SBTM)
24.09.2014
SBMT entrevista um dos principais contribuintes nos estudos de patologias como esquistossomose, Chagas e calazar
O principal homenageado na abertura do 50º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP 2014), que ocorreu no final de agosto em Rio Branco (AC), foi um dos maiores contribuintes na área de patologia no Brasil, doutor Zilton de Araújo Andrade, que estudou doenças como esquistossomose, Chagas e calazar (leishmaniose visceral).
Ele foi o vencedor do Prêmio Pesquisador Sênior da SBMT – uma honraria, aliás, que ele faz questão de dividir com outra grande cientista brasileira, a sua esposa doutora Sônia Gomes Andrade, com quem trabalha em pesquisas há seis décadas. Aliás, esta entrevista conta com a participação de ambos, devidamente creditados nas respostas. Ainda hoje, aos 90 anos, o Dr. Zilton contribui na formação de alunos e professores.
Ao longo de sua carreira, foi ainda autor de 34 capítulos de livros, 14 dos quais publicados no exterior e editor de quatro livros publicados no Brasil. Seus numerosos trabalhos científicos resultaram em conceitos que norteiam o conhecimento de moléstias tropicais de grande relevância para o País. Destacam-se as questões referentes à progressão e regressão da fibrose hepática e da angiogênese, inicialmente estudadas na esquistossomose mansônica e atualmente aplicadas a outras entidades nosológicas.
SBMT: Nesses 64 anos de trabalho acadêmico, quais foram as principais contribuições dadas à ciência?
Dr. Zilton: Sempre foi na área de doenças tropicais. No Hospital Edgar Santos, em que trabalhei, via casos de indivíduos com mielorradiculopatia esquistossomótica, que é uma forma grave da esquistossomose (infecção causada pelo S. mansoni e que afeta muitos indivíduos no Nordeste brasileiro. Isso me chamava a atenção porque era uma doença muito disseminada no estado da Bahia. As formas graves, felizmente eram relativamente raras. O meu interesse pela doença me fez ganhar uma bolsa de estudos para passar um ano, em 1961, no Mount Sinai Hospital (New York City, USA), onde trabalhei durante um ano sob a orientação do famoso hepatologista Dr. Hans Popper. Aí pude fazer uma investigação quanto à patologia do fígado, principal órgão afetado pela esquistossomose de Manson, o que me possibilitou os estudos, sobretudo das alterações vasculares que a enfermidade causa no órgão. Outra enfermidade parasitária que me chamou muito a atenção foi a doença de Chagas, devido à sua alta frequência entre os casos de autópsias no Hospital Universitário. Estes casos foram minuciosamente estudados na sua patologia trazendo importantes informações sobre esta doença. Este trabalho foi feito em colaboração com a minha esposa Sonia G. Andrade em um dos primeiros números no boletim da Fundação Gonçalo Moniz – instituição que hoje faz parte da Fundação Oswaldo Cruz.
SBMT: Quais foram as linhas de pesquisa quanto à doença de Chagas?
Dr. Zilton: A sistematização das lesões que ocorriam nos indivíduos infectados, o que já havia sido estudado por Carlos Chagas. Mas houve a possibilidade de esclarecer e acrescentar novos dados a antigos problemas. Esses trabalhos foram em auxílio ao grande conhecimento que já vinha se formando sobre a patologia da doença de Chagas.
Drª. Sônia: Acrescentaria ao que você disse o fato de que esses casos humanos foram estudados em pacientes internados em um Hospital Universitário com todas as manifestações clínicas bem estudadas e registradas, com informações sobre se os pacientes tinham sido tratados ou não. Ou seja, uma grande contribuição no sentido de interpretar a doença e de sua evolução, até o óbito. Ou nos casos cirúrgicos, se poderia também interpretar lesões que não levavam à morte, mas a cirurgia mostrava a patologia que estava ali envolvida, o porquê da pessoa estar doente. Muita gente pensa que essa é só doença do coração, mas na realidade ela afeta outros importantes setores do organismo, como o tubo digestivo (megas) e o tecido nervoso central e periférico.
SBMT: Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
Dr. Zilton: Foi quando trabalhávamos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia e estudávamos esses casos em mesas de autópsia. Fazíamos sessões anátomo-clínicas com os estudantes, discutíamos muitos aspectos e tivemos a oportunidade de contribuir para esclarecer vários assuntos, acentuar os conhecimentos de outros temas relativos à patogenia e às lesões causadas nos órgãos por doenças, como calazar, doença de Chagas e esquistossomose.
SBMT: Qual foi a sua linha de trabalho em relação ao calazar?
Dr. Zilton: Foi um período onde ocorreram descobertas de muitos casos clínicos de uma hora para a outra. Era uma doença a qual, na época, ninguém se referia – era coisa do passado. Sabia-se que existia, mas em locais como a Grécia, a Itália e a Síria. Mas os registros apareceram e foi identificada uma patologia importante para os brasileiros. Então várias pessoas começaram a se dedicar ao problema. Gostaria de acrescentar que o pioneiro destes estudos na época foi o doutor Aluizio Prata, que começou a estudar essa doença na Bahia com a colaboração de outros cientistas. Ele me dizia: “Tem que estudar o calazar, é importante também”. E foi aí que comecei a me interessar pelo tema. O Dr. Prata me estimulou para que eu fizesse uma Tese de Livre Docência diretamente sobre os estudos que fizemos relacionados com o calazar. A contribuição brasileira foi muito grande, pois ocorreu em uma época em que muitos estudos sobre essa enfermidade foram publicados por diferentes pesquisadores brasileiros.
SBMT: Atualmente, o que o senhor acha que precisa melhorar nos estudos das doenças tropicais?
Dr. Zilton: Os brasileiros têm produzido pesquisas muito interessantes sobre essas enfermidades. Há um estímulo geral e acho que os avanços agora dependem das ações de governo, para tomar medidas preventivas a partir da base científica produzida pelos pioneiros. Base essa que hoje permite aos patologistas e parasitologistas fazerem estudos para ter excelente material de discussão com os seus alunos.
SBMT: Mesmo aposentado, o senhor continua atuante no meio científico?
Dr. Zilton: O meu papel principal hoje está na formação de professores e de pesquisadores por meio de cursos de pós-graduação. Hoje em dia, essas atividades são desenvolvidas em um ritmo muito menor, mas ainda são bem estimulantes para mim.
(SBTM)
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Brasil tem 508 escolas rurais sem infraestrutura, diz estudo
Via Agência Brasil
Por Mariana Tokarnia
Edição: Lílian Beraldo
21.09.2014
No Brasil, 508 escolas rurais não têm condições de infraestrutura, têm baixa taxa de aprovação e muitos alunos abandonam os estudos. Nessas escolas não há sequer água filtrada. É o que mostra o estudo Escolas Esquecidas, divulgado esta semana pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, que mapeou esses centros de ensino. A maioria está nas regiões Norte e Nordeste e é de difícil acesso.
O estudo utiliza os dados do Censo Escolar de 2012 e revela instituições que não têm biblioteca, computador, TV, antena parabólica, videocassete, DVD, água filtrada, saneamento básico ou eletricidade. Quase 40% dos estudantes repetiram de ano e 23% abandonaram os estudos. Nas demais escolas do país, a taxa de aprovação passa dos 83%, e o abandono chega a 3,8% no ensino fundamental e a 10,2% no ensino médio.
A maior parte dessas escolas está na Região Norte: 209 no estado do Pará e 202 no Amazonas. As demais escolas estão no Acre (36), no Maranhão (22), na Bahia (12) em Roraima (11), em Pernambuco (6), no Amapá (4), no Mato Grosso (3), no Piauí (2) e em Rondônia (1). Do total, 184 estão em terras indígenas, 44 em áreas de assentamento, oito em áreas remanescentes de quilombos e uma em unidade de uso sustentável. Grande parte é municipal.
Continua!
Por Mariana Tokarnia
Edição: Lílian Beraldo
21.09.2014
No Brasil, 508 escolas rurais não têm condições de infraestrutura, têm baixa taxa de aprovação e muitos alunos abandonam os estudos. Nessas escolas não há sequer água filtrada. É o que mostra o estudo Escolas Esquecidas, divulgado esta semana pelo Instituto CNA, ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, que mapeou esses centros de ensino. A maioria está nas regiões Norte e Nordeste e é de difícil acesso.
O estudo utiliza os dados do Censo Escolar de 2012 e revela instituições que não têm biblioteca, computador, TV, antena parabólica, videocassete, DVD, água filtrada, saneamento básico ou eletricidade. Quase 40% dos estudantes repetiram de ano e 23% abandonaram os estudos. Nas demais escolas do país, a taxa de aprovação passa dos 83%, e o abandono chega a 3,8% no ensino fundamental e a 10,2% no ensino médio.
A maior parte dessas escolas está na Região Norte: 209 no estado do Pará e 202 no Amazonas. As demais escolas estão no Acre (36), no Maranhão (22), na Bahia (12) em Roraima (11), em Pernambuco (6), no Amapá (4), no Mato Grosso (3), no Piauí (2) e em Rondônia (1). Do total, 184 estão em terras indígenas, 44 em áreas de assentamento, oito em áreas remanescentes de quilombos e uma em unidade de uso sustentável. Grande parte é municipal.
Continua!
Papa autoriza polícia a prender ex-arcebispo suspeito de pedofilia
Jornal Nacional
23.09.2014
Ex-núncio apostólico Jozef Wesolowski, polonês de 66 anos, foi preso por agentes da polícia vaticana e levado para uma cela da cidade-Estado.
