quinta-feira, 31 de março de 2011

80% dos antibióticos vendidos nos EUA são destinados a animais

Via O Eco
Por Luana Caires
05.01.11


Antibióticos são largamente usados na criação de gado, suínos e aves, foto: J. Bernardes

Uma pesquisa da Food and Drug Administration (FDA) revelou que 13 mil toneladas dos antibióticos produzidos no país são utilizadas em animais produtores de alimento (como carne e leite), enquanto apenas 3,3 mil toneladas são consumidas por humanos. Desde 1977, o FDA tem tentado limitar o uso dessas substâncias na produção animal, mas a iniciativa encontra oposição, principalmente entre os mais interessados: os produtores e a indústria farmacêutica.

Inicialmente, esses medicamentos eram usados para tratar doenças nos animais, mas, com o avanço do conhecimento e desenvolvimento de novos compostos, passaram a ser amplamente utilizados nas criações também como promotores de crescimento. Nesse caso, são adicionados à ração ou à água do gado, das aves e dos suínos. A prática é adotada internacionalmente. Na China, 91 mil das 210 mil toneladas dos antibióticos produzidos localmente, ou 43% do total, são destinada a rebanhos.

Administrados com moderação, esses remédios melhoram a produtividade e reduzem a mortalidade das criações. Porém, o uso indiscriminado é apontado como um dos responsáveis pela aumento da resistência das bactérias. Muitas das substâncias dadas aos bichos são igualmente usadas para tratar humanos —­ como a penicilina, a tetraciclina e sulfonamidas. Por isso, para nossa saúde, são graves as consequências do possível aumento da resistência de microorganismos causado pela prática. Embora a associação entre o uso de antibióticos na produção animal e bactérias a eles imunes não esteja firmemente estabelecida, vários estudos epidemiológicos sugerem que ela existe.

As indicações levaram a Organização Mundial de Saúde a declarar que o uso de antibióticos em rebanhos é um risco para a saúde humana. Continua

Rede social para desastres




http://japan.sparkrelief.org/


fonte





Leia também:


- La radiactividad en el mar japonés se dispara 4.385 veces por encima del límite legal


- Greenpeace advierte del riesgo para Tokio si no se controla la situación de la nuclear




Câmara recebe seis representações contra Bolsonaro

Via blog do Josias de Souza
31.03.2011

As declarações de cunho racista feitas por Jair Bolsonaro na noite de segunda (28) já renderam seis representações contra o deputado.

Quatro pedidos de abertura de processo tiveram origem na própria Câmara. Dois vieram de fora: da OAB e da Presidência da República.

A peça do Planalto é assinada por Carlos Alberto Júnior. Ele é ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência.

Todos os documentos terão o mesmo destino: a Corregedoria da Câmara. Responde pelo órgão um deputado do mesmo partido de Bolsonaro.

Chama-se Eduardo Fonte (PP-PE). Ouvido, disse que a meia dúzia de representações, por análogas, devem ser reunidas em uma.

O corregedor declarou que ainda não conhece o teor das acusações. Acha, porém, que o fato de pertencer à mesma legenda do acusado não compromete sua isenção:

"A Corregedoria não tem amigo, nem inimigo, nem partido político; ela vai agir de acordo com o regimento [da Câmara] e a Constituição".

Bolsonaro foi devolvido à berlinda, seu habitat natural, por conta de declarações levadas ao ar no programa CQC, da TV Bandeirantes (vídeo disponível aqui). Continua

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sobre o urânio de Caetité

Por Zoraide Vilasboas,
para o EcoDebate
30.03.2011

A noticia da demissão dos dirigentes da Comissão Nacional de Energia Nuclear repercutiu como uma bomba hoje na Bahia, onde em julho do ano passado, pela primeira vez, dirigentes do Sindicato dos trabalhadores da Unidade de Concentrado de Urânio de Caetité, falaram publicamente contra o setor nuclear brasileiro e, em entrevista na Rádio Educadora revelaram o que se sabia a “boca-pequena”, que a Unidade estava com a produção parada desde julho, e que a empresa está vivendo uma crise pela “inoperância e incompetência” dos gestores, responsáveis por “uma série de barbeiragens administrativas, onde o que se viu foi uma completa falta de entendimento entre a CNEN e a INB. Ninguém cobrava de ninguém a responsabilidade e a situação se agravou ao ponto de gerar um prejuízo imenso aos cofres públicos”. Da entrevista participaram sindicalistas ligados ao setor nuclear de outros Estados, como Rio e Minas Gerais com criticas bem contundentes sobre a situação.

Antes, eles haviam distribuído um panfleto, criticando o setor nuclear, afirmando parecer que o objetivo, de tanta “porcaria” é levar em prática um plano ardiloso e vil de quebra de monopólio da exploração do minério de Urânio com a, consequente, privatização da empresa.

Setores da população, que vem lutando pelo esclarecimento dos problemas que envolvem o funcionamento da mineradora em Caetité, consideraram muito positiva a ação cidadã das associações de servidores de diversos órgãos do setor nuclear, que levaram ao conhecimento do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, mais um relatório explosivo que depõe contra o Programa Nuclear Brasileiro e que teria desencadeado a demissão da direção da CNEN.

Só rememorando, foram os fiscais em radioproteção que começaram, em 2000, a romper a blindagem que vigorava sobre um setor que, alegando ser estratégico, de segurança nacional, tenta impor um sigilo inaceitável sobre suas atividades. O Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania tenta acompanhar a questão da mineração de urânio, em Caetité, na Bahia, onde tem inicio a cadeia produtiva da energia atômica e é testemunha de inúmeros problemas que envolvem a exploração da tecnologia nuclear na produção de energia.

E, preocupada com o enfoque que vem sendo dado nos debates até então ocorridos, depois da catástrofe nuclear japonesa, quando se tenta garantir a segurança dessa tecnologia no Brasil só pelo fato de não haver possibilidade de ocorrência de tsunamis ou terremotos na área das usinas de Angra 1 e 2, enviou hoje, um oficio aos senadores que anunciaram uma visita esta semana às usinas do Rio de Janeiro. O ofício lembra que o exame da segurança da tecnologia nuclear não pode ficar restrita àquelas usinas atômicas, mas devem abranger todas as instalações nucleares, desde o inicio do perigoso ciclo de produção do urânio, matéria prima do combustível que abastece as usinas de Angra, e que sai de Caetité, deixando ali toneladas e toneladas de lixo atômico. O Movimento solicitou ainda que os senadores visitem também a Unidade de Concentrado de Urânio, em Caetité, para conhecer de perto os prejuízos sócio ambientais deixados na região e a situação dramática que vivem os moradores do entorno da mina, consumindo água contaminada e sendo acometidos por doenças causadas por radiação nuclear.

O Movimento Paulo Jackson ao longo de mais de uma década fez inúmeros relatórios ao Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, Governo da Bahia, Ministérios Públicos, aos órgãos responsáveis pela fiscalização e regulação da atividade minerária no Brasil, solicitando apuração e providências para acidentes, irregularidades e ilegalidades registradas na mineração. Neste momento, em que revelações nada tranquilizadoras sobre o setor nuclear começam a ser veiculadas, infelizmente, motivadas pela tragédia nuclear de Fukushima, o Movimento Paulo Jackson espera que o governo brasileiro ponha fim ao Programa Nuclear, desistindo de ampliar nossa matriz energética com essa fonte, cara, poluente, insegura e perigosa, priorizando o uso de fontes limpas e renováveis, que, como já se sabe, temos de sobra.
Abaixo segue o texto do oficio enviado hoje aos senador@s da República.

Salvador, 28 de março de 2011

Senhor@s Senador@s,
Somos de Caetité, na Bahia, onde funciona a única mineração de urânio em operação no Brasil, que produz a matéria prima da produção do combustível nuclear destinado à central nuclear de Angra dos Reis.
Como representantes do Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania, tentamos acompanhar, por mais de uma década, os problemas sócio ambientais causadas pela mineração de urânio no sudoeste baiano.

E por isto, estamos acompanhando os desdobramentos da catástrofe nuclear do Japão, que a Europa já denominou de apocalipse atômico.

Alguns aspectos dos desdobramentos desta crise no Brasil tem nos chamado a atenção.
Trataremos aqui, somente da insegurança nuclear. Vem sendo repetido à exaustão, na grande mídia, que estamos em segurança, pois dificilmente assistiremos maremotos ou terremotos jogar por terra o discurso da profissionalização, comprometimento, eficiência técnica, da competência gerencial, do altíssimo grau da segurança da tecnologia nuclear das usinas cariocas. Como se tragédias, como a japonesa, de consequências ainda não contabilizadas para o mundo, somente pudessem ser causadas por fenômenos naturais.

