quarta-feira, 29 de junho de 2011

A politização do consumo

Via blog do Noblat
Por Joaquim Falcão
28.06.2011

A ideia é aparentemente simples. Está se disseminando, como protesto democratizante, rapidamente por quase toda a Europa. É prima irmã dos protestos pela democracia nos estados árabes. Se como eleitor, o cidadão europeu não consegue mudar a política econômica, talvez como consumidor possa. Na Espanha, por exemplo, esta nova politização do consumo começa a ser testada. Ainda sem muito êxito.

Imaginem se num determinado dia milhões de pessoas resolvessem todos sacar de sua conta bancaria 100 reais. O sistema bancário começaria a ficar preocupado. Se milhões de consumidores resolvessem de tempos em tempos passar três dias sem usar cartão de crédito.

A semente na nova politização é justamente esta: imaginar novas formas de ação política além do voto. Não mais o eleitor, mas o consumidor.

O terreno fértil para esta politização não é a crise do sistema de aposentadoria, tornando-a mais difícil e com menores pensões. É, sobretudo, o alarmante desemprego do jovem.

Na Inglaterra o desemprego juvenil é de 20,5%. Na França, de 22,8%. Subindo para 27,8% em Portugal, 29,8% na Itália, chegando aos 37,3% na Grécia. Sem falar na Espanha também na casa de mais de 20%.

Se o jovem é o futuro, os jovens europeus não estão conseguindo construir nem os seus nem o de seus países. Continua