sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pacientes de países pobres sofrem por falta de acesso à morfina

Via G1
14.12.2012

Eficiente e barata, substância poderia aliviar sofrimento de muitos em países em desenvolvimento.

A morfina é uma droga barata, de fácil uso e eficiente no controle da dor. Então, por que milhões de pessoas no mundo morrem sentindo dor, sem acesso ao medicamento?

Em um ala do hospital Mulago, em Kampala, capital de Uganda, na África, um dos leitos é ocupado por uma paciente idosa chamada Joyce.

Em sua agonia, ela torceu os lençóis em torno de si mesma. Seu rosto também está contorcido pela dor. O marido da paciente circula em torno da cama, sem saber o que fazer.

Joyce tem câncer, e a doença se alastrou por todo o seu corpo. Poucos dias atrás, ela estava sendo medicada com morfina. Mas os suprimentos do hospital terminaram.

Segundo uma enfermeira, a paciente sente dor constantemente. "Ela descreve a dor como profunda -- dentro dos ossos", afirmou.

O governo de Uganda produz e distribui sua própria morfina para uso em hospitais, mas por falta de organização, a distribuição da droga é irregular.

Sofrimento desnecessário De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de cinco milhões de pessoas com câncer morrem anualmente em condições de dor intensa, sem ter acesso a morfina.

"O fato de que o que separa essas pessoas do alívio daquela dor é uma droga que custa US$ 2 por semana é simplesmente inadmissível", disse Meg O'Brien, chefe da ONG The Global Access to Pain Relief Initiative -- entidade que luta por um maior acesso à morfina.

O'Brien disse que em países ricos, como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, existe morfina suficiente para tratar 100% das pessoas que sentem dor. Em países de baixa renda, no entanto, esse índice cai para 8%. Continua