No Vaticano, a polícia prendeu um ex-arcebispo e embaixador da Santa Sé suspeito de pedofilia. O ex-núncio apostólico Jozef Wesolowski, polonês de 66 anos, foi preso por agentes da polícia vaticana às cinco da tarde desta terça-feira (23) e levado para uma cela da cidade-estado.
Continua!
23.09.2014
Ex-núncio apostólico Jozef Wesolowski, polonês de 66 anos, foi preso por agentes da polícia vaticana e levado para uma cela da cidade-Estado.
No Vaticano, a polícia prendeu um ex-arcebispo e embaixador da Santa Sé suspeito de pedofilia. O ex-núncio apostólico Jozef Wesolowski, polonês de 66 anos, foi preso por agentes da polícia vaticana às cinco da tarde desta terça-feira (23) e levado para uma cela da cidade-estado.
Continua!
terça-feira, 23 de setembro de 2014
O que os olhos não veem o coração não sente
Por Helena Gonçalves
RECEBI POR E-MAIL:
Anoitece no
Xingu - Setembro de
2014
foto: Helena
Gonçalves
|
Caros,
entre 7 e 12 de setembro de 2014, estivemos no Estado
do Pará, numa 'canoada manifesto' no trecho Volta Grande do Xingu, que já foi e
será ainda mais, e barbaramente, impactado pela Usina Belo Monte (veja também aqui e aqui ).
Promovida pelo Instituto Sociambiental (ISA) e pela Associação Yudja Mïratu Xingu (AYMÏX), éramos cerca de 140 pessoas e 20 e poucas canoas tradicionais, guiadas por canoeiros, índios, e ribeirinhos, todos muito preocupados com a BELA MONSTRA - nome pelo qual a usina também é conhecida -, seus estragos e suas ameaças!
Minha filha conseguiu relatar, com emoção, esta experiência incrível que vivemos, e as discussões que realizamos nas rodas de conversas, que se faziam ao fim de cada dia de canoada.
A ideia é a de que o texto escrito por ela seja divulgado e, numa progressão geométrica, atinja mais e mais pessoas, para que não esqueçamos do que ainda tem de ser feito, para que as condicionantes sejam cumpridas antes que se enterre definitivamente o assunto!
Além do site do Instituto Sociambiental (ISA), se quiser saber mais sobre o que está acontecendo por lá, é só entrar no facebook em um grupo denominado 'Canoada bye bye Xingu'.
Segue, abaixo, o referido texto.
Rosina Revolta Gonçalves
Geóloga e Assistente Social
Tem outros que nem ficam sabendo e vivem felizes em sua ignorância.
Anos atrás, tive a chance de estudar um pouco uma história. Assumi com unhas e dentes uma posição (e foi só o que fiz). Mas quando uma batalha foi perdida, acabei deixando o assunto pra lá. Afinal, a gigante Usina Hidroelétrica de Belo Monte, apesar de tudo, começou a ser construída.
Na semana passada, fui ver essa história de perto.
Desde antes de escolher minha profissão ouço pessoas desvalorizarem minha preocupação com o meio ambiente, priorizando as questões sociais, como se eu estivesse escolhendo uma coisa à outra. Essa história que vi de perto deixa mais claro do que qualquer outra que sociedade não se faz sem meio ambiente. E que a luta social não pode ser desvinculada da luta ambiental.
O que vi foi um povo trabalhador, forte, alegre e hospitaleiro. Uma gente que não reclama de cansaço (mesmo depois de remar mais de 8 horas por dia) e responde aos gemidos de cansaço alheio só com palavras de incentivo. E na hora reservada para o descanso, ainda tem pique pra jogar bola, lavar roupa e cuidar de filho.
Vi uma gente cheia de história e de cultura, que lhes roubaram, e por isso tentam, a duras penas, recuperar. Vi uma gente que vai ver seu meio de vida e de locomoção secar, e mesmo assim não é considerada diretamente afetada por esta mudança.
Vi um rio Xingu caudaloso fazer uma volta grande, exuberante e repleta de vida. Vi praias, cachoeiras, peixes, tracajás, aves… Vi patas de bicho que quase preferia não ter visto. Vi de longe castanheiras se imporem sobre a vastidão da floresta e sumaúmas molhando o pé na água. Vi o sol nascer e se pôr como pinturas no céu.
Mas vi também uma cidade suja, insalubre e desigual. Uma cidade que por décadas cresceu desordenadamente ecoando as promessas de uma grande obra. E que espera, ansiosamente, que promessas feitas de uma vida melhor sejam cumpridas. Uma cidade de 100 mil habitantes que viu chegar de repente outras dezenas de milhares sabe lá de onde. E estes migrantes, sabiam pra onde iam? Tinham algum vínculo com o rio e a floresta?
Não sei como era a cidade antes disso. Mas sei que disseram que a cidade ia melhorar. Piorar é que não ia. Ou poderia?
Também vi um rasgo bizarro de destruição, desmatamento e concreto. Vi um canal de mais de 20 quilômetros (e bem mais largo que o canal do Panamá) pra onde a água da Volta Grande do Xingu vai ser desviada. Vi madeira boa apodrecendo no canteiro de obras, enquanto enormes quantidades de madeira são compradas de outros locais para a obra, e caminhões que pareciam formiguinhas.
O que ouvi, foi que os peixes, só encontrados naquela região, estão desaparecendo. Que a água do Rio Xingu frequentemente fica barrenta devido às obras em suas margens. Ouvi explosões de fazer tremer bicho e gente, e vi um clarão permanente no que deveria ser o breu da floresta.
Ouvi a constatação óbvia de que o impacto de uma obra monstruosa não é só sobre as pessoas diretamente afetadas, como as mais de 20 mil pessoas foram removidas do local que será alagado e não estão sendo “realocadas” de forma adequada e os que vivem às margens do Xingu no trecho que terá a sua vazão reduzida (Belo Monte seca e alaga). Uma transformação como essa movimenta tanta gente e tanto dinheiro, que seu impacto é muito mais vasto. A região passa por um crescimento totalmente descontrolado, novos desmatamentos, aumento da exploração sexual e prostituição, saturação da rede hospitalar. O cumprimento das condicionantes do licenciamento da obra deveria minimizar isso.
Vi um helicóptero da Força Nacional rondando um grupo que só queria mostrar a sua voz. E protegendo um grupo que nem precisava de proteção…
Aprendi que a luta não acaba quando se perde uma batalha.
Belo Monte foi uma obra polêmica desde que começou a ser discutida, na década de 70. O projeto da terceira maior hidroelétrica do mundo foi tirado da gaveta pelo Programa de Aceleração do Crescimento. Essa é só uma das muitas obras planejadas na Amazônia.
A polêmica continua, e não é de graça:
• os povos indígenas atingidos não foram ouvidos, apesar de tal direito ser “garantido” pela Constituição Federal e pela Convenção 169 da OIT;
• o Ibama concedeu a licença ambiental apesar de parecer contrário de seus (próprios) analistas;
• o leilão foi realizado contrariando decisão do Ministério Público Federal;
• 3 anos depois do início das obras, as condicionantes (Condição, segundo definição do Michaelis é “Alguma coisa estabelecida ou combinada como requisito para que outra coisa seja feita ou entre em vigor; Obrigação que se impõe ou se aceita como parte essencial de um acordo”) estabelecidas na licença ambiental socioambientais (para minimizar e compensar o impacto da obra) não estão sendo cumpridas ou estão atrasadas há anos, diferentemente da obra, que está a pleno vapor;
• O BNDES está repassando normalmente os R$22,4 bilhões para financiar a obra, contradizendo o próprio contrato que determina a suspensão dos desembolsos caso as medidas antecipatórias e exigências ambientais estabelecidas no licenciamento da obra fossem descumpridas, e apesar das multas do Ibama.
Gestora Ambiental
Promovida pelo Instituto Sociambiental (ISA) e pela Associação Yudja Mïratu Xingu (AYMÏX), éramos cerca de 140 pessoas e 20 e poucas canoas tradicionais, guiadas por canoeiros, índios, e ribeirinhos, todos muito preocupados com a BELA MONSTRA - nome pelo qual a usina também é conhecida -, seus estragos e suas ameaças!
Minha filha conseguiu relatar, com emoção, esta experiência incrível que vivemos, e as discussões que realizamos nas rodas de conversas, que se faziam ao fim de cada dia de canoada.
A ideia é a de que o texto escrito por ela seja divulgado e, numa progressão geométrica, atinja mais e mais pessoas, para que não esqueçamos do que ainda tem de ser feito, para que as condicionantes sejam cumpridas antes que se enterre definitivamente o assunto!
Além do site do Instituto Sociambiental (ISA), se quiser saber mais sobre o que está acontecendo por lá, é só entrar no facebook em um grupo denominado 'Canoada bye bye Xingu'.
Segue, abaixo, o referido texto.
Rosina Revolta Gonçalves
Geóloga e Assistente Social
O que os olhos não veem o coração não sente
Belo Monte - Canteiro de obras - Setembro de 2014 foto: Helena Gonçalves |
Às vezes a gente ouve uma história ou lê uma matéria do jornal, e não consegue saber direito o que pensar. Dependendo da pessoa (ou do tema) a reação é estudar um pouco e assumir com unhas e dentes uma posição ou outra, ou deixar o assunto pra lá…
Infelizmente, o que a maioria das pessoas faz é deixar o assunto pra lá. Não
digo ficar em cima do muro, porque o muro às vezes tem uma visão privilegiada
dos dois lados, que por isso pode ser mais neutra. Me refiro a deixar o assunto
para lá, fingir que não é contigo.