Este foi também o enfoque que predominou na audiência conjunta promovida pelas comissões de Serviços de Infraestrutura (CI), de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) deste Senado.

Ali também vimos, com preocupação, as usinas nucleares serem tratadas como se fossem equipamentos altamente sofisticados, com tecnologia de última geração, originados em alguns laboratórios de alta qualificação, capazes de produzir, monstrengos autosuficientes, por si só capazes de gerar a energia “do futuro”, independente de uma cadeia produtiva que também tem sérios riscos para a humanidade.
Segundo o Jornal do próprio Senado, nenhum debatedor referiu-se aos perigos do ciclo da produção da energia nuclear no Brasil, que começa exatamente em Caetité, onde existem fartos relatórios técnicos, sociais e oficiais, do TCU, do Ministério Público Federal (que tem um GT dedicado à questão nuclear brasileira), da AFEN, da própria Câmara dos Deputados, mostrando os prejuízos sócio ambientais causados pela mineração de urânio iniciada em 2000. São mais de 11 anos de funcionamento, com registro de mais de 10 acidentes, incidentes, ou como o setor nuclear chama de ENUS (eventos nucleares usuais), até hoje não satisfatoriamente apurados. Se todos estamos, vivendo um pesadelo, ao ver aquela nuvem de fumaça radioativa que saem dos reatores derretendo no Japão, em Caetité também temos uma nuvem radioativa, esta formada pela poeira e o gás atômico liberados na atividade mineradora.

Em 2000, a Associação dos Fiscais em Radioproteção e Segurança Nuclear fez um relatório mostrando as possibilidades de ocorrência de acidentes nucleares e radiológicos no Brasil devido à fragilidade da fiscalização e à falta de estrutura do Sistema de Radioproteção e Segurança Nuclear (SIPRON), para garantir a segurança nas instalações radioativas no país, trazendo informações preocupantes de um setor, sobre o qual o estado tenta impor um sigilo inaceitável, alegando ser estratégico, de segurança nacional.

Dois anos depois, em 2004, os fiscais da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) confirmaram as fragilidades, apontadas em 2000, num trabalho que levou a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados a investigar e publicar, em 2006, o relatório Fiscalização e Segurança Nuclear no Brasil, que demonstra a falta de estrutura do SIPRON e afirma que o estado brasileiro não tem condições de garantir segurança nesta atividade de alto risco para a população e o meio ambiente. Citamos relatórios de 11, de 6 anos, porque, infelizmente, a situação permanece a mesma.

O relatório da Câmara demonstra as vulnerabilidades do Programa Nuclear Brasileiro; a fragilidade da fiscalização, já que a CNEN, proprietária das principais instalações nucleares e radioativas do País, atua como “fiscal de si mesma; as irregularidades que envolvem o funcionamento da INB, em Caetité e a omissão e a conivência do IBAMA, para com a atividade atômica na Bahia, que apresenta altos riscos para a população e o meio ambiente.

Como ocorre no plano nacional, os dirigentes locais da empresa sustentam o discurso da competência, da excelência da tecnologia nuclear, mas, na prática, a realidade é bem diferente. Um parecer do TCU, de 2009, afirmou que as sansões impostas pela CNEN são inócuas e o monitoramento das correções dos erros não é suficientemente coercitivo (coativo) permitindo que instalações nucleares e radiológicas continuem operando mesmo com problemas. O fato é que já existe farta documentação sobre a complexidade dos problemas registrados, evidenciando os perigos a que estão expostos os trabalhadores e as comunidades que vivem sob a influencia direta da mineradora.

Como ficamos sabendo que o Senado decidiu visitar as usinas de Angra dos Reis, estamos solicitando que V. Sas. façam também uma visita a Unidade de Concentrado de Urânio em Caetité, operada pela INB e controlada pela CNEN. Mas pedimos também que não se limitem a ouvir os dirigentes da empresa operadora, sobre os quais, aliás, como os dirigentes da CNEN, que estariam sendo demitidos, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, pesam graves acusações. O ministro teria ficado chocado ao saber que quatro reatores nucleares utilizados para pesquisa funcionam sem licença, em três campi universitários e que Angra 2 opera há mais de uma década sem a “autorização de operação permanente”. Não se tem noticia se foi concedida esta autorização para a unidade de extração e produção de urânio em Caetité, pois a CNEN, contrariando vinha renovando esta autorização por mais de 9 vezes, contrariando suas próprias normas de segurança, que só preveem esta renovação duas vezes. É por esta, e outras razões, que estamos requerendo que ouçam também a sociedade civil, as entidades e os movimentos sociais que conhecem bem a situação de Caetité e Angra dos Reis, bem como os ficais em radioproteção para terem um panorama mais real sobre os preocupantes problemas do setor nuclear brasileiro.

Contando com o apoio de tod@s vocês, despeço-me agradecendo a atenção,

* Colaboração da jornalista Zoraide Vilasboas, da Coordenação de Comunicação da ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO PAULO JACKSON-Ética, Justiça, Cidadania para o EcoDebate, 30/03/2011

Tabela Periódica Modernizada

Via Estadão
30.03.2011




AQUI!



Anvisa faz reunião para avaliar como monitorar alimentos vindos do Japão

Via G1
30.03.2011

Ministérios da Saúde e da Agricultura, CNEN e Anvisa se reúnem nesta 4ª.
Autoridade sanitária diz que não haverá bloqueio a alimentos japoneses.


Os ministérios da Saúde e da Agricultura, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) participam de reunião na tarde desta quarta-feira (30) para discutir sobre monitoramento de produtos alimentícios vindos do Japão. A informação foi passada pela assessoria de imprensa da Anvisa.

O órgão de vigilância sanitária destacou que o Brasil não deverá adotar barreiras a alimentos importados do país asiático.

O encontro das autoridades deverá estabelecer somente como será o acompanhamento dos itens que chegarem aos portos do Brasil.

A Anvisa já havia divulgado uma nota sobre o assunto, em 22 de março, reiterando que o Brasil não adotará barreiras para alimentos vindos do Japão. Continua

segunda-feira, 28 de março de 2011

EUA: Depósito nuclear de Hanford, um dos lugares mais contaminados da Terra

Via EcoDebate
28.03.2011

O desastre em Fukushima levantou questões no mundo todo sobre a segurança nuclear. A contaminação, contudo, é muito pior no Noroeste Pacífico dos EUA. A antiga usina de plutônio em Hanford, no Estado de Washington, é um dos lugares mais contaminados da Terra e ainda serão necessárias décadas para que fique limpo.

Os cordeiros nasceram sem olhos ou bocas. Alguns tinham pernas grotescamente unidas; outros, não tinham pernas. Muitos eram natimortos. Trinta e um se perderam em uma única noite. Reportagem de Marc Pitzke, no Der Spiegel.

Em um pasto próximo, uma vaca foi encontrada morta, dura, com os cascos bizarramente esticados para o céu. Mais a jusante, homens da tribo Yakama tiraram salmões de três olhos do rio Columbia. As trutas estavam cobertas com úlceras cancerosas.

E aí os bebês começaram a adoecer.

Na primavera de 1962, o fazendeiro Nels Allison observou que algo estava assustadoramente errado. “Nossa mãe”, disse à esposa. As ovelhas eram sempre “as primeiras a se deitar e morrer” quando algo estava errado na fazenda de Allison perto de Basin City, uma cidade rural perto do rio Columbia no Noroeste dos EUA. Ele começou a se referir àquela noite como “a Noite dos Pequenos Demônios”.

Apesar dos Allison já terem morrido, o choque permanece. O jornalista Michael D’Antonio registrou a história no livro “Atomic Harvest” (colheita atômica), uma das milhares de narrativas de horror que ocorreram na região em torno de Hanford, local da usina de produção de plutônio nos EUA. A usina assusta os moradores até hoje –e os coloca em perigo.

Hanford é o pecado original atômico dos EUA. Nesta gigantesca instalação, espalhada por 1.517 quilômetros quadrados, uma viagem de quatro horas a sudeste de Seattle, no vazio extenso de Washington oriental, os EUA produziram a maior parte da matéria prima para a Guerra Fria. Apesar de ter sido desativada em 1988, a usina continua sendo o local mais contaminado de todo o hemisfério ocidental.

O Departamento de Energia dos EUA recentemente revisou seu programa de descontaminação de Hanford, a maior limpeza ambiental da história americana. A data final foi novamente adiada. Agora, espera terminar sua tarefa hercúlea até setembro de 2052 –mais de 108 anos após a abertura da usina.

