sábado, 7 de abril de 2012

Peço a Deus Moisés de volta, por Maria Helena

Via blog do Noblat
Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
06.04.2012


A 7ª Arte é a mais completa das artes. Sou apaixonada por cinema. Quando moça, e com tempo livre, ia diariamente ao cinema. Aqui ou em qualquer cidade onde estivesse, saber da programação da semana era a primeira providência.

Talvez por isso eu viva criando imagens em minha cabeça para determinadas situações. São ótimos filmes, os meus, modéstia à parte... a trilha sonora, então, é de primeira.

Foi um pouco diferente agora. O senador e sua cachoeira não permitiram que eu ‘rodasse’ meu filme. Não consigo ver outra imagem: Moisés (ou Charlton Heston, como queiram) no alto da montanha, olhando para baixo e vendo aquela baderna fenomenal e a ira se apossando do profeta.

Dentes trincados, olhar fulminante, a estátua de Michelangelo já em gestação, as tábuas da Lei em sua mão, junto ao coração. Que parece prestes a explodir.

De meu, só um acréscimo no roteiro: a volta do Patriarca. E fico imaginando o que ele faria e diria e que tipo de cataclisma Deus enviaria para marcar a volta do Homem Reto.

Aqui em baixo, a miséria moral cada vez maior, estamos necessitados dele, meu Deus, e aproveito o dia de hoje para pedir-Vos: mande Moisés à Terra outra vez.

Temos passado por poucas e boas, Senhor.

Juízes que, em nome da Lei, inocentam um homem que estuprou três menores porque elas eram prostitutas! Trocavam atos sexuais por dinheiro. Se vendiam... com certeza por falta do que fazer, não é? São, está claro diante da Lei, culpadas!

Advogados honrados que, também em nome da Lei, leem com muita atenção os livros das leis dos homens para buscar a brechinha que livrará seus clientes da cadeia. Doutores com um nome a zelar, agem em nome da Lei e da Ordem: eles não fazem isso por dinheiro!

O Conselho de Ética do Senado Federal, Senhor, está acéfalo. Um senador peemedebista chegou a pedir que não o convocassem: é espinhosa, segundo ele, “a função de julgar nossos pares”. Ele não lastima a descoberta de um par que saiu do tom e destroçou a canção. O que ele lamenta é outra coisa...

Mas nem tudo está perdido, Senhor. Manda a verdade que eu Vos diga que o Conselho Estadual dos Direitos do Negro (RJ) está atento. Não permite o crime do racismo entre as bonecas! Bonecas negras e brancas têm que custar o mesmo preço. A artesã que faz as bonecas com engenho e arte está sendo denunciada junto ao Ministério Público pelos preços divergentes.

Noutro dia um blogueiro que em seu blog não tem leitores, entrou aqui para reclamar do Trem das Onze cantado na Hora do Recreio por um coral de meninas brancas! Disse logo: racismo!

Bem, Senhor, a culpa é toda minha. O pai é meu, a música é minha e quem monta a Hora do Recreio neste blog sou eu.

Confiteor.