Gustavo Faleiros
11/12/2008, 16:10
Novas pesquisas mostram que aumento de 1,5 ºC
pode acabar com gelo na Groelândia. (Fonte: NASA)

Mas agora, nos corredores do pavilhão de exposições de Poznan, onde ocorre, até sábado, mais uma rodada de negociações das Nações Unidas sobre o clima, as coisas parecem estar mudando; pelo menos do ponto de vista dos cientistas. A meta de 2ºC pode não ser suficiente para interromper os piores efeitos da mudança climática, como secas e chuvas devastadoras.
Martin Parry, chefe do Departamento de Ciências Ambientais do Imperial College (Londres), que foi o vice-presidente do grupo sobre impactos do aquecimento no IPCC, tem circulado um artigo científíco na conferência, alertando sobre os riscos de não agir agora. Entítulado “As consequências de atrasar ações sobre mudanças climáticas”, seu paper sustenta que as atuais propostas para a redução das emissões de carbono são permissivas a respeito de impactos sobre o homem e a natureza.
“Nós deveríamos estar pensando em algo como 1,5ºC ou até mesmo menos, como aumento máximo”, diz Parry. Em seu artigo, o membro do IPCC demonstra que permitir uma elevação de 2ºC na temperatura global representa, entre outras coisas, que entre 1 bilhão e 2 bilhões de pessoas sofrerão com problemas de suprimento de água. Ou haverá um incremento na extinção de anfíbios e uma drástica queda na produção de cereais. Continua.