Fingir que não é contigo é muito fácil quando a questão está aparentemente
distante dos seus olhos e da sua rotina. Mas nem sempre está mesmo.Tem outros que nem ficam sabendo e vivem felizes em sua ignorância.
Anos atrás, tive a chance de estudar um pouco uma história. Assumi com unhas e dentes uma posição (e foi só o que fiz). Mas quando uma batalha foi perdida, acabei deixando o assunto pra lá. Afinal, a gigante Usina Hidroelétrica de Belo Monte, apesar de tudo, começou a ser construída.
Na semana passada, fui ver essa história de perto.
Desde antes de escolher minha profissão ouço pessoas desvalorizarem minha preocupação com o meio ambiente, priorizando as questões sociais, como se eu estivesse escolhendo uma coisa à outra. Essa história que vi de perto deixa mais claro do que qualquer outra que sociedade não se faz sem meio ambiente. E que a luta social não pode ser desvinculada da luta ambiental.
O que vi foi um povo trabalhador, forte, alegre e hospitaleiro. Uma gente que não reclama de cansaço (mesmo depois de remar mais de 8 horas por dia) e responde aos gemidos de cansaço alheio só com palavras de incentivo. E na hora reservada para o descanso, ainda tem pique pra jogar bola, lavar roupa e cuidar de filho.
Vi uma gente cheia de história e de cultura, que lhes roubaram, e por isso tentam, a duras penas, recuperar. Vi uma gente que vai ver seu meio de vida e de locomoção secar, e mesmo assim não é considerada diretamente afetada por esta mudança.
Vi um rio Xingu caudaloso fazer uma volta grande, exuberante e repleta de vida. Vi praias, cachoeiras, peixes, tracajás, aves… Vi patas de bicho que quase preferia não ter visto. Vi de longe castanheiras se imporem sobre a vastidão da floresta e sumaúmas molhando o pé na água. Vi o sol nascer e se pôr como pinturas no céu.
Mas vi também uma cidade suja, insalubre e desigual. Uma cidade que por décadas cresceu desordenadamente ecoando as promessas de uma grande obra. E que espera, ansiosamente, que promessas feitas de uma vida melhor sejam cumpridas. Uma cidade de 100 mil habitantes que viu chegar de repente outras dezenas de milhares sabe lá de onde. E estes migrantes, sabiam pra onde iam? Tinham algum vínculo com o rio e a floresta?
Não sei como era a cidade antes disso. Mas sei que disseram que a cidade ia melhorar. Piorar é que não ia. Ou poderia?
Também vi um rasgo bizarro de destruição, desmatamento e concreto. Vi um canal de mais de 20 quilômetros (e bem mais largo que o canal do Panamá) pra onde a água da Volta Grande do Xingu vai ser desviada. Vi madeira boa apodrecendo no canteiro de obras, enquanto enormes quantidades de madeira são compradas de outros locais para a obra, e caminhões que pareciam formiguinhas.
O que ouvi, foi que os peixes, só encontrados naquela região, estão desaparecendo. Que a água do Rio Xingu frequentemente fica barrenta devido às obras em suas margens. Ouvi explosões de fazer tremer bicho e gente, e vi um clarão permanente no que deveria ser o breu da floresta.
Ouvi a constatação óbvia de que o impacto de uma obra monstruosa não é só sobre as pessoas diretamente afetadas, como as mais de 20 mil pessoas foram removidas do local que será alagado e não estão sendo “realocadas” de forma adequada e os que vivem às margens do Xingu no trecho que terá a sua vazão reduzida (Belo Monte seca e alaga). Uma transformação como essa movimenta tanta gente e tanto dinheiro, que seu impacto é muito mais vasto. A região passa por um crescimento totalmente descontrolado, novos desmatamentos, aumento da exploração sexual e prostituição, saturação da rede hospitalar. O cumprimento das condicionantes do licenciamento da obra deveria minimizar isso.
Vi um helicóptero da Força Nacional rondando um grupo que só queria mostrar a sua voz. E protegendo um grupo que nem precisava de proteção…
Aprendi que a luta não acaba quando se perde uma batalha.
Belo Monte foi uma obra polêmica desde que começou a ser discutida, na década de 70. O projeto da terceira maior hidroelétrica do mundo foi tirado da gaveta pelo Programa de Aceleração do Crescimento. Essa é só uma das muitas obras planejadas na Amazônia.
A polêmica continua, e não é de graça:
• os povos indígenas atingidos não foram ouvidos, apesar de tal direito ser “garantido” pela Constituição Federal e pela Convenção 169 da OIT;
• o Ibama concedeu a licença ambiental apesar de parecer contrário de seus (próprios) analistas;
• o leilão foi realizado contrariando decisão do Ministério Público Federal;
• 3 anos depois do início das obras, as condicionantes (Condição, segundo definição do Michaelis é “Alguma coisa estabelecida ou combinada como requisito para que outra coisa seja feita ou entre em vigor; Obrigação que se impõe ou se aceita como parte essencial de um acordo”) estabelecidas na licença ambiental socioambientais (para minimizar e compensar o impacto da obra) não estão sendo cumpridas ou estão atrasadas há anos, diferentemente da obra, que está a pleno vapor;
• O BNDES está repassando normalmente os R$22,4 bilhões para financiar a obra, contradizendo o próprio contrato que determina a suspensão dos desembolsos caso as medidas antecipatórias e exigências ambientais estabelecidas no licenciamento da obra fossem descumpridas, e apesar das multas do Ibama.
Isso tudo foi possível graças a um
instrumento criado em 1964 que permite que decisões judiciais sejam cassadas em
nome da “ordem e economia públicas”, a chamada Suspensão de Segurança. Todas as
decisões judiciais que mandaram parar a obra por descumprimento da legislação
nacional brasileira foram derrubadas ou ignoradas, até que sejam julgadas.
Alguém duvida que quando tenham sido julgadas a obra já estará pronta? Inês será morta.
Não dá pra saber de tudo isso sem sentir indignação e um enorme sentimento de impotência.
Há mais de 20 ações na Justiça buscando suspender as licenças concedidas ou cobrar o cumprimento das condicionantes, como a instalação de saneamento básico nas cidades da região. Quando estive em Altamira, na semana passada, o esgoto ainda corria a céu aberto.
Foi uma experiência profunda. De aprendizado, de encantamento, de alegria em poder conhecer um lugar tão lindo e pessoas tão especiais. Mas foi uma experiência que fez pulsar mais forte a revolta em relação aos absurdos que são feitos em nome do desenvolvimento a qualquer preço.
É claro que precisamos de desenvolvimento. E para desenvolver precisamos de energia, que tem que sair de algum lugar. Mas podia sair do próprio sistema se houvesse mais investimentos em eficiência e menos incentivos perversos (como desconto da conta de luz e IPI reduzido para veículos). Podia sair de outras fontes (do sol, do vento), que só são caras hoje porque não há o menor interesse em desenvolvê-las. Nossa matriz energética é manobrada por interesses privados (e quem dera se fosse só ela) e assim, as decisões passam por cima dos direitos humanos, do meio ambiente, da legislação, das condicionantes e até do ministério público. Por cima do interesse público.
Hoje nos resta continuar lutando: para que as condicionantes sejam cumpridas e para que as próximas obras sejam planejadas e executadas de outra maneira.
Pra quem ainda pensa que não tem nada a ver com isso, só queria lembrar que energia não é só pra acender a luz e tomar banho. Energia é utilizada para produzir todos os bens (necessários e supérfluos) que utilizamos todos os dias. O seu consumo está impactando SIM comunidades e ecossistemas não só na região norte do Brasil, mas no mundo todo.
E se a água está faltando no sudeste, colega, pode ter certeza que tem muito a ver com tudo isso – com os interesses que manobram as decisões políticas e com o estrago que estamos fazendo Brasil a fora.
Alguém duvida que quando tenham sido julgadas a obra já estará pronta? Inês será morta.
Não dá pra saber de tudo isso sem sentir indignação e um enorme sentimento de impotência.
Há mais de 20 ações na Justiça buscando suspender as licenças concedidas ou cobrar o cumprimento das condicionantes, como a instalação de saneamento básico nas cidades da região. Quando estive em Altamira, na semana passada, o esgoto ainda corria a céu aberto.
Foi uma experiência profunda. De aprendizado, de encantamento, de alegria em poder conhecer um lugar tão lindo e pessoas tão especiais. Mas foi uma experiência que fez pulsar mais forte a revolta em relação aos absurdos que são feitos em nome do desenvolvimento a qualquer preço.
É claro que precisamos de desenvolvimento. E para desenvolver precisamos de energia, que tem que sair de algum lugar. Mas podia sair do próprio sistema se houvesse mais investimentos em eficiência e menos incentivos perversos (como desconto da conta de luz e IPI reduzido para veículos). Podia sair de outras fontes (do sol, do vento), que só são caras hoje porque não há o menor interesse em desenvolvê-las. Nossa matriz energética é manobrada por interesses privados (e quem dera se fosse só ela) e assim, as decisões passam por cima dos direitos humanos, do meio ambiente, da legislação, das condicionantes e até do ministério público. Por cima do interesse público.
Hoje nos resta continuar lutando: para que as condicionantes sejam cumpridas e para que as próximas obras sejam planejadas e executadas de outra maneira.
