quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Ainda longe de um Brasil sem Aids
JC-Notícias/SBPC
02.12.2015
Professor Mario Scheffer assina artigo, juntamente com Caio Rosenthal, sobre um Brasil sem Aids. O artigo foi publicado nesta terça-feira, Dia Mundial de Luta contra o HIV, no jornal Folha de São Paulo. ‘Pintar de cor-de-rosa a Aids, como fazem as autoridades, é uma farsa evidente. É preciso dizer que a epidemia não será vencida apenas com testes, pílulas e preservativos’
O ministro da saúde recém-demitido, Arthur Chioro, previu o colapso do SUS (Sistema Único de Saúde) em 2016. O atual, Marcelo Castro, disse que o que hoje está ruim vai piorar. O SUS vive sua pior crise desde que Congresso Nacional e governo aprovaram, no começo deste ano, emenda constitucional que reduziu o financiamento federal da saúde.
Depois vieram a diminuição de repasses a Estados e municípios e a recessão que minou as fontes de financiamento da saúde dependentes de tributos ligados à atividade econômica. A ruína do SUS é agravada pelas desonerações e pela regulação frouxa, que beneficiam planos de saúde e hospitais privados – vide a abertura irrestrita do setor ao capital estrangeiro.
A essas medidas que inviabilizam o sistema universal constitucional soma-se a ameaça de uma agenda ultraconservadora, que coloca em risco até mesmo políticas outrora exemplares. É o caso do combate à Aids, que mudou para pior. Relegada a especialistas, fora da mídia e da visibilidade pública, a Aids não é mais a causa excepcional que fez emergir a ousadia do ativismo, a inovação na prevenção, a coragem dos programas governamentais, o engajamento de profissionais e de redes associativas solidárias.
Continua.
02.12.2015
Professor Mario Scheffer assina artigo, juntamente com Caio Rosenthal, sobre um Brasil sem Aids. O artigo foi publicado nesta terça-feira, Dia Mundial de Luta contra o HIV, no jornal Folha de São Paulo. ‘Pintar de cor-de-rosa a Aids, como fazem as autoridades, é uma farsa evidente. É preciso dizer que a epidemia não será vencida apenas com testes, pílulas e preservativos’
O ministro da saúde recém-demitido, Arthur Chioro, previu o colapso do SUS (Sistema Único de Saúde) em 2016. O atual, Marcelo Castro, disse que o que hoje está ruim vai piorar. O SUS vive sua pior crise desde que Congresso Nacional e governo aprovaram, no começo deste ano, emenda constitucional que reduziu o financiamento federal da saúde.
Depois vieram a diminuição de repasses a Estados e municípios e a recessão que minou as fontes de financiamento da saúde dependentes de tributos ligados à atividade econômica. A ruína do SUS é agravada pelas desonerações e pela regulação frouxa, que beneficiam planos de saúde e hospitais privados – vide a abertura irrestrita do setor ao capital estrangeiro.
A essas medidas que inviabilizam o sistema universal constitucional soma-se a ameaça de uma agenda ultraconservadora, que coloca em risco até mesmo políticas outrora exemplares. É o caso do combate à Aids, que mudou para pior. Relegada a especialistas, fora da mídia e da visibilidade pública, a Aids não é mais a causa excepcional que fez emergir a ousadia do ativismo, a inovação na prevenção, a coragem dos programas governamentais, o engajamento de profissionais e de redes associativas solidárias.
Continua.