sexta-feira, 20 de março de 2015

Hospital Universitário da USP fecha quase metade dos leitos de UTI

JC-Notícias/SBPC
19.03.2015

Devido ao Programa de Incentivo à Demissão Voluntária, 213 funcionários foram demitidos, o que gerou grave crise na instituição

Devido à adoção de um novo teto salarial para os funcionários, cortando de forma retroativa os salários e instituição do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), por iniciativa da reitoria, uma nova crise se instaurou no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). Foram 213 funcionários demitidos, incluindo 18 médicos. Os principais efeitos dessas medidas são:

– Diminuição de 20 para 12 leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI);
– Redução no número de salas eletivas atendidas no Centro Obstétrico e Centro Cirúrgico de 11 para oito;
– Redução total de 360 consultas/mês no Serviço de Ginecologia e redução de cinco ambulatórios da especialidade;
– Fechamento total dos ambulatórios de ortopedia, o que aumenta a demanda de atendimento de urgência do Pronto Atendimento;
– Menos 40 consultas mensais de cirurgia geral, entre casos novos e retornos;
– Suspensão de 40 atendimentos ambulatoriais de coloproctologia;
– Cancelamento de 15 cirurgias semanais;
– Redução do número de partos em 20%, por causa da redução de leitos no berçário.

De acordo o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e do HU-USP, Gerson Salvador, esses déficits nos atendimentos irão prejudicar de forma drástica a população da região oeste de São Paulo, que é atendida pelo Hospital. “Devido à alegada crise financeira da Universidade, a reitoria tentou desvincular o HU da USP e, não obtendo sucesso, tem permitido o desmantelamento do serviço com prejuízo para a população atendida e para os profissionais que se mantiveram no emprego”.

O Simesp apoia a luta dos médicos e funcionários e estará presente nas lutas pela manutenção dos atendimentos.

Entenda o caso

Nos últimos meses, o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) passa por crise sem precedentes. Após uma tentativa de desvinculação da Universidade, desde 2014 foi adotado um novo teto salarial para os funcionários, cortando de forma retroativa e sem aviso prévio os salários. Mesmo com esse corte, nos últimos quatro meses, o Corpo Clínico do hospital manteve suas atividades normais. Desde fevereiro deste ano ocorreu a saída de funcionários por meio do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), por iniciativa da reitoria, o que acarretou na demissão de 213 funcionários, incluindo 18 médicos. Todos deverão se desvincular da instituição até abril.
O Pronto Atendimento do HU realiza, em média, 240 mil consultas com pacientes ao ano. São cerca de 2.500 estudantes/ano que passam no HU e que têm uma formação considerada excelente. Entre eles estão alunos de medicina, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, odontologia, psicologia e saúde pública.

(Divulgação)