“Mapa da morte”

A catástrofe nuclear que está se desdobrando na distante Fukushima levou muitos a levantarem a questão sobre a segurança dos reatores nucleares dos EUA, mas uma das ameaças mais graves está enterradas Hanford, uma das mais teimosas relíquias da Guerra Fria.

Ainda mais preocupante é o fato que uma usina nuclear ativa –a única da região propensa a terremotos do Noroeste Pacífico- fica às margens do local poluído. De fato, Gerry Pollet, diretor executivo do grupo ativista Heart of America Northwest, diz que a combinação do legado de Hanford com a potencial atividade sísmica impõe um “sério risco”.

Essas novas preocupações não são nada novas para o povo de Richland, a cidade mais próxima de Hanford, que tem cerca de 240.000 pessoas vivendo em condados pouco populosos. Seus avós já pagaram o preço da contaminação permanente e da radiação: abortos, defeitos de nascimento e doenças infantis raras.

Nos anos 60, Juanita Andrewjewski, esposa de um agricultor, criou um “mapa da morte” da região em torno de sua casa –com cruzes para doenças de coração e círculos para câncer. Logo, o mapa ficou cheio de cruzes e círculos; em certa altura, havia 67.

O preço da paz?

Stewart Udall, que foi secretário do interior dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson, chamou Hanford de o “capítulo mais trágico na história da Guerra Fria americana”. Continua

Após erros, Japão pede à operadora de usina que revise medições

Via Folha.com
27.03.2011

A Agência de Segurança Nuclear do Japão pediu à Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima Nº1, que revise seu sistema de medições após o erro cometido neste domingo, quando informou sobre um nível de radioatividade 10 milhões de vezes superior ao normal, que na realidade era de 100 mil, informou a emissora estatal NHK.

A Tepco, operadora de Fukushima Daiichi, disse que foi detectada uma concentração de radioatividade 10 milhões de vezes superior do que o normal na água que alaga parte dos subterrâneos do prédio de turbinas do reator 2.

Várias horas depois, a Tepco precisou que na realidade o aumento era de apenas 100 mil vezes superior ao normal e pediu perdão por seu erro.

Segundo a NHK, os técnicos da Tepco tentarão drenar água contaminada do reator 1, enquanto se teme que os esforços para refrigerar as unidades 2 e 3 atrasará, devido ao alto nível de radioatividade detectado. Continua


Leia também:

La radiación en Fukushima alcanza un nuevo máximo

El Gobierno de Japón cree que podría haber una fusión parcial en el reactor 2


Governo concede emissoras de rádio e TV a 'laranjas'

Via blog do Josias de Souza
27.03.2011




Detalhes aqui.


fonte


Agrotóxicos podem causar doenças como depressão, câncer e infertilidade

Globo Repórter
25.03.2011



AQUI!


Deputado questiona USP por terrenos

JC e-mail 4225, de 25 de Março de 2011.
Deputado questiona USP por terrenos


Carlos Giannazi (PSol) deve protocolar hoje (25) no Ministério Público de São Paulo uma representação cobrando a Universidade a respeito da compra de diversos terrenos fora do campus da instituição.

O documento pede um posicionamento sobre um imóvel na região da Avenida Paulista,no valor de R$ 3,6 milhões; outro na Consolação, de R$ 7,4 milhões, e três unidades de estacionamento na região de Santo Amaro - duas de quantia equivalente a R$ 10,7 milhões e outra de 2,8 milhões.

A USP afirma que ainda não foi notificada. Ontem, ocorreu uma audiência pública na Assembleia Legislativa, com a presença de estudantes, professores e funcionários, convocada pelo deputado. Como representante da USP, compareceu o professor Wanderley Messias - o reitor João Grandino Rodas não participou. No entanto, após discutir com manifestantes, Messias deixou a audiência sem discursar sobre sua posição.

(O Estado de São Paulo)

domingo, 27 de março de 2011

Pedalar será hábito padrão de mobilidade nas próximas décadas

Por Sérgio Abranches
25.03.2011

Quando estive em Copenhague para cobrir a COP15, aluguei um apartamento em um bairro um pouco mais afastado da cidade. Caminhava duas quadras do apartamento até a estação do metrô. A rua, pequena, tinha um condomínio. Todos os apartamentos tinham bicicletas. Copenhague é uma das cidades mais preparadas para o ciclismo cotidiano do mundo.
Todas as entradas tinham mais de uma bicicleta. Algumas bikes pertenciam claramente a casais sem filhos. Casais com filhos pequenos tinham bicicletas com carrinho de bebê acoplado, às vezes dois. Vários tinham triciclos que podiam carregar crianças maiores, compras e volumes até um determinado porte. Havia portas em que víamos bicicletas de adultos e de crianças.

No trajeto do apartamento ao aeroporto, em todas as ruas víamos grande quantidade de bicicletas. Caminhávamos ao lado da ciclovia, protegida da rua por onde passavam os carros. Por ela não paravam de passar ciclistas de todas as idades. Na estação do metrô havia um estacionamento só para bicicletas, sempre repleto de bicicletas dos mais variados tipos. Alguns levavam as bikes no metrô, provavelmente porque o local para onde iam ficava distante da estação. Ninguém achava estranho ou incômodo.

Era evidente que Copenhague era uma cidade onde o hábito da bicicleta fazia parte do cotidiano de grande número, se não da maioria das pessoas.

Estive em Nova York, logo que o prefeito Bloomberg nomeou Jeanette Sadik-Khan Comissária de Transportes da cidade. Uma ciclista habitual, Sadik-Khan resolveu redesenhar ruas importantes da cidade, como a Broadway, para construir um sistema de ciclovias que circunda toda a ilha de Manhattan. O programa é mais amplo, vai além das bicicletas e tem por objetivo promover a segurança, a mobilidade e a sustentabilidade em toda a cidade. Ela administra um orçamento de mais de US$ 2 bilhões por ano. Outra iniciativa importante foi determinar a troca de toda a frota de táxis para veículos híbridos e elétricos. Nessa minha primeira ida, tive que me esforçar um pouco para só pegar os novos táxis. E ouvi muita reclamação dos motoristas.

O começo me pareceu uma tremenda ousadia, que dificilmente iria muito longe. O trânsito de Nova York sempre foi caótico, difícil e nervoso. Estreitar uma rua importante como a Broadway, fechar outras à passagem de veículos motorizados, forçar a renovação de toda a frota de táxis e limusines para veículos híbridos e elétricos me parecia impossível.

Voltei um ano depois e vi que era ousadia, mas era viável. A Broadway havia virado Broadway Boulevard, com uma pista só para veículos motorizados, espaços generosos para pedestres e uma ciclovia que dava vontade de pegar uma bike e passear por ela, apesar do frio. Era fácil pegar um táxi híbrido ou elétrico. Não ouvi mais reclamações de motorista.

Aliás, Sadik-Kahn passou a fechar várias ruas para organizar passeios de bicicletas e os relatos dos ciclistas nova-iorquinos é que eles passaram a conhecer uma outra Nova York. Viram prédios, monumentos, afrescos, portas e portões verdadeiras obras de arte, que nunca haviam reparado antes. Continua

De um mico-leão-dourado: ‘Salvem antes a Marina!!!’

Via blog do Josias de Souza
26.03.2011

O meio ambiente do PV tornou-se irrespirável para Marina ’20 Milhões de Votos’ Silva.

Ela migrou para a legenda depois de concluir que do mato do PT não sairia mais coelho.

Súbito, se dá conta de que também do PV só sai cobra, Zequinha Sarney, hiena, Zé Penna, lagarto...

Não ignorava que nem tudo seriam flores na “nova” agremiação. Mas não contava que houvesse predadores de tocaia.

Rei da selva do PV desde 1999, José Luiz Penna acaba de obter a prorrogação de seu reinado por mais um ano.

"Se alguém tivesse me dito, eu não teria entrado", diz Marina. "O que foi dito é que havia problemas, mas que estava em curso um processo de mudança".

Depois de sobreviver à infância pobre, à febre amarela e ao preconceito, Marina tornou-se um ser em extinção.

Prometeram-lhe a “modernização” do PV. E ela acreditou. Tornou-se o último exemplar da fauna a dar crédito a promessa de político.

A burocracia do PV condenou-a a repetir a sina de Prometeu: 300 anos acorrentada, com um abutre a bicar-lhe o fígado.

Diante do drama, já tem mico-leão-dourado gritando na floresta: “Salvem antes a Marina Silva!!!”.

Central Nuclear de Angra vai rever segurança de encostas

O Globo
26.03.2011



AQUI!


