quarta-feira, 22 de abril de 2015

Presidente do ICMBio avalia incluir extrativistas nas compensações de Belo Monte

Via Instituto Socioamboental (ISA)
20.04.2015

Roberto Vizentin reconheceu que populações de Reservas Extrativistas foram impactadas pela construção da hidrelétrica na região de Altamira (PA) 

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, disse ser evidente que populações extrativistas tiveram seu modo de vida e economia comprometidos com a instalação da usina de Belo Monte, em Altamira (PA). Ele informou que irá avaliar, junto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), órgão federal responsável por fiscalizar as condicionantes da hidrelétrica, como incorporar as reivindicações por compensações dessas comunidades no processo de licenciamento da obra.

“O ICMBio tem a obrigação de repercutir e apresentar o pleito ao Ibama”, afirmou Vizentin em entrevista concedida ao ISA após reunião com ribeirinhos e extrativistas, na quarta (15/4), em Brasília. O ICMBio é o órgão gestor das UCs federais.

No encontro, os extrativistas entregaram duas cartas em que descrevem como a construção de Belo Monte contribuiu para piorar o acesso à saúde pública, na perda de moradias e no aumento da exploração ilegal de madeira nas Reservas Extrativistas (Resex) Rio Xingu, Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio, Unidades de Conservação (UCs) federais localizadas na região da Terra do Meio, no sul do Pará (primeira carta; segunda carta ). O mesmos documentos foram entregues ao diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama, Thomaz Toledo, na sexta-feira (17/4). O reconhecimento dos impactos de Belo Monte sobre as Resex pelo ICMBio e IBAMA é o primeiro passo para efetivar e orientar ações de compensação ambiental da obra nessas UCs.

Os presidentes das associações de moradores das três áreas viajaram dias de barco e avião para entregar os documentos pessoalmente  (leia notícia do ICMBio).

Impactos

Quase quatro anos depois do início da construção de Belo Monte, com 70% da instalação da usina concluída, nem a Norte Energia, empresa responsável pela obra, nem o governo federal admitiram formalmente que as 300 famílias que vivem isoladas nas três áreas protegidas sofrem dos mesmos impactos sofridos pelos índios e, até hoje, não tomaram nenhuma medida para preveni-los ou mitigá-los.

Continua.