Via USP Online
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Aline Naoe
15.10.2014
O sofrimento associado ao diagnóstico do câncer extrapola os já conhecidos efeitos orgânicos dos tratamentos mais comuns da doença, como a quimioterapia – que provoca queda de cabelos, náuseas e dores. O paciente, e também seus familiares, enfrentam sentimentos de revolta, medo, insegurança e ansiedade que precisam ser levados em conta durante o processo de superação da doença, inclusive porque podem permanecer até mesmo após o fim do tratamento. É essa dimensão psicológica do câncer o foco da Psico-Oncologia e das atividades do Chronos, laboratório do Instituto de Psicologia (IP) da USP dedicado ao atendimento dessas pessoas por meio da psicoterapia.
No Chronos, sigla para Centro Humanístico de Recuperação em Oncologia e Saúde, mas também uma referência ao deus do tempo da mitologia grega, os especialistas que realizam o atendimento dedicam-se, igualmente, a conhecer a doença, e é isso o que diferencia o profissional da Psico-Oncologia. “Precisamos conhecê-la ao máximo, saber sobre os tratamentos e os efeitos colaterais”, explica Elisa Maria Parahyba Campos, professora do Departamento de Psicologia Clínica do IP e coordenadora do Chronos. O domínio dessas informações é importante pois cada tipo de câncer envolve determinadas características e reações, que podem influenciar o estado emocional dos pacientes. E ao lidar com os medos das pessoas, é preciso saber se eles são reais ou fantasiosos para poder orientá-las.
O primeiro contato com o laboratório acontece, em geral, por meio da
página do Chronos e, principalmente, pelo boca a boca, conta Elisa. Também há casos de pacientes encaminhados por outros médicos e pela própria clínica-escola do IP. Quando surge uma demanda, o grupo se reúne, discute o caso e decide quem vai “assumi-lo”. O responsável, então, entra em contato com o paciente e agenda uma primeira entrevista, para compreender qual a situação da pessoa e o que se pretende obter com a terapia.
Continua.