Veja também:
Nova Friburgo: antes e depois

Japón evacúa a los trabajadores del reactor 2 de Fukushima por la alta radiactividad

El OIEA afirma que la crisis nuclear de Japón está aún 'lejos de llegar a su fin'


Fantasmas poderosos

Via Estadão
Por Marco Aurélio Nogueira
26.03.2011

Nenhum ‘ex’ dorme em paz depois de ter entrado em contato com os prazeres do poder

Fantasmas e pesadelos costumam atormentar todos os que tiveram poder um dia. O universo dos "ex" é heterogêneo, mas nenhum deles dorme inteiramente em paz depois de ter entrado em contato com os prazeres que integram o cotidiano de um poderoso. Mesmo suas agruras e aborrecimentos são de um tipo especial. Viciam, causam dependência.

A maldição não perdoa ninguém, ainda que nem todos reajam do mesmo modo. Há os que sofrem em público e os que se recolhem, os discretos e os escandalosos, os que retomam a vida de antes e seguem em frente e os que não se conformam e não sabem o que fazer. Quanto mais alto o grau de poder, maior o problema. Quem já foi presidente da República tem mais dificuldade para assimilar a perda súbita ou anunciada de poder do que um chefe de seção desalojado do cargo.

O filósofo inglês Thomas Hobbes escreveu no século 17 que a tendência geral dos humanos era "um perpétuo e irrequieto desejo de poder, que cessa apenas com a morte". Segundo ele, isso acontecia não porque os homens buscassem um prazer sempre mais intenso, mas porque intuíam que a conservação e a ampliação constante do poder eram essenciais para que mantivessem o que possuíam. Maquiavel, na Itália, se inquietava diante da dificuldade para "determinar com clareza que espécie de homem é mais nociva numa república, a dos que desejam adquirir o que não possuem ou a dos que só querem conservar as vantagens já alcançadas". Não economizaria palavras: "A sede de poder é tão forte quanto a sede de vingança, se não for mais forte ainda". Idêntica preocupação teria Max Weber, que dizia que quem mexe com o poder faz um "pacto com potências diabólicas" e vai descobrindo que o bem e o certo nem sempre têm significado unívoco. O poder tem razões que a razão desconhece.

Alguém que deixa o poder defronta-se antes de tudo com o fantasma daquilo que perde: os rituais, a vida distinta, os mimos e mesuras dos subordinados, o conforto do palácio. Precisa se acostumar com os ruídos alheios e esquecer o som da própria voz. Há quem diga que sente certo alívio ao voltar ao anonimato e se libertar da agenda carregada, das liturgias cansativas, do excesso de exposição. Mas a ausência disso pode se assemelhar a uma crise de abstinência, que termina por levar o ex-poderoso à busca inglória de um lugar ao sol semelhante ao que desfrutava nos dias de fausto. Continua

Cruzando a linha: entre o “normal” e o “anormal

Via Com Ciência/SBPC
Por Cristiane Paião
10.03.2011

De acordo com o relatório sobre os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) do estado de São Paulo, publicado em 2010 pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp), cerca de 10% da população precisa de assistência em saúde mental atualmente, seja ela eventual ou contínua. Entre as dez principais causas de incapacitação por doenças em geral, cinco são por transtornos psiquiátricos. Depressão, alcoolismo, esquizofrenia, transtorno bipolar e transtorno obsessivo-compulsivo são as mais comuns. O quadro corresponde a 12% do total de incapacitações por doenças em geral e cresce para 23% em países desenvolvidos. No mundo todo, os transtornos mentais são responsáveis por uma média de 31% dos anos vividos com incapacitação.

Ainda que os transtornos mentais representem um sério problema de saúde pública, os embates e polêmicas sobre seus diagnósticos e tratamentos, e sobre os limites entre uma doença e outra ainda são muitos. Ao longo da história da humanidade e, consequentemente, do processo de construção dos conceitos envolvendo psiquiatria, psicanálise e psicologia, diversos conceitos e paradigmas entraram em jogo e, ora se destacavam, ora caíam por terra. Isso porque a ideia de “normalidade” ou “anormalidade” está relacionada, em grande medida, a conceitos históricos, culturais e socialmente elaborados, ainda que relacionados, em grande medida, a questões físico-químico-biológicas que interferem no processo de classificação daquilo que é tido como “transtorno mental”.

Normal x anormal

De acordo com a filosofia, a “normalidade” deve ser entendida como um estado de equilíbrio do organismo, seja do ponto de vista do corpo ou da mente. Segundo João de Fernandes Teixeira, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a sentença “de perto, ninguém é normal” já era em grande medida professada pela filosofia e vem cada vez mais sendo estudada e desenvolvida. Embora os filósofos tenham criticado a existência de padrões de normalidade/anormalidade rígidos nos últimos tempos, uma certa classificação é plenamente possível.

“George Canguilhem, por exemplo, tem um livro clássico sobre o assunto, que se chama O normal e o patológico, em que ele nos diz que não é possível usar critérios externos, universais, para definir normalidade. Entretanto, em The disordered mind: philosophy of mind and mental illness, George Graham, filósofo da mente americano, argumenta que a mente insana é aquela na qual a racionalidade foi profundamente afetada. Embora não possamos nos ver mais como um animal inteiramente racional, os distúrbios da racionalidade, quando em excesso, nos levam à mente insana. Nesse sentido, a insanidade é a incoerência quase total, o que leva também a uma desorganização das emoções – as emoções não estão inteiramente separadas da razão, senão, não seríamos sequer capazes de falar delas”, explica Teixeira.

Segundo o pesquisador da UFSCar, a filosofia da mente nunca se preocupou especificamente com o transtorno mental. O livro de Graham é um dos pioneiros, nesse sentido. Para os estudiosos da área, o transtorno mental é enfocado como um dos tipos de problemas que ocorrem na interação entre mente e cérebro. “Esse é o chamado problema mente-cérebro, e é a principal questão da filosofia da mente. Nesse sentido, há várias perguntas como, por exemplo: ‘a depressão e a tristeza podem afetar o cérebro?’ Ou melhor, ‘como uma série de acontecimentos ruins na vida de uma pessoa pode levar a uma modificação de neurotransmissores?’ E há a pergunta na direção inversa: ‘como drogas biopsiquiátricas podem afetar nossa maneira de pensar?’ ‘Será que elas agem só no cérebro ou também na mente?’”, enumera.

Do ponto de vista psiquiátrico/psicológico, as noções de “normalidade” ou “anormalidade” se definem também por meio de padrões culturais e sociais, mas, principalmente, por meio de reações químico-físico-biológicas. Em doenças graves como esquizofrenia, por exemplo, que compõe o grupo das psicoses, os processos de pensamento, entendimento e processamento de informações ficam desconexos e existem graves alterações no contato com a realidade. O paciente sofre com paranoias, transtornos graves de humor, delírios e alucinações (visuais, sinestésicas, e sobretudo auditivas). Diante de um caso como esse, não fica difícil identificar a “anormalidade”. De modo geral, essas características se repetem em vários dos transtornos mentais, mas existem também transtornos relativamente menos “graves” que são mais difíceis de serem diagnosticados e que dependem, em grande medida, de conceitos históricos e culturais, como a depressão, por exemplo. Embora seu potencial para afetar negativamente a vida das pessoas seja grande – pois leva à incapacitação para realizar atividades comuns do dia-a-dia, como diminuição do apetite, alteração de sono, de peso, ineficiência para processar informações, concatenar ideias e fazer escolhas –, durante muito tempo, a depressão não foi encarada como transtorno, e apenas recentemente passou a ser tratada com a devida seriedade. Continua

sábado, 26 de março de 2011

Governo procura cidades para depositar lixo atômico

Via blog do Josias de Souza
Foto:Wikipedia
24.03.2011




O governo brasileiro vai oferecer dinheiro (royalties) a municípios que toparem receber o lixo atômico produzido nas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).

Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê o armazenamento dos resíduos nucleares em cápsulas de inox revestidas de concreto.

Prevê-se que esses depósitos de rejeitos tóxicos terão “prazo de validade” de 500 anos.

Deve-se a informação ao presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele participou, nesta quarta (23), de audiência pública no Senado.

A sessão reuniu senadores de três comissões: Infraestrutura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia.

Convocada nas pegadas do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, a audiência teve o propósito de checar a segurança das usinas nucleares brasileiras.

Vieram à luz inconsistências e problemas dignos de nota. O armazenamento dos resíduos tóxicos é um dos dilemas.

Othon Luiz contou aos senadores que a Eletrobras constrói, no momento, uma célula-piloto, para exibir aos prefeitos dos municípios.