Pra quem ainda pensa que não tem nada a ver com isso, só queria lembrar que energia não é só pra acender a luz e tomar banho. Energia é utilizada para produzir todos os bens (necessários e supérfluos) que utilizamos todos os dias. O seu consumo está impactando SIM comunidades e ecossistemas não só na região norte do Brasil, mas no mundo todo.
E se a água está faltando no sudeste, colega, pode ter certeza que tem muito a ver com tudo isso – com os interesses que manobram as decisões políticas e com o estrago que estamos fazendo Brasil a fora.
Boa sorte pra nós.
Helena GonçalvesGestora Ambiental
O desafio da produção e do consumo sustentáveis - Samyra Crespo
Via O Eco
Por Samyra Crespo
22.09.2014
Em 2006, a ONU contou ao mundo que o Planeta Terra, do ponto de vista de sua população, tornara-se urbano, com mais de 50 % dos indivíduos morando em cidades, optando pelo estilo de vida urbana. No Brasil, os cientistas e demógrafos sustentam que o país já possui 80% de sua população em cidades. Quando essa novidade surgiu, os estudiosos e militantes do campo de forças do Desenvolvimento Sustentável (ambientalistas, gestores e tomadores de decisão públicos e privados, além de cientistas e formadores de opinião diversos, nacionais e globais) adquiriram a certeza de que os desafios do desenvolvimento que amplia metas de sustentabilidade vão ocorrer no cenário das cidades.
Continua!
Por Samyra Crespo
22.09.2014
Em 2006, a ONU contou ao mundo que o Planeta Terra, do ponto de vista de sua população, tornara-se urbano, com mais de 50 % dos indivíduos morando em cidades, optando pelo estilo de vida urbana. No Brasil, os cientistas e demógrafos sustentam que o país já possui 80% de sua população em cidades. Quando essa novidade surgiu, os estudiosos e militantes do campo de forças do Desenvolvimento Sustentável (ambientalistas, gestores e tomadores de decisão públicos e privados, além de cientistas e formadores de opinião diversos, nacionais e globais) adquiriram a certeza de que os desafios do desenvolvimento que amplia metas de sustentabilidade vão ocorrer no cenário das cidades.
Continua!
Atlas Mundial da Desertificação
JC-Notícias/SBPC
22.09.2014
O objetivo do evento é rever a situação do Atlas Mundial da Desertificação
O assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), José Roberto de Lima, participa nesta semana, de 22 a 26 de setembro, de uma reunião do Comitê Editorial Novo Atlas. O encontro ocorrerá na Universidade de Lanhou, na China. O objetivo do evento é rever a situação do Atlas Mundial da Desertificação.
Além do CGEE, o comitê é composto por instituições como o Instituto Argentino de Zonas Áridas (Iadiza) e a Universidade do Chile. A iniciativa surgiu de demandas expostas na 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Seca (UNCCD). A conferência ocorreu em 2012, na Coréia do Sul.
Na ocasião, solicitou-se ao Comitê de Ciência e Tecnologia da UNCCD a atualização do Altlas Mundial da Desertificação, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O documento contém informações sobre o avanço da desertificação em escala global e foi elaborado visando a elaboração de políticas de desenvolvimento sustentável de terras secas.
Lima explica que o projeto parte da importância de reconhecer relações entre as condições biofísicas e os aspectos sociais e econômicos. “Muitos marcos conceituais têm sido propostos e testados para acomodar essas ligações”, afirma.
O assessor ainda lembra que foram estabelecidos novos limites para a discussão conceitual, o enquadramento metodológico e a implementação. “Novos paradigmas foram formulados para o mapeamento e a avaliação da relação entre o homem e o meio-ambiente”, destaca.
(CGEE)
22.09.2014
O objetivo do evento é rever a situação do Atlas Mundial da Desertificação
O assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), José Roberto de Lima, participa nesta semana, de 22 a 26 de setembro, de uma reunião do Comitê Editorial Novo Atlas. O encontro ocorrerá na Universidade de Lanhou, na China. O objetivo do evento é rever a situação do Atlas Mundial da Desertificação.
Além do CGEE, o comitê é composto por instituições como o Instituto Argentino de Zonas Áridas (Iadiza) e a Universidade do Chile. A iniciativa surgiu de demandas expostas na 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Seca (UNCCD). A conferência ocorreu em 2012, na Coréia do Sul.
Na ocasião, solicitou-se ao Comitê de Ciência e Tecnologia da UNCCD a atualização do Altlas Mundial da Desertificação, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O documento contém informações sobre o avanço da desertificação em escala global e foi elaborado visando a elaboração de políticas de desenvolvimento sustentável de terras secas.
Lima explica que o projeto parte da importância de reconhecer relações entre as condições biofísicas e os aspectos sociais e econômicos. “Muitos marcos conceituais têm sido propostos e testados para acomodar essas ligações”, afirma.
O assessor ainda lembra que foram estabelecidos novos limites para a discussão conceitual, o enquadramento metodológico e a implementação. “Novos paradigmas foram formulados para o mapeamento e a avaliação da relação entre o homem e o meio-ambiente”, destaca.
(CGEE)
Águas subterrâneas serão tema de congresso em MG
Via JC-Noticias/SBPC
22.09.201
Belo Horizonte será sede do XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas e de outros eventos
Em outubro, as águas subterrâneas vão emergir na rotina da capital mineira. O XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas acontece de 14 a 17 de outubro de 2014, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Além das discussões científicas e legais sobre a utilização, extração e o uso da água, o evento vai transpor os limites do pavilhão e estreará a exposição gratuita “Venha conhecer o fundo do poço – a água e você”, na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi em Belo Horizonte.
Continua!
22.09.201
Belo Horizonte será sede do XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas e de outros eventos
Em outubro, as águas subterrâneas vão emergir na rotina da capital mineira. O XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas acontece de 14 a 17 de outubro de 2014, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Além das discussões científicas e legais sobre a utilização, extração e o uso da água, o evento vai transpor os limites do pavilhão e estreará a exposição gratuita “Venha conhecer o fundo do poço – a água e você”, na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi em Belo Horizonte.
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segunda-feira, 22 de setembro de 2014
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domingo, 21 de setembro de 2014
Johnny Mathis & Agostinho dos Santos
Manhã de Carnaval
Para todos nós:
\o/ O Blog faz hoje 6 anos \o/
Grande abraço, meus amores.
Adelidia Chiarelli
Mulheres e crianças são 98% das vítimas de tráfico de seres humanos
O Tempo – 18/09/2014
Via Compromisso e Atitude
Mulheres e crianças estão entre os grupos mais vulneráveis ao tráfico de seres humanos, sendo cerca de 98% das vítimas. Para promover ações contra isso, o próximo dia 23 de setembro é lembrado como o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, chamando a atenção do mundo sobre um problema que já afetou, só no Brasil, cerca de 70 mil pessoas, que foram levadas para o exterior. A data, criada na Argentina, existe há 95 anos e busca incentivar a punição dos criminosos e a proteção dos grupos afetados contra crimes como prostituição e corrupção de menores de idade.
Segundo relatório do Escritório das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime (UNODC), o tráfico de seres humanos gera 32 milhões de dólares por ano. A maior parte das vítimas são afrodescendentes, com idade entre 15 e 25 anos, de baixa renda, sem acesso à educação e com dificuldades para encontrar emprego.
Continua!
Via Compromisso e Atitude
Mulheres e crianças estão entre os grupos mais vulneráveis ao tráfico de seres humanos, sendo cerca de 98% das vítimas. Para promover ações contra isso, o próximo dia 23 de setembro é lembrado como o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, chamando a atenção do mundo sobre um problema que já afetou, só no Brasil, cerca de 70 mil pessoas, que foram levadas para o exterior. A data, criada na Argentina, existe há 95 anos e busca incentivar a punição dos criminosos e a proteção dos grupos afetados contra crimes como prostituição e corrupção de menores de idade.
Segundo relatório do Escritório das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime (UNODC), o tráfico de seres humanos gera 32 milhões de dólares por ano. A maior parte das vítimas são afrodescendentes, com idade entre 15 e 25 anos, de baixa renda, sem acesso à educação e com dificuldades para encontrar emprego.
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sábado, 20 de setembro de 2014
Cinema estimula avanço da visualização científica
Via Agência FAPESP
Por Elton Alisson
19.09.2014
Agência FAPESP – Quando o diretor de cinema norte-americano George Lucas escreveu o roteiro do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas (1977), ele planejava utilizar computação gráfica em uma das cenas principais, em que é apresentada à "Aliança Rebelde" um plano de ataque à estação espacial Estrela da Morte.
Mas na época a computação gráfica ainda começava a ser explorada por empresas de efeitos especiais, como a Industrial Light & Magic, fundada pelo próprio Lucas em 1975.
A solução tecnológica para a cena foi encontrada no Laboratório de Visualização Eletrônica (EVL, na sigla em inglês) da University of Illinois at Chicago (UIC), nos Estados Unidos. Na época, pesquisadores da instituição desenvolviam um sistema de computação gráfica para ensinar modelagem molecular para estudantes de Química. Com ele, era possível fazer as animações tridimensionais que Lucas pensava para o filme.
“O mesmo sistema que criou imagens de visualização científica foi usado para fazer os efeitos especiais do Guerra nas Estrelas”, disse Maxine Brown, diretora do EVL, em uma palestra durante o CineGrid Brasil, congresso internacional realizado nos dias 28 e 29 de agosto no teatro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Continua!
