terça-feira, 15 de março de 2016
O Brasil tinha mares repletos de invertebrados no período devoniano
Agência FAPESP
Peter Moon
15.03.2016
Quando se pensa em paleontologia, a primeira imagem que quase sempre vem à cabeça é a de um dinossauro. Há quem recorde os mamutes ou tigres-dentes-de-sabre. Mas quem é que vai lembrar de moluscos e invertebrados? “Pouco se fala dos invertebrados no Brasil, diz Jeanninny Carla Comniskey, doutoranda em paleontologia. Os paleontólogos, segundo ela, “sofrem” com a falta de interesse sobre invertebrados e com o pequeno número de profissionais na área. Ela está se especializando num grupo de animais denominados tentaculitóideos, que viveram no período devoniano, há 400 milhões de anos, nos mares gelados que então cobriam partes do território brasileiro.
À época, o Brasil encontrava-se próximo ao Polo Sul. “Os trabalhos publicados no hemisfério Norte nem citam a existência de tentaculitoideos no Brasil e na América do Sul”, queixa-se Comniskey. Seus autores professam a teoria tradicional. “Acham que não poderia haver tentaculitóideos por aqui, pois as águas eram frias e não seria possível haver uma grande diversidade de gêneros e espécies. Possuímos poucos gêneros se comparado ao hemisfério Norte, é verdade, porém eles aparecem em grandes quantidades e em diversos afloramentos.” Os tentaculitoideos, segundo ela, não só existiam por aqui como também eram numerosos. Há registros na Argentina, Bolívia, Brasil, Peru e Uruguai. No Brasil, os registros da bacia sedimentar do Paraná são os mais abundantes e conhecidos.
Continua.
Peter Moon
15.03.2016
Quando se pensa em paleontologia, a primeira imagem que quase sempre vem à cabeça é a de um dinossauro. Há quem recorde os mamutes ou tigres-dentes-de-sabre. Mas quem é que vai lembrar de moluscos e invertebrados? “Pouco se fala dos invertebrados no Brasil, diz Jeanninny Carla Comniskey, doutoranda em paleontologia. Os paleontólogos, segundo ela, “sofrem” com a falta de interesse sobre invertebrados e com o pequeno número de profissionais na área. Ela está se especializando num grupo de animais denominados tentaculitóideos, que viveram no período devoniano, há 400 milhões de anos, nos mares gelados que então cobriam partes do território brasileiro.
À época, o Brasil encontrava-se próximo ao Polo Sul. “Os trabalhos publicados no hemisfério Norte nem citam a existência de tentaculitoideos no Brasil e na América do Sul”, queixa-se Comniskey. Seus autores professam a teoria tradicional. “Acham que não poderia haver tentaculitóideos por aqui, pois as águas eram frias e não seria possível haver uma grande diversidade de gêneros e espécies. Possuímos poucos gêneros se comparado ao hemisfério Norte, é verdade, porém eles aparecem em grandes quantidades e em diversos afloramentos.” Os tentaculitoideos, segundo ela, não só existiam por aqui como também eram numerosos. Há registros na Argentina, Bolívia, Brasil, Peru e Uruguai. No Brasil, os registros da bacia sedimentar do Paraná são os mais abundantes e conhecidos.
Continua.