O trabalho é desenvolvido sob supervisão da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear).

O presidente da Eletronuclear disse estar ciente da dificuldade que terá para convencer municípios a se converterem em depósitos de lixo nuclear.

Será preciso oferecer, disse ele, além de royalties, garantias de segurança que convençam a população das cidades e a comunidade científica.

O lixo nuclear recebe três tipos de classificação: alto risco, médio risco e baixo risco. Esse último recebe tratamento análogo ao dispensado ao lixo hospitalar.

Ficou claro na audiência do Senado que o acidente do Japão não provocará alterações no programa nuclear brasileiro. Ao contrário, pretende-se pôr em funcionamento Angra 3.

Vão abaixo alguns dos problemas expostos na audiência pública:

1. Plano de evacuação: Othon Luiz informou que se encontra em andamento a construção de embarcadouros e helipontos na região de Angra dos Reis.

Serão usados em megaoperações para retirar, por via marítima, as pessoas das áreas próximas às usinas em caso de acidentes nucleares.

Pergunta-se: isso já não deveria estar pronto desde o início da operação das usinas de Angra? Continua

***

Leia também:
- E se tivesse sido aqui no Brasil...
- La radiactividad del mar cercano a Fukushima se multiplica en unas horas
- Japón detecta altos niveles de radiactividad en el agua del mar al sur de Fukushima

- "La situación en Fukushima es seria y puede degradarse en cualquier momento, pero hay algunas señales positivas", nos ha contado Rafael Grossi, director general adjunto del OIEA, en una entrevista en la que huye del catastrofismo pero también del engaño. (El País)

sexta-feira, 25 de março de 2011

ENERGIA NUCLEAR NO MUNDO

No El País
15.03.2011:





DETALHES




Revolta dos trabalhadores de Jirau: caso para a Força Nacional?

Por Sérgio Abranches
20.03.2011

Não há acaso na coincidência entre as várias ocorrências registradas em relação aos projetos de hidrelétricas na Amazônia. As das obras das hidrelétricas do rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, foram paralisadas por razões trabalhistas, com violência no caso de Jirau. Jirau já custará 44% além do que foi determinado em leilão, passando de R$ 9 bilhões, para R$ 13 bilhões. Belo Monte começa a ser construída com base em licenças extemporâneas, sem fundamento técnico. A empreiteira iniciou as obras de Belo Monte, no meio do carnaval, para evitar a atenção do público.
Todo o programa de hidrelétricas na Amazônia tem essa marca: falta de qualidade técnica, econômica, ambiental e de engenharia; falta de transparência; custos subestimados; implementação improvisada, açodada, inteiramente impermeável ao escrutínio público e totalmente insensível a opiniões contrárias, mesmo quando tecnicamente fundamentadas. A transparência foi substituída por intenso trabalho de relações públicas. Há mais press release circulando como matéria, do que matéria efetivamente apurada.
Quando apuradas, as matérias coincidem. No caso do conflito trabalhista em Jirau, por exemplo, há convergência entre os diferentes depoimentos de trabalhadores, recolhidos pelos enviados especiais a Rondônia do Globo, Cássia Almeida, e da Folha de São Paulo, Rodrigo Vargas. Dão notícia de promessas não cumpridas, quebras de contrato, maus tratos, ambiente repressivo, péssimas condições de trabalho.
Nenhuma surpresa. O tratamento privilegiado dado pelo governo aos projetos e suas empreiteiras, funcionou como uma espécie de blindagem a fiscalizações independentes e a verificações técnicas. A falta absoluta de transparência e a segurança da impunidade criam ambiente propício ao abuso, ao desrespeito da legislação trabalhista. Continua


Leia também:
O que acontece em Jirau e Santo Antônio já estava previsto


Vítimas de enchentes ganham casas novas com rachaduras no Maranhão

Via Jornal Nacional
24.03.2011





AQUI!



quinta-feira, 24 de março de 2011

Justiça aceita denúncia contra atropelador de ciclistas

Via Isto É
24.03.2011

AE


A juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, aceitou nesta quirta-feira a denúncia feita pelo Ministério Público contra o bancário Ricardo José Neis, de 47 anos, pelo atropelamento de 17 ciclistas.
Na acusação, a promotora de Justiça Lúcia Helena Callegari afirmou que o motorista tentou cometer homicídios triplamente qualificados porque arremeteu seu carro contra os ciclistas por motivo fútil, mediante meio que provocou situação de perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas, atingidas por trás.
O incidente ocorreu no dia 25 de fevereiro. Em depoimento à polícia, Neis alegou que estava sofrendo ameaça de agressões de parte dos ciclistas e que forçou a passagem por temer até um linchamento.
O bancário ficou alguns dias internado num hospital psiquiátrico e está preso preventivamente desde 11 de março. A magistrada também determinou a suspensão cautelar da carteira de motorista do acusado enquanto durar o processo.

fonte


Postado no Youtube: 27/02/2011






Postado no Youtube: 26/02/2011





Brasil vota a favor do envio de relator especial da ONU ao Irã

Via Estadão
Por Jamil Chade
24.03.2011

País muda posição e aprova resolução do Conselho de Direitos Humanos contra governo de Ahmadinejad

GENEBRA - O Brasil muda sua posição em relação ao Irã e votou na manhã desta quinta-feira, 24, a favor de uma resolução no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, proposta pelos Estados Unidos para investigar as violações do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

A proposta de enviar um relator especial ao país do Oriente Médio para investigar as denúncias de violações de direitos humanos foi proposta por Washington e foi votada e aprovada hoje.

Nos últimos 10 anos, o Brasil se absteve em votações que condenavam o Irã ou era contrário a resoluções, como no caso das últimas sanções aprovadas no Conselho de Segurança da ONU, em junho. Nas abstenções anteriores, na Assembleia-geral das Nações Unidas, a alegação brasileira era a de que esse não era o fórum adequado para a discussão. Continua

Maggie, la eterna - Por Pedro Almodóvar






AQUI!



A pegada hídrica da humanidade

Via O Eco
22.03.2011



Pegada hídrica
Clique na imagem acima e explore a pega hídrica de 
cada país. Utilize os ícones no canto superior esquerdo para
 ver as modalidades de uso. As traduções para cada
 uma delas segue abaixo
A Pegada Global da Água é um projeto com base nas pesquisas realizadas pela Unesco e pela Universidade de Twente, na Holanda. O projeto tem como objetivo visualizar a pegada hídrica de 132 países e tornar tangível o impacto do nosso consumo de água doce.

Encarar as questões hídricas significa compreender o uso que fazemos deste precioso recurso. O projeto visa ilustrar que 86% da nossa pegada de água per capita é devido ao consumo de alimentos (produtos agrícolas). Além disso, devemos nos lembrar de que, quando consumimos e comercializamos produtos, nós estamos consumindo e comercializando a água utilizada para produzi-los (água virtual).

A cada segundo, numa escala mundial, estão ocorrendo fluxos invisíveis de água virtualmente. Quando movemos produtos de um país para outro, estamos não só movendo os produtos reais, mas praticamente toda a água que foi usada na produção destes. Para os países com escassez de água pode ser preferível importar água virtual, por meio da importação de produtos alimentares ao invés de usar os limitados recursos hídricos para produção agrícola interna.

A água virtual pode ser uma solução para a falta de simetria entre locais nos quais a água é necessária e onde existe água. Levando em conta esses fluxos de água virtual pode nos ajudar na melhor gestão da água e de nossas interdependências, considerando de forma mais eficiente nossas necessidades. Continua

quarta-feira, 23 de março de 2011

Morre Elizabeth Taylor

No El País:






AQUI!

Em vídeos, atuações célebres.

Na Rede, o legado da última grande estrela



Radiação em Fukushima está 1,6 mil vezes acima do normal, diz AIEA

Via Estadão
22.03.2011


A Agência Internacional de energia Atômica (AIEA) detectou níveis de radiação 1,6 mil vezes acima do normal em um raio de 20 km do complexo atômico de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, onde o terremoto do último dia 11 provocou um acidente nuclear. Além disso, de acordo com a rede de TV NHK, o ministério da Ciência do país mediu uma emissão de raios gama 400 vezes acima do normal no solo a uma distância de 40 km da usina.

A área no raio de 20 km em torno da usina foi completamente isolada. Quem mora até 40 km do complexo foi orientado a não sair de casa. O governo japonês já identificou níveis de contaminação na água, leite e vegetais, embora eles não sejam imediatamente nocivos à saúde humana.