Por Elton Alisson
19.09.2014
Agência FAPESP – Quando o diretor de cinema norte-americano George Lucas escreveu o roteiro do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas (1977), ele planejava utilizar computação gráfica em uma das cenas principais, em que é apresentada à "Aliança Rebelde" um plano de ataque à estação espacial Estrela da Morte.
Mas na época a computação gráfica ainda começava a ser explorada por empresas de efeitos especiais, como a Industrial Light & Magic, fundada pelo próprio Lucas em 1975.
A solução tecnológica para a cena foi encontrada no Laboratório de Visualização Eletrônica (EVL, na sigla em inglês) da University of Illinois at Chicago (UIC), nos Estados Unidos. Na época, pesquisadores da instituição desenvolviam um sistema de computação gráfica para ensinar modelagem molecular para estudantes de Química. Com ele, era possível fazer as animações tridimensionais que Lucas pensava para o filme.
“O mesmo sistema que criou imagens de visualização científica foi usado para fazer os efeitos especiais do Guerra nas Estrelas”, disse Maxine Brown, diretora do EVL, em uma palestra durante o CineGrid Brasil, congresso internacional realizado nos dias 28 e 29 de agosto no teatro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
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sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Carta aberta à população brasileira
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
JC-Notícias/SBPC
18.09.2014
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia divulga documento alertando sobre o processo de envelhecimento no Brasil
Veja íntegra da carta:
Prezados Cidadãos e Cidadãs,
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. No Brasil o processo iniciou-se a partir de 1960 e as mudanças se dão a largos passos. Em 1940, a população brasileira era composta por 42% de jovens com menos de 15 anos enquanto os idosos representavam apenas 2,5%. No último Censo realizado pelo IBGE, em 2010, a população de jovens foi reduzida a 24% do total. Por sua vez, os idosos passaram a representar 10,8% do povo brasileiro, ou seja, mais de 20,5 milhões de pessoas possuem mais de 60 anos, isto representa incremento de 400% se comparado ao índice anterior. A estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique.
Infelizmente, nosso País ainda não está preparado para atender às demandas dessa população. A Política Nacional do Idoso assegura, em seu art. 2º, direitos que garantem oportunidades para a preservação de sua saúde física e mental, bem como seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade.
Apesar de avanços, como a aprovação do Estatuto do Idoso, a realidade é que os direitos e necessidades dos idosos ainda não são plenamente atendidos. No que diz respeito à saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está preparado para amparar adequadamente esta população.
Neste contexto, prevalecem as doenças crônicas e suas complicações: hipertensão arterial, doença coronariana, sequelas de acidente vascular cerebral, limitações provocadas pela insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica, amputações e cegueira provocados pelo diabetes além da dependência determinada pelas demências.
Já as unidades de atenção básica, “porta de entrada” do idoso no sistema, ainda tem muito a melhorar. Os profissionais da saúde tem olhar fragmentado do idoso e não foram capacitados para atendê-lo de maneira integral. As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dos Núcleos de Apoios da Saúde da Família (NASF) por sua vez, estão incompletas e insuficientes para atender esta parcela da população.
Também há deficiência na quantidade de profissionais, na estrutura física e na rede de exames complementares para atender à necessidade de saúde dos idosos, gerando demora acentuada no atendimento, o que acaba levando a piora do quadro clínico. Assim, os mais velhos acabam sendo levados para as emergências/urgências (Unidades de Pronto Atendimento) e, consequentemente, em situação mais grave e já com indicação de internação hospitalar. Quadro que poderia ter sido evitado, caso houvesse o atendimento adequado no momento correto.
A carência de leitos clínicos nos hospitais públicos, que sofrem com a falta de vários recursos, ocasiona, quando o paciente consegue se internar, prolongamento do tempo de permanência, aumentando o risco de complicações e o óbito do idoso.
Este é o retrato da saúde pública no Brasil, que apesar dos indiscutíveis avanços, apresenta um cenário de deficiências e falta de integração em todos os níveis de atenção à saúde: primária (atendimento deficiente nas unidades de saúde da atenção básica), secundária (carência de centros de referências com atendimento por especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com abordagem ao idoso centrada na doença), ou seja, não há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
Diante deste cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), e que congrega cerca de 2250 associados, distribuídos em 18 seções estaduais, vem a público manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil. É preciso garantir a saúde como direito universal.
Esperamos que tanto nossos atuais, quanto os futuros governantes e legisladores reflitam sobre a necessidade de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao envelhecimento.
Dignidade à saúde do idoso!
Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2014.
João Bastos Freire Neto
Presidente SBGG Gestão 2014-2016
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG)
18.09.2014
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia divulga documento alertando sobre o processo de envelhecimento no Brasil
Veja íntegra da carta:
Prezados Cidadãos e Cidadãs,
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. No Brasil o processo iniciou-se a partir de 1960 e as mudanças se dão a largos passos. Em 1940, a população brasileira era composta por 42% de jovens com menos de 15 anos enquanto os idosos representavam apenas 2,5%. No último Censo realizado pelo IBGE, em 2010, a população de jovens foi reduzida a 24% do total. Por sua vez, os idosos passaram a representar 10,8% do povo brasileiro, ou seja, mais de 20,5 milhões de pessoas possuem mais de 60 anos, isto representa incremento de 400% se comparado ao índice anterior. A estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique.
Infelizmente, nosso País ainda não está preparado para atender às demandas dessa população. A Política Nacional do Idoso assegura, em seu art. 2º, direitos que garantem oportunidades para a preservação de sua saúde física e mental, bem como seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade.
Apesar de avanços, como a aprovação do Estatuto do Idoso, a realidade é que os direitos e necessidades dos idosos ainda não são plenamente atendidos. No que diz respeito à saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está preparado para amparar adequadamente esta população.
Neste contexto, prevalecem as doenças crônicas e suas complicações: hipertensão arterial, doença coronariana, sequelas de acidente vascular cerebral, limitações provocadas pela insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica, amputações e cegueira provocados pelo diabetes além da dependência determinada pelas demências.
Já as unidades de atenção básica, “porta de entrada” do idoso no sistema, ainda tem muito a melhorar. Os profissionais da saúde tem olhar fragmentado do idoso e não foram capacitados para atendê-lo de maneira integral. As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dos Núcleos de Apoios da Saúde da Família (NASF) por sua vez, estão incompletas e insuficientes para atender esta parcela da população.
Também há deficiência na quantidade de profissionais, na estrutura física e na rede de exames complementares para atender à necessidade de saúde dos idosos, gerando demora acentuada no atendimento, o que acaba levando a piora do quadro clínico. Assim, os mais velhos acabam sendo levados para as emergências/urgências (Unidades de Pronto Atendimento) e, consequentemente, em situação mais grave e já com indicação de internação hospitalar. Quadro que poderia ter sido evitado, caso houvesse o atendimento adequado no momento correto.
A carência de leitos clínicos nos hospitais públicos, que sofrem com a falta de vários recursos, ocasiona, quando o paciente consegue se internar, prolongamento do tempo de permanência, aumentando o risco de complicações e o óbito do idoso.
Este é o retrato da saúde pública no Brasil, que apesar dos indiscutíveis avanços, apresenta um cenário de deficiências e falta de integração em todos os níveis de atenção à saúde: primária (atendimento deficiente nas unidades de saúde da atenção básica), secundária (carência de centros de referências com atendimento por especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com abordagem ao idoso centrada na doença), ou seja, não há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
Diante deste cenário, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), e que congrega cerca de 2250 associados, distribuídos em 18 seções estaduais, vem a público manifestar suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos no Brasil. É preciso garantir a saúde como direito universal.
Esperamos que tanto nossos atuais, quanto os futuros governantes e legisladores reflitam sobre a necessidade de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao envelhecimento.
Dignidade à saúde do idoso!
Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2014.
João Bastos Freire Neto
Presidente SBGG Gestão 2014-2016
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG)
Pesquisas alertam para presença de agrotóxicos em alimentos
JC-Notícias/SBPC
18.09.2014
O estudo da UFMT, em parceria com a Fiocruz, mostrou que o número de trabalhadores com intoxicações por agrotóxico no Brasil dobrou em cinco anos
O uso de agrotóxicos na produção de alimentos, tema de debates e projetos de lei na Câmara dos Deputados, é também foco de pesquisas com resultados alarmantes. Estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, constatou a presença de 223 princípios ativos de agrotóxicos nos alimentos, dentre os 500 existentes.
Segundo a pesquisa, de 2012, 29% das amostras analisadas eram insatisfatórias; 36%, satisfatórias, mas com resíduo; e apenas 35% não apresentavam resíduo.
O estudo também concluiu que o número de trabalhadores com intoxicações agudas por agrotóxico no Brasil dobrou num período de cinco anos: passou de 5 mil em 2007 para 10 mil em 2012. No mesmo período, o número de mortes passou de 200 para 313. O custo do tratamento desse tipo de intoxicação varia de R$ 650 a R$ 26 mil.
Outra pesquisa, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mostra que o alimento campeão de irregularidades é o pimentão: 89% das amostras analisadas em 2011 tinham problemas, a maioria por uso de agrotóxicos não autorizados. Depois do pimentão, aparecem a cenoura, o morango, o pepino, a alface e o abacaxi, dentre os alimentos com maiores índices de violações.
Estudos recentes comprovam que a exposição prolongada aos agrotóxicos causam ataques ao sistema nervoso, ao sistema imunológico, câncer, má formações, além de infertilidade. A ingestão de alimentos com restos de produtos químicos também pode provocar alergias e sobrecarga do fígado, entre outros problemas.
