sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência escreve carta à presidente Dilma, ao MEC e ao MCTI em defesa da política de popularização da ciência
JC-Notícias/SBPC
08.10.2015
Manifesto da ABCMC alerta sobre impactos negativos da proposta de transferir políticas de educação e popularização da ciência para o Sistema S – o grupo das entidades de qualificação dos profissionais da indústria e do comércio
Carta aberta à Presidente da República e aos Ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, em defesa da permanência da política de popularização da ciência no âmbito do MEC e do MCTI:
A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) vem manifestar sua preocupação quanto às informações divulgadas sobre articulações em andamento entre o governo federal e o Sistema S no sentido de que diversas atribuições educacionais do MEC e do MCTI, como as ações de popularização da ciência e da tecnologia, apoio a feiras de ciências e museus, Institutos Federais, inclusão digital e tecnologias sociais sejam assumidas por esse Sistema, como forma de garantir a não redução dos seus recursos, sugerida pelo Ministério da Fazenda.
Como se trata de uma proposta ainda em discussão no centro de decisão do governo, consideramos que ainda é tempo de refletir melhor sobre os possíveis impactos negativos dessas mudanças.
O que está em jogo é a transferência de responsabilidade de parte importante das políticas de educação e popularização da ciência dos setores em que elas foram geradas e conduzidas com grande êxito até o momento para o Sistema S, fatiando e enfraquecendo áreas arduamente construídas a partir de 2003, como a Secretaria de Inclusão Social e o Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia.
As consequências dessas mudanças poderão ser a subestimação da popularização da ciência no novo contexto e a descontinuidade das políticas públicas de Estado que vinham se desenvolvendo e ganhando força no MEC e no MCTI no sentido do fortalecimento da área de popularização da ciência em todos os níveis. Entendemos que os riscos de efeitos negativos dessa ruptura, numa trajetória que vem dando respostas efetivas nesse campo, não podem ser desconsiderados. Acreditamos que o distanciamento de parcelas importantes da popularização da ciência das áreas de pesquisas e atividades de extensão às quais estão intimamente ligadas, hoje mediadas pelos órgãos do MEC e do MCTI, poderá proporcionar perdas irreparáveis para o processo de desenvolvimento desse campo no Brasil. Tememos mesmo que esse significativo esvaziamento promova a gradativa extinção do que restar da estrutura de formulação e fomento no âmbito do MEC e MCTI, áreas que atuando de forma harmônica mudaram a qualidade das políticas públicas dirigidas ao ensino de ciências e à popularização da ciência no Brasil.
Assim, a ABCMC se posiciona veementemente contra esse verdadeiro desmantelamento dessas áreas já consolidadas e defende a integralidade dos órgãos e políticas ora ameaçados.
Atenciosamente,
José Ribamar Ferreira
Presidente ABCMC
Baixe a carta em PDF AQUI
08.10.2015
Manifesto da ABCMC alerta sobre impactos negativos da proposta de transferir políticas de educação e popularização da ciência para o Sistema S – o grupo das entidades de qualificação dos profissionais da indústria e do comércio
Carta aberta à Presidente da República e aos Ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, em defesa da permanência da política de popularização da ciência no âmbito do MEC e do MCTI:
A Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) vem manifestar sua preocupação quanto às informações divulgadas sobre articulações em andamento entre o governo federal e o Sistema S no sentido de que diversas atribuições educacionais do MEC e do MCTI, como as ações de popularização da ciência e da tecnologia, apoio a feiras de ciências e museus, Institutos Federais, inclusão digital e tecnologias sociais sejam assumidas por esse Sistema, como forma de garantir a não redução dos seus recursos, sugerida pelo Ministério da Fazenda.
Como se trata de uma proposta ainda em discussão no centro de decisão do governo, consideramos que ainda é tempo de refletir melhor sobre os possíveis impactos negativos dessas mudanças.
O que está em jogo é a transferência de responsabilidade de parte importante das políticas de educação e popularização da ciência dos setores em que elas foram geradas e conduzidas com grande êxito até o momento para o Sistema S, fatiando e enfraquecendo áreas arduamente construídas a partir de 2003, como a Secretaria de Inclusão Social e o Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia.
As consequências dessas mudanças poderão ser a subestimação da popularização da ciência no novo contexto e a descontinuidade das políticas públicas de Estado que vinham se desenvolvendo e ganhando força no MEC e no MCTI no sentido do fortalecimento da área de popularização da ciência em todos os níveis. Entendemos que os riscos de efeitos negativos dessa ruptura, numa trajetória que vem dando respostas efetivas nesse campo, não podem ser desconsiderados. Acreditamos que o distanciamento de parcelas importantes da popularização da ciência das áreas de pesquisas e atividades de extensão às quais estão intimamente ligadas, hoje mediadas pelos órgãos do MEC e do MCTI, poderá proporcionar perdas irreparáveis para o processo de desenvolvimento desse campo no Brasil. Tememos mesmo que esse significativo esvaziamento promova a gradativa extinção do que restar da estrutura de formulação e fomento no âmbito do MEC e MCTI, áreas que atuando de forma harmônica mudaram a qualidade das políticas públicas dirigidas ao ensino de ciências e à popularização da ciência no Brasil.
Assim, a ABCMC se posiciona veementemente contra esse verdadeiro desmantelamento dessas áreas já consolidadas e defende a integralidade dos órgãos e políticas ora ameaçados.
Atenciosamente,
José Ribamar Ferreira
Presidente ABCMC
Baixe a carta em PDF AQUI