Segundo o professor Keigo Endo, da Universidade de Gunma, a radiação liberada de iodo em uma amostra de 5 cm de solo a 40 km de Fukushima Daiichi está acima 430 vezes do nível normal, e a de césio é de 47 vezes maior.

O Ministério da Saúde disse que os moradores de cinco municípios em Fukushima não devem misturar água de torneira com leite infantil em pó, depois que se descobriu que a água contém mais que o nível padrão de iodo radiativo permitido para bebês. As autoridades suspenderam as vendas de leite e alguns vegetais da região. Continua


Leia também:
- Japón pide que no se consuman verduras cultivadas en Fukushima

- Especial: Tragedia en Japón

- Um mês antes do desastre, o governo tinha autorizado que o reator número 1 pudesse ser utilizado por dez anos além dos 40 anos de vida útil que ele completaria em 2011. Vinte dias depois, a empresa responsável pela usina de Fukushima admitiu que não ter inspecionado corretamente o sistema de refrigeração dos reatores. Essa informação estava no site da agência reguladora dias antes do terremoto.

- E se tivesse sido aqui no Brasil...

- Una red de estaciones de la ONU vigila la radiación en todo el planeta


Auxílio continuado

Via Agência FAPESP
Por Fábio de Castro
23.03.2011


Investimentos em pesquisa, que
 fizeram do HIV o vírus mais
 conhecido pela ciência, precisam
 continuar para que se possa
 contornar os três principais
 desafios relacionados à Aids,
segundo Esper Kallás, da USP (CDC)
Agência FAPESP – O HIV é o vírus mais conhecido pela ciência, como resultado de grandes investimentos em pesquisa nas últimas décadas. Os inúmeros avanços conquistados modificaram muito, para melhor, a realidade dos portadores do vírus. Mas ainda há um longo caminho pela frente para que se possa controlar a epidemia de HIV-Aids.

A conclusão é de Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) que organizou, na semana passada, em São Paulo, o 6º Curso Avançado de Patogênese do HIV, no qual foram discutidos temas como tratamento, desenvolvimento de vacinas e epidemiologia do vírus.

O curso, que trouxe ao Brasil 30 dos principais especialistas em HIV de todo o mundo, integrou as atividades do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Investigação em Imunologia (INCT-iii), cuja área de HIV-Aids é coordenada por Kallás.

O Programa INCT foi lançado em dezembro de 2008 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisa estaduais. A FAPESP financia 50% dos valores destinados aos institutos sediados no Estado de São Paulo.

Segundo Kallás, as apresentações dos especialistas durante o curso mostraram que as descobertas relacionadas a vários aspectos do vírus e da Aids não cessaram nos últimos anos – e melhoraram efetivamente a vida dos pacientes –, mas ainda é preciso avançar.

“Os avanços que tivemos desde a identificação da síndrome da Aids até hoje foram imensos. Mas ainda temos três grandes desafios pela frente. O primeiro é desenvolver uma vacina protetora. O segundo, compreender o mecanismo de degeneração e combater o envelhecimento dos portadores. O terceiro é descobrir como curar o indivíduo. Quando cumprirmos esses três objetivos, poderemos controlar ou eliminar a epidemia”, disse à Agência FAPESP.

De acordo com o cientista, os investimentos na pesquisa sobre o HIV, que sempre foram consideráveis, precisam permanecer no mesmo patamar para que seja possível chegar a esses objetivos.

“O HIV é seguramente o vírus que mais conhecemos hoje em dia e para o qual nós mais tivemos investimentos em pesquisa. Mas é preciso dar continuidade a isso. É importante observar, no entanto, que os recursos investidos na pesquisa sobre Aids não ficam restritos a essa área, mas acabam se replicando para várias outras. Não podemos esquecer que esse tipo de investimento é feito principalmente a longo prazo, na formação de recursos humanos, na disseminação de conhecimento e na capacitação de grupos de pesquisa”, destacou.

A situação dos pacientes atualmente, em comparação com a do início da epidemia na década de 1980, é bastante diferente, segundo Kallás. Mas isso não significa que a doença possa ser encarada com indiferença.

“Naquela época, ser portador da doença tinha um significado ainda mais dramático. Hoje é diferente, mas a doença não pode ser ignorada. Ela ainda tem um impacto muito grande, em termos de saúde pública, de saúde individual e até mesmo no que diz respeito ao custo financeiro. A condição do doente melhorou muito em relação ao que era antes, mas ainda temos muito o que fazer”, afirmou. Continua

Curso amplia visão sobre trabalho de prevenção da Aids

Via Agência USP de Notícias
18.03.2011

O Núcleo de Estudos de Prevenção em Aids (Nepaids) da USP realiza curso para profissionais de saúde que amplia as perspectivas do trabalho de prevenção da doença para além das campanhas educativas. O curso de especialização Prevenção de HIV/Aids no quadro da vulnerabilidade e dos direitos humanos tem como objetivo mostrar que considerar aspectos sociais, culturais e econômicos, entre outros, pode tornar mais eficaz o combate a epidemia. A atividade é coordenada pelos professores José Ricardo Aires, da Faculdade de Medicina (FMUSP), e Vera Paiva, do Instituto de Psicologia (IP) da USP.

O curso, que iniciou sua primeira turma no segundo semestre de 2010, faz parte de um projeto de extensão desenvolvido pelo Nepaids, a partir de uma parceria entre o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o Instituto de Psicologia (IP) e a Faculdade de Saúde Pública (FSP), também da USP. A segunda turma do curso deve ter início no segundo semestre de 2011.
Segundo o professor José Ricardo Ayres, há muitos outros fatores, que vão além da informação e da vontade pessoal, que interferem na vulnerabilidade ou não de um determinado grupo de pessoas a uma doença como a Aids. Aspectos culturais, sociais e econômicos, entre outros, não podem ser desconsiderados pelas ações de prevenção.
Para reduzir a vulnerabilidade de uma pessoa é preciso levar em conta e procurar trabalhar aspectos como faixa etária, condição sócio-econômica, questões de gênero, raciais, religiosas, e até mesmo aspectos estruturais, como o acesso a serviços e programas de saúde de qualidade. “Ter ou não condições de acesso a preservativos, por exemplo, faz toda a diferença”, destaca Ayres. Continua

Governo quer tirar produtor rural da ilegalidade sem anistiar desmatador

JC e-mail 4222, de 22 de Março de 2011.

Governo quer tirar produtor rural da ilegalidade sem anistiar desmatador


Proposta do Código Florestal que está em negociação pelo governo tem pontos mais rígidos do que a do deputado Aldo Rebelo.

O governo Dilma Rousseff negocia uma nova versão de reforma do Código Florestal que tire da ilegalidade a maior parte dos produtores rurais do País, mas sem promover anistia geral para quem cortou vegetação nativa acima dos limites da lei nem abrir mão da recuperação de áreas desmatadas ilegalmente em regiões prioritárias.

A ideia em debate no governo é votar uma proposta mais próxima do consenso antes que os produtores rurais comecem a ser autuados com base na lei de crimes ambientais, por descumprir a área mínima de preservação do meio ambiente em suas propriedades, que variam a 20% a 80%, de acordo com o bioma onde o imóvel rural está localizado.

A data para o início das autuações é 11 de junho. As multas poderiam ser aplicadas já a partir de abril de 2012. Uma das possibilidades é a edição de uma medida provisória pela presidente. Outra é mais um adiamento das punições aos desmatadores, para que o Congresso vote uma proposta de consenso. Desde o final de 2009, os produtores tiveram incentivos para regularizar suas propriedades, por meio da anistia de multas já
aplicadas, mas eles optaram por investir em mudança do Código Florestal por deputados e senadores.

Durante a campanha eleitoral, Dilma acenou com o veto de trechos do relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), já aprovado em comissão especial da Câmara. As partes do relatório mais criticadas no governo são a redução da área de proteção permanente (APP) às margens dos rios e a dispensa da área de reserva legal nas áreas até quatro módulos fiscais nas propriedades (a extensão varia de 20 a 400 hectares, dependendo do município). Continua


Cirurgia encerra drama de transexual – e da medicina

Via Veja
18.03.2011

Xande dos Santos será 1ª brasileira a passar por operação de mudança de sexo paga pelo SUS. Há 15 anos, intervenção podia ser considerada crime

No início do próximo mês, a autônoma Alexandra Peixe dos Santos, de 38 anos, vai se deitar em uma mesa cirúrgica do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, para se submeter a um procedimento pouco comum, que deve durar duas horas. Do centro cirúrgico, sairá diferente: sem útero, ovários e trompas. Em data ainda a ser definida, passará pela extração das mamas. Os procedimentos constituem o passo mais contundente da transformação de Alexandra em Alexandre, ou Xande, primeiro transexual feminino do país a realizar uma cirurgia de mudança de sexo custeada pelo Sistema Único de Saúde – entre os homens, a prática existe desde 2008. Cada intervenção para retirada dos órgãos reprodutivos femininos (histerectomia total) e da mama (mastectomia) vai custar aos cofres públicos 717,90 reais e 462,80 reais, respectivamente. Continua

Livro de Sarney ‘maquia’ escândalos

Via Estadão
Por Leandro Colon
22.03.2011

BRASÍLIA - A biografia autorizada do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lançada nessa terça-feira, 22, em Brasília, contém erros de informação e omite dados sobre a crise que atingiu a Casa e o próprio senador em 2009. Escrito pela jornalista Regina Echeverria, Sarney, a Biografia aborda o escândalo sob a ótica do parlamentar, que na obra se diz vítima de perseguição política.

