quinta-feira, 17 de março de 2016

Estudo sobre mortes por doenças tropicais mostra o impacto da doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose e hanseníase no Brasil nos últimos 12 anos

JC-Notícias/SBPC
16.03.2016

Pesquisador alerta também que a rede de atenção à saúde do País não deve menosprezar os óbitos relacionados à hanseníase

Uma pesquisa sobre as mortes por doenças tropicais negligenciadas no País, entre os anos 2000 e 2011, revelou que 76.847 pessoas vieram a óbito devido a males como a doença de Chagas (que vitimou 58.928 brasileiros), esquistossomose (6.319 mortes) e leishmanioses (3.466 mortes). O impacto destas três doenças no Brasil nos últimos 12 anos é reforçado quando se verifica que o número de mortes por dengue foi inferior. Um dado adicional que também chamou atenção refere-se à hanseníase, que registrou quase 3 mil mortes no período, um número inferior, mas bastante próximo ao verificado para dengue (diferença de 220 óbitos). Isso porque a hanseníase geralmente é vista como uma doença com padrões clínico-epidemiológicos de baixa letalidade.

De acordo com um dos autores do trabalho, o doutor Alberto Novaes Ramos Jr., os registros alertam que a rede de atenção à saúde do País não devem menosprezar as mortes relacionadas por estas doenças, incluindo a hanseníase. “Precisamos cuidar ainda mais, cada vez melhor, das pessoas que desenvolvem a doença, enfrentando aspectos não apenas físicos, mas também aqueles relacionados ao estigma e ao preconceito”, disse.

O artigo foi publicado no mês de fevereiro no Bulletin of the World Health Organization.

Veja a entrevista exclusiva do doutor Alberto à Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) sobre o tema.