sexta-feira, 21 de junho de 2013

Políticos também não têm vez na web

Via Estadão
21.06.2013

Futuro dos atos é discutido no Twitter e Facebook

Edison Veiga - O Estado de S.Paulo

As redes sociais foram dominadas por dois temas referentes aos protestos: o incômodo com a presença de partidos políticos nas manifestações e quais devem ser as próximas bandeiras. O humorista Helio de La Peña preferiu fazer piada com a presença de militantes do PT. "Petistas querem aderir às passeatas com o grito de guerra: 'abaixo nós!'", escreveu, no Twitter. "Desconfiava que o PT estava sem rumo. Meia dúzia de petistas uniformizados hoje no meio do protesto apartidário em São Paulo confirmam minha suspeita", afirmou o apresentador de TV Marcelo Tas. "Indo para a (Avenida) Paulista agora. Gostaria de lembrar: é uma manifestação apartidária. É brasileira!!! Esqueçam partidos políticos", publicou a atriz e escritora Lúcia Verissimo.

Já o ilustrador, vlogueiro e VJ da MTV PC Siqueira preferiu contemporizar. "Deveríamos permitir. Do contrário, nós nos tornamos os fascistas", postou.

Muitos posts apontaram a necessidade de canalizar o movimento popular para outras questões, após a revogação do aumento das tarifas dos transportes. "Gente, a passagem do busão já abaixou. Agora vamos derrubar o (pastor e deputado federal Marco) Feliciano?", publicou o escritor e cineasta Alessandro Buzo.

"A gente quer um país melhor, não quer?", escreveu a cantora Luiza Possi. "Eu protesto em prol de 100% dos royalties do pré-sal para a Educação e estratégia nacional contra a violência", enumerou o cientista Miguel Nicolelis.

No Facebook, as timelines ficaram cheias de uma imagem com os "cinco motivos" do movimento - enfatizando não se tratarem apenas das tarifas do transporte. De acordo com essa mensagem, a luta também é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, pela saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso, por uma investigação completa das irregularidades nas obras da Copa de 2014, para que a corrupção se torne crime hediondo e pelo fim do foro privilegiado. Até as 19h30 de ontem, o compartilhamento de informações sobre o tema online já havia impactado potencialmente 900 milhões de internautas, de acordo com monitoramento da empresa Scup. / COLABORARAM HERTON ESCOBAR e RODRIGO BURGARELLI