O livro exalta a contratação da Fundação Getúlio Vargas, a pedido de Sarney, para fazer uma reforma administrativa no Senado. Mas deixa de informar o valor pago - R$ 500 mil em dois anos - e o fato de que a reforma não saiu do papel. Em outro trecho, a autora escreve que Sarney "determinou" a demissão de todos os 136 diretores da Casa, sem citar que elas não se efetivaram. Continua

Acordo do Google Books é rejeitado

Via Estadão
Por Heloisa Lupinacci
22.03.2011

O projeto do Google de digitalizar milhões de livros e bilbliotecas recebeu um duro golpe nesta terça, 22, após decisão de um juiz federal dos Estados Unidos de rejeitar o acordo que previa que o Google pagasse US$ 125 milhões a autores e editoras pelo direito de colocar esses acervos na internet.

O juiz Denny Chin, da corte distrital do Distrito Sul de Nova York, afirmou que a proposta foi rejeitada por dar ao Google o direito de lucrar com livros sem a permissão dos detentores de direitos autorais. Para Chin, o acordo era “injusto, inadequado e irracional”.

A decisão joga areia em um dos projetos mais ambiciosos do Google e atravanca uma negociação que já se arrasta há mais de seis anos. Em 2005, autores e editoras processaram a empresa. Dois anos depois, entraram em acordo. Continua

terça-feira, 22 de março de 2011

O japonês, um forte

Via blog da Conceição
Por Conceição Freitas
12.03.2011





O que fazem os japoneses no Japão é algo que sempre me intrigou, do mesmo modo que é inquietante saber que há cidades que brotaram nas proximidades de vulcões, em geleiras, no deserto, regiões que rejeitam a presença humana. Como se explica que um povo tenha fundado uma civilização num território onde o chão pode sumir a qualquer momento? Deve haver explicações históricas, mas pode-se dizer que o japonês é antes de tudo um forte. Também se pode supor que, dada a ocupação milenar do território, mesmo em condições tão instáveis, o japonês carrega no corpo, no sangue e na alma a certeza de que a morte e a destruição são parte indissociável da vida.

Conhecer e entender a alma japonesa é um exercício que instiga o pensador ocidental. O filósofo francês Henri-Pierre Jeudy diz em Percorrer a cidade que a possibilidade constante da catástrofe fez com o japonês transformasse a morte num modo de vida. Sintomaticamente, eles conservam com esmero suas tradições, mesmo sabendo que, a cada novo terremoto, tudo terá se ser reconstruído. E as pontes, os monumentos, os templos, tudo é constantemente refeito no Japão, tudo nasce e morre, e morre e renasce.

Escreve Jeudy: “A catástrofe podendo surgir a qualquer momento, a repetição de seus inumeráveis rituais cotidianos não tem a função de conjurá-la, ela impõe muito mais a visão comunitária de um tempo infinito, de um tempo liberado de suas rupturas. O território treme, aquilo que o ocupa se desmorona, mas o tempo nunca é atingido pelo desastre da extensão. O tempo é uma pura abstração que os ritos tradicionais assinalam por simples replicação mimética.”

O japonês conserva fortemente no corpo e na memória suas tradições culturais porque sabe que lá fora, nas obras de arquitetura e engenharia, há uma instabilidade intrínseca. Talvez eles também saibam que nenhuma tecnologia, por mais avançada que seja, terá o poder de evitar a destruição causada por um terremoto de grandes proporções. O japonês, mesmo sendo tão tecnologicamente avançado, sabe que o engenho humano tem um limite e que a força da Terra é ilimitada.

O filósofo também acredita que a sensação contínua de iminente catástrofe explica o hábito japonês de dizer sim a tudo, mesmo quando quer dizer não. O “hai-hai-hai” (sim, sim, sim) que eles repetem tão mecanicamente é na verdade seu modo de lidar com o imprevisível da vida. “Eis que estamos de acordo, mas o que pode acontecer agora não depende nem de mim nem de você, e podemos esperar o pior”, é o que ele diz quando concorda com tudo o que lhe é dito.

O Japão, em si mesmo, é a comprovação da teimosia humana em habitar a Terra. Somos tão teimosos que aqui estamos. Até quando… não sabemos. É o terrível milagre de existir em forma humana — saber e não saber.


E se tivesse sido aqui no Brasil...

Via Greenpeace - Brasil
17.03.2011


Se o acidente nuclear japonês acontecesse no Brasil, plano de evacuação poderia atingir até 1 milhão e meio de pessoas, em 27 municípios do Rio de Janeiro e São Paulo.





AQUI!



Leia também:

Detectan en Islandia partículas radiactivas que podrían ser de Fukushima

La piscina de residuos de Fukushima, cerca de la ebullición



Em 7 anos, Prefeitura de SP não acaba com 3 de cada 4 áreas de grande risco

Via Estadão
Por Paulo Saldaña e Márcio Pinho
22.03.2011

Em sete anos, a Prefeitura não conseguiu melhorar a situação de três em cada quatro áreas de grande risco de deslizamento na cidade de São Paulo. Mais de 75% das áreas de risco alto e muito alto mapeadas em 2003 permanecem hoje na mesma situação e seguem protagonizando acidentes - apesar das tentativas de retirada e das promessas das gestões Marta Suplicy (PT), José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab.

É o que mostra análise feita pelo Estado a partir do mapa das áreas de risco de 2010 produzido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e divulgado neste ano, em comparação com os dados do estudo de 2003.

No total, 29 mil famílias paulistanas vivem atualmente em regiões com probabilidades alta e muito alta de escorregamento ou inundação (próximas de córregos). Das 158 áreas com essa característica mapeadas em 2003, durante a gestão Marta Suplicy (PT), 119 aparecem com as mesmas classificações no levantamento divulgado em janeiro pela gestão Kassab.

Cada área é dividida em setores, que podem variar em quatro níveis de risco: baixo, médio, alto e muito alto. As duas últimas classificações são as que precisam de maior atenção - por apresentarem grande potencial para ocorrência de escorregamentos e solapamentos. No estudo do ano passado, a Prefeitura identificou 607 setores de risco alto e muito alto. Em 2003, eram 288 - e desses 251 permanecem. Continua

Desabastecimento de água pode afetar 55% dos municípios até 2015

Via Estadão
Marta Salomon
21.03.2011


Atlas divulgado pela Agência Nacional de Águas mostra que cerca de metade das cidades responde por 70% do consumo hídrico no Brasil; estudo conclui que será necessário investimento de R$ 70 bilhões para garantir oferta do recurso até 2025


De todos os municípios brasileiros, mais da metade (55%) poderá ter problemas no abastecimento de água até 2015. É o que mostra um estudo feito pela Agência Nacional de Águas (ANA), que avaliou a oferta e o crescimento de demanda de água em todas as 5.565 cidades do País. Esses municípios representam mais de 70% do consumo de água.

O Atlas Brasil, que será divulgado oficialmente amanhã, conclui que o Brasil precisará investir pelo menos R$ 70 bilhões para garantir a oferta de água de boa qualidade aos municípios até 2025, quando a população deverá alcançar cerca de 196 milhões de habitantes.

Desse total, quase 70% (R$ 47,8 milhões) teriam de ser investidos na coleta e tratamento de esgotos, apenas para evitar ou resolver a poluição nas fontes de abastecimento de água, já que o dinheiro não seria suficiente para universalizar o acesso ao esgoto, o maior problema da área de saneamento.

"Os problemas associados à poluição hídrica são mais evidentes nos grandes aglomerados de municípios, em função da pressão das ocupações urbanas sobre os mananciais de abastecimento público: o lançamento de esgotos sem tratamento dos municípios localizados à montante influenciam diretamente a qualidade das águas", afirma o documento. A montante é o lado da nascente, em relação a um curso de água. A região do Rio Paraná exige o maior volume de investimentos.

