sábado, 8 de dezembro de 2012
Agrotóxicos: ‘Flexibilizar a lei gaúcha seria um retrocesso’. Entrevista com Jaime Weber
Via EcoDebate
07.12.2012
“É estranho que o Brasil, na tentativa de resolver o problema da fome, use uma série de tecnologias no sentido de aumentar a produtividade. Algumas dessas tecnologias vieram com a promessa de diminuir o volume de agrotóxicos utilizados na agricultura. Mas o fato é que desde 2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo”, constata o engenheiro agrônomo.
Há trinta anos o Rio Grande do Sul aprovou a Lei n. 7.747, que proíbe o uso de agrotóxicos proibidos nos países de origem. No entanto, uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na última segunda-feira, 3-12-2012, propôs flexibilizar a legislação e autorizar o uso desses produtos no estado. Na avaliação do engenheiro agrônomo da Emater, a reivindicação feita pelos produtores rurais e empresas do setor de agronegócio são simplistas. “Pesquisadores do mundo todo estão falando em sustentabilidade, têm um discurso ambiental, e por isso não podemos ir na contramão dessa discussão. Flexibilizar a lei seria um retrocesso”, disse à IHU On-Line em entrevista concedida por telefone.
Segundo ele, o “Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar entre os estados que mais consomem agrotóxicos”, e, apesar de muitos agricultores terem interesse em um modelo agrícola que dispense o uso de herbicidas, faltam investimentos em modelos alternativos. Na contramão de uma mudança significativa no controle do uso de agrotóxicos, Weber destaca que “está sendo montado no país um sistema de rastreabilidade da produção orgânica, mas não existe uma rastreabilidade da produção química. Quer dizer, produtos com veneno não são controlados, mas, enquanto isso, o Ministério da Agricultura está montando um aparato para fiscalizar a produção orgânica”.
Jaime Weber é Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal de Pelotas e pós-graduado em Agricultura, Desenvolvimento e Sociedade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Possui especialização em Manejos Ambientais, realizada na Alemanha. É engenheiro agrônomo da Embrapa.
Confira a entrevista!
07.12.2012
“É estranho que o Brasil, na tentativa de resolver o problema da fome, use uma série de tecnologias no sentido de aumentar a produtividade. Algumas dessas tecnologias vieram com a promessa de diminuir o volume de agrotóxicos utilizados na agricultura. Mas o fato é que desde 2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo”, constata o engenheiro agrônomo.
Há trinta anos o Rio Grande do Sul aprovou a Lei n. 7.747, que proíbe o uso de agrotóxicos proibidos nos países de origem. No entanto, uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na última segunda-feira, 3-12-2012, propôs flexibilizar a legislação e autorizar o uso desses produtos no estado. Na avaliação do engenheiro agrônomo da Emater, a reivindicação feita pelos produtores rurais e empresas do setor de agronegócio são simplistas. “Pesquisadores do mundo todo estão falando em sustentabilidade, têm um discurso ambiental, e por isso não podemos ir na contramão dessa discussão. Flexibilizar a lei seria um retrocesso”, disse à IHU On-Line em entrevista concedida por telefone.
Segundo ele, o “Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar entre os estados que mais consomem agrotóxicos”, e, apesar de muitos agricultores terem interesse em um modelo agrícola que dispense o uso de herbicidas, faltam investimentos em modelos alternativos. Na contramão de uma mudança significativa no controle do uso de agrotóxicos, Weber destaca que “está sendo montado no país um sistema de rastreabilidade da produção orgânica, mas não existe uma rastreabilidade da produção química. Quer dizer, produtos com veneno não são controlados, mas, enquanto isso, o Ministério da Agricultura está montando um aparato para fiscalizar a produção orgânica”.
Jaime Weber é Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal de Pelotas e pós-graduado em Agricultura, Desenvolvimento e Sociedade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Possui especialização em Manejos Ambientais, realizada na Alemanha. É engenheiro agrônomo da Embrapa.
Confira a entrevista!