O Brasil é o maior consumidor de defensivos agrícolas do mundo: em 2012, o País consumiu 1 bilhão de toneladas de agrotóxicos e 6,9 milhões de toneladas de fertilizantes químicos.
Brasil Agronegócio
A Câmara já debateu em audiência pública o Plano Brasil Agronegócio, criado pelo governo federal no fim do ano passado com o objetivo de promover a transição da agricultura brasileira para um modelo mais sustentável, com menos uso de agrotóxicos.
O diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf Junior, que participou do debate na Câmara, em julho, lembrou que a empresa já oferece alternativas ao uso massivo de agrotóxicos. “Nós trabalhamos desde a recuperação de plantas, o fortalecimento de sistemas produtivos, a diversificação da matriz produtiva, até o manejo integrado de pragas e a busca de biofortificantes”, apontou.
A deputada Luci Choinacki (PT-SC) diz que a utilização de agrotóxicos em excesso já foi maior do que hoje. “Não se preparava ninguém para produzir alimento sem veneno. A pessoa saía da universidade preparada para colocar veneno.”
Água e alimentos
Professor do Departamento de Genética e Morfologia da Universidade de Brasília (UnB), o biólogo César Koppe Grisólia sugere ao consumidor que opte por alimentos orgânicos, quando houver opção de oferta e condição financeira, ou lave bem as verduras, frutas e legumes, com água e pequenas quantidades de hipoclorito de sódio (água sanitária). “Pesquisas da Unicamp mostram que, se houver uma boa higienização, os níveis de resíduos podem diminuir”.
O professor ressalta que não é só a qualidade de alimentos que preocupa. “Além de contaminar o solo, o agrotóxico contamina as águas dos rios e das represas que abastecem as cidades. O grande risco, hoje, não é só do alimento, é da água que a população está tomando. A questão fica mais séria.” Ele cita ainda pesquisas que já comprovam a maior incidência de Alzheimer e Mal de Parkinson entre pessoas que foram expostas a agrotóxicos em algum momento da vida.
Novos agrotóxicos
A Câmara analisa projetos de lei que limitam o uso de agrotóxicos no País. Por outro lado, a presidente da Comissão Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), afirma que os agricultores não podem mais suportar a demora na regulamentação de novos defensivos agrícolas.
Durante o seminário Brasil Novo, realizado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Katia Abreu disse que, em razão do alto custo para registrar um agrotóxico no País, 99% das verduras e frutas consumidas por brasileiros possuem defensivos irregulares.
(Agência Câmara)
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/474415-PESQUISAS-ALERTAM-PARA-PRESENCA-DE-AGROTOXICOS-EM-ALIMENTOS.html
18.09.2014
O estudo da UFMT, em parceria com a Fiocruz, mostrou que o número de trabalhadores com intoxicações por agrotóxico no Brasil dobrou em cinco anos
O uso de agrotóxicos na produção de alimentos, tema de debates e projetos de lei na Câmara dos Deputados, é também foco de pesquisas com resultados alarmantes. Estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, constatou a presença de 223 princípios ativos de agrotóxicos nos alimentos, dentre os 500 existentes.
Segundo a pesquisa, de 2012, 29% das amostras analisadas eram insatisfatórias; 36%, satisfatórias, mas com resíduo; e apenas 35% não apresentavam resíduo.
O estudo também concluiu que o número de trabalhadores com intoxicações agudas por agrotóxico no Brasil dobrou num período de cinco anos: passou de 5 mil em 2007 para 10 mil em 2012. No mesmo período, o número de mortes passou de 200 para 313. O custo do tratamento desse tipo de intoxicação varia de R$ 650 a R$ 26 mil.
Outra pesquisa, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mostra que o alimento campeão de irregularidades é o pimentão: 89% das amostras analisadas em 2011 tinham problemas, a maioria por uso de agrotóxicos não autorizados. Depois do pimentão, aparecem a cenoura, o morango, o pepino, a alface e o abacaxi, dentre os alimentos com maiores índices de violações.
Estudos recentes comprovam que a exposição prolongada aos agrotóxicos causam ataques ao sistema nervoso, ao sistema imunológico, câncer, má formações, além de infertilidade. A ingestão de alimentos com restos de produtos químicos também pode provocar alergias e sobrecarga do fígado, entre outros problemas.
O Brasil é o maior consumidor de defensivos agrícolas do mundo: em 2012, o País consumiu 1 bilhão de toneladas de agrotóxicos e 6,9 milhões de toneladas de fertilizantes químicos.
Brasil Agronegócio
A Câmara já debateu em audiência pública o Plano Brasil Agronegócio, criado pelo governo federal no fim do ano passado com o objetivo de promover a transição da agricultura brasileira para um modelo mais sustentável, com menos uso de agrotóxicos.
O diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldir Stumpf Junior, que participou do debate na Câmara, em julho, lembrou que a empresa já oferece alternativas ao uso massivo de agrotóxicos. “Nós trabalhamos desde a recuperação de plantas, o fortalecimento de sistemas produtivos, a diversificação da matriz produtiva, até o manejo integrado de pragas e a busca de biofortificantes”, apontou.
A deputada Luci Choinacki (PT-SC) diz que a utilização de agrotóxicos em excesso já foi maior do que hoje. “Não se preparava ninguém para produzir alimento sem veneno. A pessoa saía da universidade preparada para colocar veneno.”
Água e alimentos
Professor do Departamento de Genética e Morfologia da Universidade de Brasília (UnB), o biólogo César Koppe Grisólia sugere ao consumidor que opte por alimentos orgânicos, quando houver opção de oferta e condição financeira, ou lave bem as verduras, frutas e legumes, com água e pequenas quantidades de hipoclorito de sódio (água sanitária). “Pesquisas da Unicamp mostram que, se houver uma boa higienização, os níveis de resíduos podem diminuir”.
O professor ressalta que não é só a qualidade de alimentos que preocupa. “Além de contaminar o solo, o agrotóxico contamina as águas dos rios e das represas que abastecem as cidades. O grande risco, hoje, não é só do alimento, é da água que a população está tomando. A questão fica mais séria.” Ele cita ainda pesquisas que já comprovam a maior incidência de Alzheimer e Mal de Parkinson entre pessoas que foram expostas a agrotóxicos em algum momento da vida.
Novos agrotóxicos
A Câmara analisa projetos de lei que limitam o uso de agrotóxicos no País. Por outro lado, a presidente da Comissão Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), afirma que os agricultores não podem mais suportar a demora na regulamentação de novos defensivos agrícolas.
Durante o seminário Brasil Novo, realizado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Katia Abreu disse que, em razão do alto custo para registrar um agrotóxico no País, 99% das verduras e frutas consumidas por brasileiros possuem defensivos irregulares.
(Agência Câmara)
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/AGROPECUARIA/474415-PESQUISAS-ALERTAM-PARA-PRESENCA-DE-AGROTOXICOS-EM-ALIMENTOS.html
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Universidade britânica reclama da falta de dedicação de estudantes do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF)
JC-Noticias/SBPC
17.09.2014
Instituição do Reino Unido cogitou “deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro”
A Universidade de Southampton, no Reino Unido, reclamou da falta de dedicação de estudantes brasileiros bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). No último fim de semana, os bolsistas na instituição receberam um e-mail da Science without Borders UK (SWB UK), parceira internacional do programa no Reino Unido. A mensagem, à qual aAgência Brasilteve acesso, dizia que a instituição cogitou “deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro”. O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.
O e-mail, enviado sábado (13) a todos os bolsistas na instituição, diz que o SWB UK foi “contactado pela Universidade de Southampton devido ao número considerável de reclamações das faculdades em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos”. Outro trecho diz: “é muito decepcionante, para nós, ouvir da universidade que os resultados têm sido bastante baixos e que [os estudantes] não têm se esforçado. Eu entendo que isso não se aplica a todos vocês, no entanto, para aqueles [que estão nessa situação], gostaria de pedir que se esforcem mais e que cumpram todos os compromissos firmados, incluindo reuniões com o supervisor do projeto para monitorar o progresso.”
Na mensagem, o SWB UK informa ter pedido à universidade os nomes dos bolsistas que não estão se dedicando o suficiente. Existe a possiilidade de eles terem que devolver o que receberam do programa. A universidade, localizada na cidade de Southampton, na costa sul do Reino Unido está no topo de rankings de instituições voltadas para a pesquisa. No ano passado, recebeu 38 estudantes brasileiros pelo CsF – a mensagem foi endereçada a eles. No final deste mês, a instituição recebe, por mais um ano, 33 alunos brasileiros.
Denise Leal foi uma das bolsistas que receberam o recado. “Eu achei ofensivo ter recebido [a mensagem] porque realmente tive comprometimento com o programa, mas entendi a intenção deles. A maioria dos estudantes que estão participado do programa não se engaja muito porque o governo [brasileiro] não exige nada em troca. Não cobra nada!”, disse Denise, que cursa engenharia civil. “A gente foi meio que solto aqui. Quer estudar, estuda. Não quer estudar, viaja, porque o governo paga e não cobra resultado. O dinheiro dá e sobra, então eles preferem viajar e faltar às aulas porque não tem presença, chamada”, acrescentou.
Procurada pelaAgência Brasil, a SWB UK respondeu que o e-mail “não deveria ter sido enviado a todos os alunos da universidade, que foi um erro administrativo”. A instituição parceira do CsF ressaltou que os estudantes brasileiros têm um “impacto positivo” nos campi e que, frequentemente, as universidades britânicas os elogiam: “muitos já ganharam prêmios e recompensas, enquanto outros tiveram destaque nos meios de comunicação, tanto no Reino Unido como no Brasil. Muitos estão firmando parcerias de pequisas de longo prazo.”
