sábado, 29 de agosto de 2015

Grécia: Caos e condições miseráveis para um número recorde de refugiados em Lesbos

Amnistia Internacional
24.08.2015

Problemas de coordenação e a grave falta de instalações e de pessoal estão a criar condições terríveis para as centenas de refugiados e migrantes que todos os dias chegam à ilha grega de Lesbos, que é neste momento a que regista um maior número de chegadas, alerta a Amnistia Internacional esta segunda-feira, 24 de agosto, quando a equipa de investigação regressa de uma missão à ilha.

Sobrecarregadas e com falta de recursos, as autoridades não estão a conseguir responder ao aumento dramático do número de pessoas que chegam à ilha – 33.000 desde 1 de agosto –, tendo de recorrer a voluntários locais, ativistas de organizações não governamentais, ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR, UNHCR na sigla em inglês) e a turistas. A grande maioria foge ao conflito no Afeganistão, no Iraque e na Síria (90% dos que chegaram à Grécia este ano de 2015, de acordo com o UNHCR).

“A penosa odisseia dos que fogem aos conflitos não termina na Grécia. Forçados a caminhar longas distâncias sob calor escaldante e a permanecerem em campos sem condições ou a ficarem ao relento, os refugiados e os requerentes de asilo vêm-se obrigados a continuar viagem, o que contribui para o drama a que assistimos na fronteira com a Macedónia nos últimos dias”, lamenta a vice-diretora da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central, Gauri van Gulik.

“Esta não é apenas uma tragédia grega, mas uma crise de toda a Europa. Está a acontecer diante dos olhos de líderes europeus míopes que optam por priorizar a segurança das fronteiras em detrimento da ajuda aos sobreviventes dos conflitos”, continua. “O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. O que as fronteiras europeias precisam não é de cercas, mas de pontos para a entrada seguros para os refugiados e de infraestruturas que os recebam com dignidade”.

Continua.