quarta-feira, 22 de agosto de 2012

São Paulo atravessa a madrugada para ver Monet, Cézanne e Van Gogh

Via Jornal da USP
Por LEILA KIYOMURA
12.08.2012

A exposição “Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay”, no Centro Cultural Banco do Brasil, movimenta a cidade. Mais de 10 mil pessoas se enfileiram dia e noite para recepcionar os mestres da pintura

Quadro mais impressionista do que os pintores retratando as cores da vida parisiense é o do centro da cidade de São Paulo todo iluminado. E elegante para atravessar a madrugada apreciando a leveza das bailarinas de Edgar Degas, a natureza de Paul Cézanne, a boemia de Toulouse Lautrec.

O amanhecer frio, a garoa, a chuva. Lá estavam as famílias paulistanas e de cidades e Estados de todo o País, na expectativa de prestigiar as 85 obras-primas do acervo Museu d’Orsay. Mais de 10 mil pessoas, em uma fila cordial e ininterrupta, esperando a sua vez para entrar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Ao ver tamanho movimento no dia, noite e madrugada da estreia de “Impressionismo: Paris e a Modernidade”, o presidente do Museu d’Orsay, Guy Gogeval, elogia: “Nunca vi um público tão interessado e disposto. É uma grande honra trazer o nosso acervo para ser apresentado aos brasileiros”. Gogeval explica que a maioria das obras está saindo do museu e de Paris pela primeira vez. “Esta atitude faz parte de um projeto de internacionalização que estamos desenvolvendo.”

O movimento do público mostra mais uma vez que a nossa vida cultural está mudando. O Brasil, no ano passado, segundo levantamento da revista americana The Art Newspaper, teve três das dez exposições com maior público do mundo. “O mundo mágico de Escher” bateu recorde de visitação diária do planeta, cerca de 9.677 visitantes por dia. Também “Oneness”, da japonesa Marico Mori, que mistura arte e tecnologia, atraiu com a sua nave espacial cerca de 7 mil pessoas. E a retrospectiva da americana “Eu em Tu”, da americana Laurie Anderson, teve 6.934 visitantes. Todas essas mostras tiveram entrada franca e foram apresentadas pelo Centro Cultural Banco do Brasil. A sede do Rio de Janeiro é a responsável por esses índices, porém a de São Paulo tem uma frequência surpreendente. CONTINUA!