Via Folha de São Paulo
Por YGOR SALLES EDITOR-ADJUNTO DE MÍDIAS SOCIAIS
18.06.2013
Quando sentou em frente à câmera na semana passada para filmar um vídeo para explicar sua indignação com a realização da Copa no Brasil, a diretora de fotografia Carla Dauden, 23, talvez não esperasse a repercussão do que faria.
Menos de 24 horas após postar o vídeo "No, I'm not going to the world cup" ("Não, eu não vou para a Copa do Mundo"), mais de 500 mil pessoas já viram suas críticas.
Carla, que mora nos Estados Unidos há cinco anos após passar a infância e a adolescência em Florianópolis (SC), disse que resolveu fazer o vídeo devido à falta de conhecimento dos americanos sobre o que ocorreria no Brasil.
"Toda vez que falava que eu era brasileira alguém falava da Copa. Mas ninguém sabia o que estava acontecendo", disse, lembrando que, no geral, essas pessoas relacionavam a competição apenas a festas e alegria.
Por isso, queria ser mais sarcástica no vídeo. "No começo eu gostaria que fosse com mais comédia, também tirando sarro dos americanos [pela falta de conhecimento do que ocorria], mas preferi minimizar para que mais informasse do que agredisse".
No vídeo, a brasileira explica alguns dos pontos críticos da Copa, como gastos bilionários, suspeitas de superfaturamento e desapropriações --como o caso da aldeia Maracanã. Também levanta bandeiras comuns aos brasileiros contrários à competição, como usar os recursos para outras prioridades (educação, saúde, segurança), e reclama do discurso político relacionando a Copa com o legado.
Ao final do vídeo aparece Dilma Rousseff em um discurso sobre o legado da Copa sobreposto com imagens que contradizem o que ela diz. Carla negou que fosse uma crítica direta à presidente.
"A imagem de Dilma, neste caso, é simbólica, já que ela é a presidente", explica. Ela não votou para presidente em 2010 por já estar morando nos Estados Unidos, mas não quis dizer quem escolheria para ocupar o Planalto.
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