quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Consumicídio: Acoplamento e Ter Humano,
artigo de José Eustáquio Diniz Alves

EcoDebate
José Eustáquio Diniz Alves
30.09.2015


“A marca da cultura de consumo é a redução do ser para ter”
(John Piper)
 
Quando começou a comprar almas, o diabo inventou
 a sociedade de consumo” 
 (Millôr Fernandes)

 
 
 
[EcoDebate] O consumo se transformou no ideal máximo da felicidade das pessoas. O “Ser humano” se transformou em “Ter humano” (Tavares, 2010). Coincidentemente, o ideal de felicidade dos produtores é atender a demanda dos consumidores e obter muito lucro neste processo. O capitalismo juntou a fome com a vontade de comer. O mundo está dominado pelo consumismo. Ter é mais importante do que Ser, como mostra Fred Tavares (2010):

Segundo a filosofia, o ser pode ser compreendido de várias maneiras: substância, existência, essência, ser-em-si, ser-no-mundo, ser de razão. Num sentido que aparece na filosofia grega, o ser se opõe ao devir (…) Sorvendo-se dos olhares de Deleuze e Guattari, busca-se refletir o ser humano e as suas transformações psicossociais e culturais, através de uma nova representação: a do ‘ter humano’. Não como uma concepção metafísica da natureza humana, mas, sobretudo, sob uma perspectiva do devir, ou seja, na fluidez e mutabilidade do indivíduo como estratégia de uma virtualidade identitária. O consumidor contemporâneo pode ser classificado como “ter humano”. Pois, o desejo de consumir torna-o uma subjetividade em dobra, inacabada. Incessantemente, transformando-o em uma identidade líquida, fluida e virtual. Na cultura do consumo, o indivíduo passa a ser valorizado e reconhecido mais por ter do que ser, ou pelo menos, do parecer ter”.

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