sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Deputados pedem mais verbas para a saúde e cobram atenção na luta contra a microcefalia
JC-Notícias/SBPC
17.12.2015
“Estamos tratando da mais terrível epidemia que vai assolar o País por muitos anos. Causa danos cerebrais irreversíveis. Crianças vão precisar do apoio da família e do setor público por toda da vida. Elas não vão falar nem andar”, alertou o deputado Osmar Terra, que é médico
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) chamou a atenção, durante comissão geral realizada nesta quarta-feira (16) na Câmara dos Deputados, para a gravidade dos efeitos do Zika vírus em gestantes, podendo causar a microcefalia – doença que se caracteriza pelo desenvolvimento insuficiente do crânio e do cérebro de bebês.
“Estamos tratando da mais terrível epidemia que vai assolar o País por muitos anos. Causa danos cerebrais irreversíveis. Crianças vão precisar do apoio da família e do setor público por toda da vida. Elas não vão falar nem andar”, alertou Terra, que é médico.
“Se continuar a progressão atual da doença, em janeiro teremos mais de 8 mil crianças com microcefalia em 4 meses. No ano que vem, mais de 100 mil crianças vão nascer com microcefalia no Brasil”, lastimou o deputado.
O vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, lamentou a tragédia e disse que, como primeiro estado a detectar a correlação do Zika vírus com a doença, Pernambuco cumpriu o papel de ser rigoroso com a notificação dos casos e de chamar a atenção do País e do mundo para o problema.
Combate ao mosquito
Para Osmar Terra, o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, é decisivo enquanto não existe vacina para as doenças transmitidas pelo mosquito, como a dengue e as febres chikungunya e amarela.
“Estamos há cinco anos para fazer a vacina da dengue. Isso é incompetência”, criticou o parlamentar. “Ou acabamos com o mosquito ou vamos ter uma geração inteira de crianças sem conseguir sair de casa. Tem de ter um orçamento só para microcefalia”, acrescentou Terra.
O deputado Odorico Monteiro (PT-CE) também comentou que a prioridade deve ser entender a complexidade do enfrentamento ao Aedes aegypti. “É um mosquito que necessita do sangue para sua reprodução. E, se ele colocar um ovo contaminado, já vai nascer um mosquito contaminado”, ressaltou.
Monteiro reconheceu as ações do Ministério da Saúde, mas defendeu uma atuação conjunta de União, estados e municípios e de toda a sociedade. “Porque quem vai resolver o problema da água parada – que permite a reprodução do Aedes – são as próprias famílias”, lembrou.
Tratamentos futuros
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) destacou, por sua vez, que é importante aproveitar o momento para rever a politicas relacionadas aos serviços de reabilitação, de cuidados e de órteses e próteses no Brasil. “No caso da microcefalia, não é apenas um dano físico, temos um dano cerebral irreversível. As crianças vão precisar de toda uma gama de cuidados”, apontou.
A deputada Carmem Zanotto (PPS-SC) também salientou a necessidade de investimentos pesados para oferecer cuidados e estímulos precoces a meninos e meninas com microcefalia. “Vamos precisar de centros de acolhimento e tratamento especializados para essas crianças”, observou.
Zanotto comentou ainda o contingenciamento de R$ 13,4 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde. “Quero fazer um apelo à equipe econômica. Hospitais filantrópicos, estados e municípios necessitam receber. Pelo amor de Deus, liberem pelo menos R$ 6 bilhões, porque estamos diante de uma emergência sanitária”, disse a parlamentar.
Agência Câmara
17.12.2015
“Estamos tratando da mais terrível epidemia que vai assolar o País por muitos anos. Causa danos cerebrais irreversíveis. Crianças vão precisar do apoio da família e do setor público por toda da vida. Elas não vão falar nem andar”, alertou o deputado Osmar Terra, que é médico
O deputado Osmar Terra (PMDB-RS) chamou a atenção, durante comissão geral realizada nesta quarta-feira (16) na Câmara dos Deputados, para a gravidade dos efeitos do Zika vírus em gestantes, podendo causar a microcefalia – doença que se caracteriza pelo desenvolvimento insuficiente do crânio e do cérebro de bebês.
“Estamos tratando da mais terrível epidemia que vai assolar o País por muitos anos. Causa danos cerebrais irreversíveis. Crianças vão precisar do apoio da família e do setor público por toda da vida. Elas não vão falar nem andar”, alertou Terra, que é médico.
“Se continuar a progressão atual da doença, em janeiro teremos mais de 8 mil crianças com microcefalia em 4 meses. No ano que vem, mais de 100 mil crianças vão nascer com microcefalia no Brasil”, lastimou o deputado.
O vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, lamentou a tragédia e disse que, como primeiro estado a detectar a correlação do Zika vírus com a doença, Pernambuco cumpriu o papel de ser rigoroso com a notificação dos casos e de chamar a atenção do País e do mundo para o problema.
Combate ao mosquito
Para Osmar Terra, o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, é decisivo enquanto não existe vacina para as doenças transmitidas pelo mosquito, como a dengue e as febres chikungunya e amarela.
“Estamos há cinco anos para fazer a vacina da dengue. Isso é incompetência”, criticou o parlamentar. “Ou acabamos com o mosquito ou vamos ter uma geração inteira de crianças sem conseguir sair de casa. Tem de ter um orçamento só para microcefalia”, acrescentou Terra.
O deputado Odorico Monteiro (PT-CE) também comentou que a prioridade deve ser entender a complexidade do enfrentamento ao Aedes aegypti. “É um mosquito que necessita do sangue para sua reprodução. E, se ele colocar um ovo contaminado, já vai nascer um mosquito contaminado”, ressaltou.
Monteiro reconheceu as ações do Ministério da Saúde, mas defendeu uma atuação conjunta de União, estados e municípios e de toda a sociedade. “Porque quem vai resolver o problema da água parada – que permite a reprodução do Aedes – são as próprias famílias”, lembrou.
Tratamentos futuros
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) destacou, por sua vez, que é importante aproveitar o momento para rever a politicas relacionadas aos serviços de reabilitação, de cuidados e de órteses e próteses no Brasil. “No caso da microcefalia, não é apenas um dano físico, temos um dano cerebral irreversível. As crianças vão precisar de toda uma gama de cuidados”, apontou.
A deputada Carmem Zanotto (PPS-SC) também salientou a necessidade de investimentos pesados para oferecer cuidados e estímulos precoces a meninos e meninas com microcefalia. “Vamos precisar de centros de acolhimento e tratamento especializados para essas crianças”, observou.
Zanotto comentou ainda o contingenciamento de R$ 13,4 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde. “Quero fazer um apelo à equipe econômica. Hospitais filantrópicos, estados e municípios necessitam receber. Pelo amor de Deus, liberem pelo menos R$ 6 bilhões, porque estamos diante de uma emergência sanitária”, disse a parlamentar.
Agência Câmara