terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Produção de fumo e o desafio de alimentar uma população crescente. Entrevista especial com Paula Johns

Via UNISINOS
14.12.2012

“A produção de cigarros em nível global aumentou 12% entre 2000 e 2010”, informa a socióloga.

“Não é o agricultor familiar que está ameaçado pela redução do consumo de tabaco ; é a indústria do tabaco que vislumbra uma possível redução no seu negócio e utiliza os agricultores como escudo para defender seus próprios interesses”. A declaração é de Paula Johns, socióloga da Aliança de Controle do Tabagismo - ACT , que acompanha a discussão acerca das implicações do tabaco no país. Segundo ela, apenas no Brasil a produção de fumo dobrou nas duas últimas décadas. “A indústria encontrou no Brasil um terreno fértil para o aumento da produção através de uma cadeia produtiva organizada, mas que não deixa alternativas para os agricultores em função da ausência de políticas públicas que estruturem outras cadeias produtivas”, lamenta em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

Segundo ela, as políticas nacionais de controle ao tabagismo “não estão diretamente relacionadas à demanda nacional por folha de fumo”, porque 85% da produção brasileira é exportada. Paula Johns também comenta a participação de parlamentares e representantes da indústria do tabaco na COP-5 , que se aproveitaram da ocasião para “fazer palanque político. Levaram a assessoria de comunicação para enviar informações falaciosas para o Brasil, que davam a entender que eles foram para lá para ‘salvar’ os agricultores que produzem fumo”. E conclui: “Se essas pessoas se preocupassem de fato com os agricultores, não perderiam tempo brigando contra políticas públicas de saúde. Afinal, são políticas que beneficiam a todos nós”.

Paula Johns é socióloga e mestre em Estudos do Desenvolvimento Internacional pela Universidade de Roskilde, Dinamarca. Em 2006, criou a Aliança de Controle do Tabagismo – ACT em prol da promoção e implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco no Brasil – CQCT.

Confira a entrevista


Comentário básico:
Muita gente anda me perguntando
se continuo sem fumar. Continuo!
Para quem ainda não leu, leia:
Com cigarro na mão, claro!
Adelidia Chiarelli