De acordo com o site do programa, o Reino Unido é o segundo na lista de destinos preferidos pelos candidatos às bolsas. São quase 9 mil bolsas implementadas, entre estudantes de graduação e pós. Segundo a SWB UK, mais de 100 instituições as que recebem esses alunos. Os Estados Unidos aparecem no topo da lista de países, com mais de 20 mil bolsas concedidas.
O CsF foi lançado em 2011, com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil. Oferece bolsas, prioritariamente, nas áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e da saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o final deste ano. A partir do ano que vem, começa uma nova segunda etapa, com mais 100 mil bolsas, que devem ser implementadas até 2018.
Os casos de estudantes que usam o dinheiro da bolsa para fins não acadêmicos não se restringem, entretanto, a Southampton.
A falta um controle rígido das atividades do programa foi constatada também pelo estudante de medicina Mário Henrique Vasconcelos. “Eu fazia as provas das matérias que queria. Se não quisesse fazer prova de uma determinada disciplina, era só comunicar. Não tinha nenhuma cobrança por parte do Brasil. No retorno, só precisei provar que voltei”, contou Mário Henrique, que estudou na Universidade de Munique, na Alemanha. Ele disse que conhece “gente que não foi a uma aula sequer”.
“Eu diria que mais de 50% dos bolsistas não levavam aquela oportunidade a sério. Tanto que eu saí da Austrália com vergonha de dizer que fazia parte do programa”, lembrou Carolina Del Lama Marques, que estudou ciências biológicas na Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália. “Acabei até evitando estar no meio dos brasileiros do programa, pois muitos deles falavam abertamente que estavam ali para viajar e aproveitar o dinheiro da bolsa. Eu também viajei e acho que isso é uma parte muito importante do intercâmbio, mas não me impediu de pegar matérias puxadas, que só teria oportunidade de fazer lá, de trabalhar em laboratórios de pesquisa reconhecidos no mundo todo e de fazer contatos importantes.”
Apesar de terem constatado que havia falta de dedicação de alguns alunos, os dois estudantes consideraram a experiência do Ciência sem Fronteiras decisiva na vida profissional e que cumpriram com todas as atividades acordadas.
O governo foi procurado, e a resposta coube ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que controla as bolsas oferecidas no Reino Unido. Segundo a autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa trabalha no exterior com “parceiros internacionais capacitados”, aos quais cabe “fazer o acompanhamento dos estudantes quanto a problemas de relacionamento com a universidade, de adaptação à cultura, problemas de saúde e de desempenho acadêmico”. Isso ocorre em todos os países conveniados ao CsF.
(Mariana Tokarnia / Agência Brasil)
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-09/universidade-britanica-reclama-da-falta-de-dedicacao-de-estudantes-do-csf
17.09.2014
Instituição do Reino Unido cogitou “deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro”
A Universidade de Southampton, no Reino Unido, reclamou da falta de dedicação de estudantes brasileiros bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). No último fim de semana, os bolsistas na instituição receberam um e-mail da Science without Borders UK (SWB UK), parceira internacional do programa no Reino Unido. A mensagem, à qual aAgência Brasilteve acesso, dizia que a instituição cogitou “deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro”. O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.
O e-mail, enviado sábado (13) a todos os bolsistas na instituição, diz que o SWB UK foi “contactado pela Universidade de Southampton devido ao número considerável de reclamações das faculdades em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos”. Outro trecho diz: “é muito decepcionante, para nós, ouvir da universidade que os resultados têm sido bastante baixos e que [os estudantes] não têm se esforçado. Eu entendo que isso não se aplica a todos vocês, no entanto, para aqueles [que estão nessa situação], gostaria de pedir que se esforcem mais e que cumpram todos os compromissos firmados, incluindo reuniões com o supervisor do projeto para monitorar o progresso.”
Na mensagem, o SWB UK informa ter pedido à universidade os nomes dos bolsistas que não estão se dedicando o suficiente. Existe a possiilidade de eles terem que devolver o que receberam do programa. A universidade, localizada na cidade de Southampton, na costa sul do Reino Unido está no topo de rankings de instituições voltadas para a pesquisa. No ano passado, recebeu 38 estudantes brasileiros pelo CsF – a mensagem foi endereçada a eles. No final deste mês, a instituição recebe, por mais um ano, 33 alunos brasileiros.
Denise Leal foi uma das bolsistas que receberam o recado. “Eu achei ofensivo ter recebido [a mensagem] porque realmente tive comprometimento com o programa, mas entendi a intenção deles. A maioria dos estudantes que estão participado do programa não se engaja muito porque o governo [brasileiro] não exige nada em troca. Não cobra nada!”, disse Denise, que cursa engenharia civil. “A gente foi meio que solto aqui. Quer estudar, estuda. Não quer estudar, viaja, porque o governo paga e não cobra resultado. O dinheiro dá e sobra, então eles preferem viajar e faltar às aulas porque não tem presença, chamada”, acrescentou.
Procurada pelaAgência Brasil, a SWB UK respondeu que o e-mail “não deveria ter sido enviado a todos os alunos da universidade, que foi um erro administrativo”. A instituição parceira do CsF ressaltou que os estudantes brasileiros têm um “impacto positivo” nos campi e que, frequentemente, as universidades britânicas os elogiam: “muitos já ganharam prêmios e recompensas, enquanto outros tiveram destaque nos meios de comunicação, tanto no Reino Unido como no Brasil. Muitos estão firmando parcerias de pequisas de longo prazo.”
De acordo com o site do programa, o Reino Unido é o segundo na lista de destinos preferidos pelos candidatos às bolsas. São quase 9 mil bolsas implementadas, entre estudantes de graduação e pós. Segundo a SWB UK, mais de 100 instituições as que recebem esses alunos. Os Estados Unidos aparecem no topo da lista de países, com mais de 20 mil bolsas concedidas.
O CsF foi lançado em 2011, com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil. Oferece bolsas, prioritariamente, nas áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e da saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o final deste ano. A partir do ano que vem, começa uma nova segunda etapa, com mais 100 mil bolsas, que devem ser implementadas até 2018.
Os casos de estudantes que usam o dinheiro da bolsa para fins não acadêmicos não se restringem, entretanto, a Southampton.
A falta um controle rígido das atividades do programa foi constatada também pelo estudante de medicina Mário Henrique Vasconcelos. “Eu fazia as provas das matérias que queria. Se não quisesse fazer prova de uma determinada disciplina, era só comunicar. Não tinha nenhuma cobrança por parte do Brasil. No retorno, só precisei provar que voltei”, contou Mário Henrique, que estudou na Universidade de Munique, na Alemanha. Ele disse que conhece “gente que não foi a uma aula sequer”.
“Eu diria que mais de 50% dos bolsistas não levavam aquela oportunidade a sério. Tanto que eu saí da Austrália com vergonha de dizer que fazia parte do programa”, lembrou Carolina Del Lama Marques, que estudou ciências biológicas na Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália. “Acabei até evitando estar no meio dos brasileiros do programa, pois muitos deles falavam abertamente que estavam ali para viajar e aproveitar o dinheiro da bolsa. Eu também viajei e acho que isso é uma parte muito importante do intercâmbio, mas não me impediu de pegar matérias puxadas, que só teria oportunidade de fazer lá, de trabalhar em laboratórios de pesquisa reconhecidos no mundo todo e de fazer contatos importantes.”
Apesar de terem constatado que havia falta de dedicação de alguns alunos, os dois estudantes consideraram a experiência do Ciência sem Fronteiras decisiva na vida profissional e que cumpriram com todas as atividades acordadas.
O governo foi procurado, e a resposta coube ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que controla as bolsas oferecidas no Reino Unido. Segundo a autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa trabalha no exterior com “parceiros internacionais capacitados”, aos quais cabe “fazer o acompanhamento dos estudantes quanto a problemas de relacionamento com a universidade, de adaptação à cultura, problemas de saúde e de desempenho acadêmico”. Isso ocorre em todos os países conveniados ao CsF.
(Mariana Tokarnia / Agência Brasil)
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-09/universidade-britanica-reclama-da-falta-de-dedicacao-de-estudantes-do-csf
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Se você quiser, é possível eliminar a dor nas costas
Via El País
Por María Corisco
08.09.2014
Toca o despertador, reunião importante no escritório, você se espreguiça entre os lençóis, de um lado, do outro e... Para cima? Que desastre, não dá para ficar de pé: as dores lombares atacam de novo. “Amor, você pode trazer o café na cama?”. Vamos ver o que posso falar para o chefe...
A dor nas costas não é uma maldição, mas é o preço que devemos pagar por termos ficado em pé: se tivéssemos continuado caminhando “em quatro patas”, ela não existiria.
Continua!
Por María Corisco
08.09.2014
Toca o despertador, reunião importante no escritório, você se espreguiça entre os lençóis, de um lado, do outro e... Para cima? Que desastre, não dá para ficar de pé: as dores lombares atacam de novo. “Amor, você pode trazer o café na cama?”. Vamos ver o que posso falar para o chefe...
A dor nas costas não é uma maldição, mas é o preço que devemos pagar por termos ficado em pé: se tivéssemos continuado caminhando “em quatro patas”, ela não existiria.