Nordeste e Sudeste. O total de investimentos necessário para garantir a oferta de água equivale ao pagamento de mais de quatro anos dos benefícios do Bolsa-Família ou ainda mais de duas vezes a estimativa de custo do polêmico trem-bala entre São Paulo e Rio. Continua

segunda-feira, 21 de março de 2011

Y ahora... el hambre y la enfermedad entre los refugiados

Via El Mundo
20.03.2011





AQUI!


Veja também:


Lecciones de Japón a Occidente (y viceversa)


Kanto, 1923: el devastador terremoto que desató el caos y la violencia en Japón


YouTube lança canal para ajudar a encontrar desaparecidos no Japão






AQUI!

Leia a matéria do El Mundo.



Professora da USP alerta: Dizer que os reatores nucleares duram, em média, 40, 60 anos é blefe

Via EcoDebate
21.03.2011

Há no mundo 441 reatores nucleares em funcionamento.

Estados Unidos são os que têm mais – 104. Seguem-se França (58), Japão (55), Federação Russa (32) Coréia (21), Índia e Inglaterra (19 cada), Canadá (18), Alemanha (17), Ucrânia (15), China (13), Suécia (10), Espanha (8), Bélgica (7), República Checa (7), Finlândia, Hungria e República Eslovaca (4 cada).

Vários países têm dois reatores: Argentina, Brasil, Bulgária, Paquistão, México, Romênia e África do Sul. Eslovênia, Armênia e Holanda possuem um.

Há 61 reatores em construção. Boa parte na China (24) e Federação Russa (11). Coreia tem cinco e Índia, quatro. Bulgária, Japão, República Eslovaca, Ucrânia, dois. Argentina, Brasil, França, Paquistão, Estados Unidos, Finlândia e Irã. Isso sem contar os muitos projetados – só no Brasil, 50 para os próximos 50 anos.

Esse novo impulso da energia nuclear está alicerçado em alguns fatores, especialmente estes:

1) Até as explosões dessa semana no complexo de Fukushima, Japão, acidente grave em usina nuclear já era história, memória, vaga lembrança. Dos 191 milhões de brasileiros, cerca de 80 milhões sequer eram nascidos quando houve o de Chernobyl, em 1986, Ucrânia (então parte da extinta União Soviética), considerado ainda o maior da história.

2) O modelo teórico de que o tempo de vida útil de um reator atômico é de 40 anos, prazo que foi estendido por mais 20. Ou seja, um reator duraria 60 anos.

3) A informação de alguns especialistas de que o reator seria a fonte produtora de energia que emitiria menos C02 (gás carbônico) na atmosfera, produzindo menos efeito estufa. Consequentemente, seria útil para reduzir o aquecimento global.

“Acontece que informações mais recentes revelam realidade diferente, geralmente omitida pelos defensores da energia nuclear”, alerta a professora Emico Okuno, doDepartamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). “Para começar, não procede que o tempo médio de vida de um reator é 40 anos, 60 então nem fala. Isso é blefe.”

NOS EUA, OS REATORES DURAM, EM MÉDIA, 18,9 ANOS

Com base em modelos matemáticos, se estabeleceu que um reator tem vida útil média de cerca de 40 anos, agora de 60. É em cima desse prazo que se fixa o custo da energia nuclear.

Só que a prática está mostrando que eles duram muito menos. Dados até 2008 revelam que o tempo médio de vida dos reatores nos Estados Unidos é de 13,9 anos. Tempo máximo, 34 anos. E o mínimo, 1 ano. Lá, três funcionaram apenas um ano; e nove, em média, 7,6 anos. Continua


Leia também:
Físico defende que Brasil reveja planos de construir novas usinas nucleares


sábado, 19 de março de 2011

Pesca insustentável, poluição e mudanças climáticas: Estudo alerta para risco de extinção de 75% dos corais

Via Eco Debate





A combinação entre pesca insustentável, poluição e mudanças climáticas pode levar à extinção 75% dos corais do planeta. O alerta é de um novo estudo, que aponta o risco de destruição de mais de 90% dos recifes até 2030 se nada for feito para conservar essas áreas.
Segundo o relatório Reefs at Risk Revisited, elaborado por instituições ambientalistas internacionais e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), as áreas mais vulneráveis estão no Sudeste da Ásia, em países como a Indonésia, as Filipinas e a Tanzânia. O Haiti e Granada, no Caribe, também estão entre os dez países com maiores riscos de extinção de corais.
“Com a combinação de ameaças locais, aquecimento e acidificação, os recifes estão cada vez mais suscetíveis a danos causados por tempestades, infestações e doenças. A degradação se reflete na redução de corais vivos e da diversidade de espécies, o aumento de algas e menor abundância de peixes”, lista o documento.
O Brasil também aparece entre as regiões ameaçadas, principalmente a costa dos corais, que abrange o litoral de Alagoas e Pernambuco, e a região de Abrolhos, na Bahia. “Abrolhos tem alguns dos maiores e mais ricos recifes de corais do Atlântico Sul, mas nos últimos 20 anos, o litoral da região tem experimentado aumento do turismo, a urbanização e a agricultura em grande escala, levando a descarga de resíduos sem tratamento e contaminação de recifes da região”.
Continua

PV ignora Marina e ex-ministra pode deixar o partido

PV ignora Marina e ex-ministra pode deixar o partido
Por Lilian Venturini
18.03.2011


Roldão Arruda, de O Estado de S. Paulo

Após meses de atrito, as relações entre a atual direção do PV e o grupo de Marina Silva caminham para o impasse. Já se fala na possibilidade de Marina deixar o partido. Sairia acompanhada por militantes históricos, como o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) e o jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira (RJ).
O impasse foi explicitado na reunião da executiva nacional do partido, realizada ontem em Brasília. Ignorando os apelos do grupo de Marina e dos históricos para que se promovam eleições neste ano para a renovação dos quadros de direção, a executiva decidiu adiar para 2012 a convenção já programada para meados deste ano. Isso garante ao atual presidente, José Luiz Penna, que detém o controle quase absoluto da máquina partidária, a permanência no cargo por mais um ano. Será o 13.º à frente do PV.
“Tudo indica que estamos caminhando para uma presidência vitalícia, num partido que é parlamentarista”, desabafou ontem Sirkis. “É desalentador, porque 2012 é ano eleitoral e difícilmente a executiva convocará uma convenção.”
Sirkis disse que o grupo de Marina e os históricos ainda irão tentar mobilizar as bases do partido e os grupos que apoiaram a a candidatura da ex-ministra do Meio Ambiente. Sua intenção é pressionar a executiva para que a convenção se realize neste ano, como estava previsto desde que Marina se filiou ao PV, no ano passado. “Vamos convocar reuniões realizar seminários onde for possível”, afirmou o deputado. “Não está descartada a hipótese, porém, de Marina e os verdes históricos saírem para criar um novo partido.”
O deputado ficou surpreso com resultado da reunião. Ele acreditava que o partido iria aproveitar o resultado da campanha eleitoral de 2010, quando Marina obteve cerca de 20 milhões de votos e mobilizou setores expressivos do eleitorado mais jovem, para promover a renovação e o arejamento nos seus quadros. Continua


Projeto de blog destina R$ 600 mil só para Bethânia

Via blog do Josias de Souza
18.03.2011


O projeto de criação do blog de poemas de Maria Bethânia prevê um cachê de R$ 600 mil para a cantora.

Corresponde a 44% da cifra que o Ministério da Cultura autorizou Bethânia a captar no mercado com base na Lei Rouanet: R$ 1,35 milhão.

Dinheiro da Viúva, a ser coletado na caixa registradora de empresas e descontado no Imposto de Renda devido ao fisco.

O projeto anota que Bethânia responderá pela "direção artística, pesquisa, seleção de textos e atuação em vídeos", nos quais declamará poemas.

Como a duração da empreitada foi fixada um ano, os R$ 600 mil destinados a Bethânia representam salário mensal de R$ 50 mil.

No papel, a iniciativa da cantora é descrita como recolucionária.

Bethânia pretende virar do avesso a rotina dos brasileiros, servindo-lhes poemas diários:

"Em meio a tantos absurdos do mundo moderno, a tantos problemas que cercam a vida de todos, nos propomos a revolucionar a vida cotidiana de cada um".

Na versão original, o projeto era mais caro. Sorveria das arcas oficiais R$ 1,79 milhão. Antes da aprovação, foi lipoaspirado em R$ 440 mil. Continua


Leia também:
Bethânia tem show cancelado após polêmica do blog