Folha de São Paulo
NINA RAHE
COLABORAÇÃO PARA A SÃOPAULO
17.07.2016
Tadeu Chiarelli se levanta da cadeira onde está sentado e procura na mesa ao lado o cartão de visitas da Pinacoteca. Mostra que tem a logomarca antiga –a fachada do museu com portas e janelas coloridas–, a despeito da mudança visual que aconteceu em janeiro deste ano, quando o desenho do prédio projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo perdeu as cores e adquiriu traços mais simpáticos.
"Enquanto tivermos o cartão anterior, vamos usá-lo. Estamos sem grana, o momento atual está nos fazendo economizar", diz o crítico, curador e professor da Universidade de São Paulo, que no início de 2015 assumiu o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado.
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Tadeu Chiarelli, diretor da Pinacoteca, na exposição do
artista Marcelo Zocchio, em cartaz na instituição, em São Paulo Por: Jéssica
Mangaba/Folhapress 15/04/2016
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O paulista de Ribeirão Preto, hoje com 60 anos, chegou ao museu junto com a crise, logo após a demissão de 29 funcionários e um corte de 15% no orçamento para aquele ano.
Por falta de verba, a exposição com obras da fundação europeia Helga de Alvear, que aconteceria no ano passado, precisou ser adiada para 25 de junho.
Até setembro, o museu expõe 120 peças de artistas como Wassily Kandinsky, Marcel Duchamp e Cindy Sherman.
A alteração no calendário afetou também a mostra dedicada a Túlio Mugnaini -pintor e diretor da Pinacoteca entre as décadas de 1940 e 1960-, que estava inicialmente prevista para este ano e foi reagendada para 2017.
"Poderia ser pior, poderíamos ter cancelado as exposições, mas apenas adiamos", explica Chiarelli. "Acho que o que segura o museu é a equipe. Na crise, você estabelece coordenadas, mas precisa estar coberto por quem ajude. Está sendo uma excelente experiência profissional", ele resume, "mas espero que a última".
Antes de assumir a função, Chiarelli se preparava para tocar projetos pessoais. Queria preparar disciplinas para a pós-graduação da ECA (Escola de Comunicação e Artes) da USP, desenvolveria um projeto de estudo sobre retratos e planejava sistematizar a experiência à frente de algumas mostras no MAC (Museu de Arte Contemporânea), espaço que dirigiu de 2010 a 2014.
Quando surgiu o convite para assumir o cargo na Pinacoteca, Chiarelli, que já foi também curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo, diz ter titubeado diante da responsabilidade. Mas o peso da instituição, o primeiro museu de artes da cidade, tornou a oferta irrecusável. "Marcelo Araújo, Aracy Amaral, Emanoel Araújo", ele cita outros que já assumiram a empreitada. "Como não fazer parte desse time?"
Continua.
Comentário básico:
Viva o meu irmão!!!!!
Viva a Vila Tibério!!!!
Adelidia Chiarelli