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Reintegração termina com ônibus incendiado, prisões e feridos em São Paulo
Via G1
16.09.2014
Tumulto ocorreu durante remoção de famílias de hotel ocupado no Centro. Bombas de gás e tiros de borracha também foram usados pela PM.
A reação à reintegração de posse do prédio do Hotel Aquarius, na Avenida São João, parou o Centro de São Paulo nesta terça-feira (16). Sem-teto e Polícia Militar (PM) entraram em confronto. O tumulto se espalhou por ruas da região e foram vários os atos de vandalismo.
Veja a matéria completa!
Veja o vídeo!
16.09.2014
Tumulto ocorreu durante remoção de famílias de hotel ocupado no Centro. Bombas de gás e tiros de borracha também foram usados pela PM.
A reação à reintegração de posse do prédio do Hotel Aquarius, na Avenida São João, parou o Centro de São Paulo nesta terça-feira (16). Sem-teto e Polícia Militar (PM) entraram em confronto. O tumulto se espalhou por ruas da região e foram vários os atos de vandalismo.
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Denúncias mostram desvio de verba em cidades devastadas por enchente
Fantástico
14.09.2014
Postos de saúde que não atendem ninguém, escolas caindo aos pedaços e verbas que saíam da prefeitura, para pagar serviços que jamais foram feitos.
Em 2010, uma enchente terrível devastou muitas cidades do interior de Alagoas e de Pernambuco. Uma situação dramática, que o Fantástico mostrou para todo o país. Milhões em dinheiro público foram enviados para reconstruir esses lugares.
Quatro anos depois, o Fantástico voltou lá, e sabe o que encontramos? Postos de saúde que não atendem ninguém, escolas caindo aos pedaços e verbas que saíam da prefeitura, para pagar serviços que jamais foram feitos.
Veja a matéria completa!
Veja o vídeo!
14.09.2014
Postos de saúde que não atendem ninguém, escolas caindo aos pedaços e verbas que saíam da prefeitura, para pagar serviços que jamais foram feitos.
Em 2010, uma enchente terrível devastou muitas cidades do interior de Alagoas e de Pernambuco. Uma situação dramática, que o Fantástico mostrou para todo o país. Milhões em dinheiro público foram enviados para reconstruir esses lugares.
Quatro anos depois, o Fantástico voltou lá, e sabe o que encontramos? Postos de saúde que não atendem ninguém, escolas caindo aos pedaços e verbas que saíam da prefeitura, para pagar serviços que jamais foram feitos.
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Patrimônio da Humanidade no Piauí sofre com vândalos e falta de dinheiro
Via G1
Por Pedro Santiago e Jaqueliny Siqueira* Do G1 PI, em São Raimundo Nonato
13.09.2014
Crise financeira compromete a preservação da Serra da Capivara. Local tem o maior número de sítios pré-históricos nas Américas.
O parque com mais sítios pré-históricos das Américas corre risco de ficar abandonado por falta de recursos. Sem fonte fixa de renda, o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), depende de repasses eventuais de governos, além de parcerias e doações. E o dinheiro recebido não tem sido suficiente para cobrir o custo anual de R$ 3,6 milhões. No ano passado, faltou cerca de R$ 1 milhão para fechar as contas.
Em 2003, o Parque tinha 270 funcionários e hoje são menos de 100. Apenas neste ano, 33 pessoas foram demitidas, e a manutenção e segurança da área ficaram ainda mais comprometidas. Incêndio e depredação são algumas das ameaças para os 1.223 sítios com arte rupestre – as pinturas que foram feitas em rochas e paredes de cavernas há milhares de anos. É a maior concentração do tipo no mundo.
Continua
Por Pedro Santiago e Jaqueliny Siqueira* Do G1 PI, em São Raimundo Nonato
13.09.2014
Crise financeira compromete a preservação da Serra da Capivara. Local tem o maior número de sítios pré-históricos nas Américas.
O parque com mais sítios pré-históricos das Américas corre risco de ficar abandonado por falta de recursos. Sem fonte fixa de renda, o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), depende de repasses eventuais de governos, além de parcerias e doações. E o dinheiro recebido não tem sido suficiente para cobrir o custo anual de R$ 3,6 milhões. No ano passado, faltou cerca de R$ 1 milhão para fechar as contas.
Em 2003, o Parque tinha 270 funcionários e hoje são menos de 100. Apenas neste ano, 33 pessoas foram demitidas, e a manutenção e segurança da área ficaram ainda mais comprometidas. Incêndio e depredação são algumas das ameaças para os 1.223 sítios com arte rupestre – as pinturas que foram feitas em rochas e paredes de cavernas há milhares de anos. É a maior concentração do tipo no mundo.
Continua
domingo, 14 de setembro de 2014
Todos los niños son científicos
Via SINC
Guillermo García Pedrero
13.09.2014
Con el comienzo del curso, los escolares vuelven a enfrentarse a las asignaturas de ciencias, que, tradicionalmente, han cargado con el sambenito de difíciles. Sin embargo, estudios recientes prueban que la mente infantil es muy permeable al conocimiento y al método científico. Frente a la vieja escuela, las nuevas metodologías de enseñanza fomentan un aprendizaje basado en la creatividad y la curiosidad.
Según un estudio de la Universidad de California, los niños piensan de forma muy similar a la que se emplea en la ciência.
Cuenta el divulgador Bill Bryson en su obra Una breve historia de casi todo que, cuando era niño, en los años 50, contempló con asombro una ilustración de su libro de ciencias, un libro “maltratado, detestado, un mamotreto deprimente”. La imagen era una representación de la Tierra con un corte transversal que permitía diferenciar las distintas capas del planeta y la esfera central de hierro y níquel, “tan caliente como la superficie del Sol”, tal y como indicaba el pie del diagrama.
La pregunta que se hizo Bryson al ver eso, según él mismo relata, fue: “¿Y cómo saben eso?”. Su mente infantil, más allá de sorprenderse por todo lo que se extendía debajo del suelo, quiso saber cómo se hacía para obtener esa información tan fascinante.
Continua
Guillermo García Pedrero
13.09.2014
Con el comienzo del curso, los escolares vuelven a enfrentarse a las asignaturas de ciencias, que, tradicionalmente, han cargado con el sambenito de difíciles. Sin embargo, estudios recientes prueban que la mente infantil es muy permeable al conocimiento y al método científico. Frente a la vieja escuela, las nuevas metodologías de enseñanza fomentan un aprendizaje basado en la creatividad y la curiosidad.
Según un estudio de la Universidad de California, los niños piensan de forma muy similar a la que se emplea en la ciência.
Cuenta el divulgador Bill Bryson en su obra Una breve historia de casi todo que, cuando era niño, en los años 50, contempló con asombro una ilustración de su libro de ciencias, un libro “maltratado, detestado, un mamotreto deprimente”. La imagen era una representación de la Tierra con un corte transversal que permitía diferenciar las distintas capas del planeta y la esfera central de hierro y níquel, “tan caliente como la superficie del Sol”, tal y como indicaba el pie del diagrama.
La pregunta que se hizo Bryson al ver eso, según él mismo relata, fue: “¿Y cómo saben eso?”. Su mente infantil, más allá de sorprenderse por todo lo que se extendía debajo del suelo, quiso saber cómo se hacía para obtener esa información tan fascinante.
Continua
“Aguardei mais de 15 horas em um corredor para ser internada”
Via El País
Por Talita Bedinelli
13.09.2014
Maria das Neves Costa já passou noites acordada em filas, esperou cinco anos por um nefrologista e viu o marido morrer após aguardar quatro anos por uma consulta
Maria das Neves Costa, de 70 anos, se move em passos lentos até o sofá de sua casa no bairro de Guaianases, extremo leste da capital paulista. Diabética e com pouca visão, ela carrega desde criança uma ampla barriga d’água, sintoma da esquistossomose, uma doença causada por um parasita que aparece especialmente em áreas pobres.
Já sentada, ela começa a elencar sem dificuldade a série de problemas que enfrentou com a saúde pública brasileira. Só nos últimos anos, ela esperou 15 horas por uma internação acomodada em uma cadeira de rodas no corredor de um hospital; foi amarrada em uma maca num setor de internação superlotado e com poucos profissionais para evitar que não caísse da cama; esperou cinco anos para conseguir uma consulta com um nefrologista, mesmo após uma médica suspeitar de uma insuficiência renal crônica; e passou noites acordada em filas dentro de unidades de saúde para conseguir agendar consultas pela manhã.
Continua
Por Talita Bedinelli
13.09.2014
Maria das Neves Costa já passou noites acordada em filas, esperou cinco anos por um nefrologista e viu o marido morrer após aguardar quatro anos por uma consulta
Maria das Neves Costa, de 70 anos, se move em passos lentos até o sofá de sua casa no bairro de Guaianases, extremo leste da capital paulista. Diabética e com pouca visão, ela carrega desde criança uma ampla barriga d’água, sintoma da esquistossomose, uma doença causada por um parasita que aparece especialmente em áreas pobres.
Já sentada, ela começa a elencar sem dificuldade a série de problemas que enfrentou com a saúde pública brasileira. Só nos últimos anos, ela esperou 15 horas por uma internação acomodada em uma cadeira de rodas no corredor de um hospital; foi amarrada em uma maca num setor de internação superlotado e com poucos profissionais para evitar que não caísse da cama; esperou cinco anos para conseguir uma consulta com um nefrologista, mesmo após uma médica suspeitar de uma insuficiência renal crônica; e passou noites acordada em filas dentro de unidades de saúde para conseguir agendar consultas pela manhã.
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