quarta-feira, 22 de abril de 2015
Análise de DNA mostra preferência alimentar de morcegos vampiros na Amazônia
JC-Notícias
23.04.2015
Os resultados indicaram consumo de sangue de animais domésticos. Realizado por pesquisadores do Inpa, o trabalho foi publicado na revista Journal of Mammalogy e divulgado pela revista Science
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) investigaram os hábitos alimentares do morcego da espécie Desmodus rotundus, na Amazônia, mais conhecido como morcego-vampiro-comum, por meio da detecção do DNA das “vítimas” (animais sugados pelo vampiro) nas fezes do animal. O estudo indicou consumo de sangue de animais domésticos.
O método foi desenvolvido no Laboratório de Genética de Plantas (LabGen) do Inpa, e o estudo de campo foi realizado em comunidades ribeirinhas do Rio Purus e Médio Rio Madeira (AM). Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente na revista Journal of Mammalogy e divulgados pela revista Science.
O pesquisador Rogério Gribel, um dos autores do trabalho, conta que inicialmente o estudo envolveu uma fase experimental, ainda em Manaus, na qual alguns exemplares foram mantidos em cativeiro e alimentados por vários dias exclusivamente do sangue de uma de suas “vítimas” potenciais (galinha, porco, cachorro, boi ou humanos), visando à coleta das fezes dos morcegos.
“Em seguida, foi desenvolvido em laboratório um protocolo utilizando ferramentas moleculares para detectar o DNA das ‘vítimas’ nas amostras das fezes destes vampiros com dieta controlada”, explica a pesquisadora Maristerra Lemes.
Em campo
Partiu-se, então, para o trabalho de campo, a fim de se investigar a preferência por espécies na alimentação dos morcegos, relata o pesquisador colaborador Paulo Bobrowiec, doutor em genética, conservação e biologia evolutiva pelo Inpa.
“O estudo demandou 47 noites de trabalho de campo em 18 comunidades ribeirinhas, onde foram capturados cerca de 160 vampiros com o intuito de descobrir quais eram seus hábitos alimentares na natureza. Os resultados indicaram o maior consumo de sangue de animais domésticos como galinhas e porcos e ausência de DNA humano e de animais silvestres – papagaio, arara, macaco, dentre outros – nas fezes dos vampiros capturados”, diz.
Bobrowiec acrescenta que, a ausência de vestígios de DNA de animais selvagens nas amostras fecais dos morcegos foi intrigante, considerando que as comunidades ribeirinhas visitadas são cercadas por florestas com baixos níveis de perturbação humana. “Os animais domésticos e de criação chegaram à Amazônia só nos últimos séculos. Isso sugere uma rápida adaptação comportamental para o ambiente antrópico [modificado pelo ser humano], o que permitiu aos morcegos vampiros explorá-los com sucesso”, explica.
Leia mais.
(MCTI, via INPA)
http://www.mcti.gov.br/noticias/-/asset_publisher/IqV53KMvD5rY/content/analise-de-dna-mostra-preferencia-alimentar-de-morcegos-vampiros-na-amazonia
23.04.2015
Os resultados indicaram consumo de sangue de animais domésticos. Realizado por pesquisadores do Inpa, o trabalho foi publicado na revista Journal of Mammalogy e divulgado pela revista Science
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) investigaram os hábitos alimentares do morcego da espécie Desmodus rotundus, na Amazônia, mais conhecido como morcego-vampiro-comum, por meio da detecção do DNA das “vítimas” (animais sugados pelo vampiro) nas fezes do animal. O estudo indicou consumo de sangue de animais domésticos.
O método foi desenvolvido no Laboratório de Genética de Plantas (LabGen) do Inpa, e o estudo de campo foi realizado em comunidades ribeirinhas do Rio Purus e Médio Rio Madeira (AM). Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente na revista Journal of Mammalogy e divulgados pela revista Science.
O pesquisador Rogério Gribel, um dos autores do trabalho, conta que inicialmente o estudo envolveu uma fase experimental, ainda em Manaus, na qual alguns exemplares foram mantidos em cativeiro e alimentados por vários dias exclusivamente do sangue de uma de suas “vítimas” potenciais (galinha, porco, cachorro, boi ou humanos), visando à coleta das fezes dos morcegos.
“Em seguida, foi desenvolvido em laboratório um protocolo utilizando ferramentas moleculares para detectar o DNA das ‘vítimas’ nas amostras das fezes destes vampiros com dieta controlada”, explica a pesquisadora Maristerra Lemes.
Em campo
Partiu-se, então, para o trabalho de campo, a fim de se investigar a preferência por espécies na alimentação dos morcegos, relata o pesquisador colaborador Paulo Bobrowiec, doutor em genética, conservação e biologia evolutiva pelo Inpa.
“O estudo demandou 47 noites de trabalho de campo em 18 comunidades ribeirinhas, onde foram capturados cerca de 160 vampiros com o intuito de descobrir quais eram seus hábitos alimentares na natureza. Os resultados indicaram o maior consumo de sangue de animais domésticos como galinhas e porcos e ausência de DNA humano e de animais silvestres – papagaio, arara, macaco, dentre outros – nas fezes dos vampiros capturados”, diz.
Bobrowiec acrescenta que, a ausência de vestígios de DNA de animais selvagens nas amostras fecais dos morcegos foi intrigante, considerando que as comunidades ribeirinhas visitadas são cercadas por florestas com baixos níveis de perturbação humana. “Os animais domésticos e de criação chegaram à Amazônia só nos últimos séculos. Isso sugere uma rápida adaptação comportamental para o ambiente antrópico [modificado pelo ser humano], o que permitiu aos morcegos vampiros explorá-los com sucesso”, explica.
Leia mais.
(MCTI, via INPA)
http://www.mcti.gov.br/noticias/-/asset_publisher/IqV53KMvD5rY/content/analise-de-dna-mostra-preferencia-alimentar-de-morcegos-vampiros-na-amazonia