segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Fernanda Montenegro fala da dor de ver sua geração morrer e critica idealização da infância

Via Folha de São Paulo
02.12.2012


O monitor mostra uma senhora de cabelos grisalhos disparando ironia para a atendente de um laboratório de análises clínicas: "Essa coisa de melhor idade é pra vender pacote de turismo pra velho". "Corta! Excelente", grita o diretor Jorge Furtado.

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A fala da personagem dona Picucha em "Doce de Mãe", especial de fim de ano da Globo, cabe perfeitamente na boca de sua intérprete. Aos 83 anos, Fernanda Montenegro endossa o texto. "Não me diga que ter de 80 para 90 anos é a melhor idade. É demagogia", diz ela à repórter Eliane Trindade.

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Senhora do seu tempo, a atriz põe na balança os prós e contras dos muitos anos que carrega. "O mais difícil é saber que você está na fase definitivamente conclusiva da vida. É melhor encarar."

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A finitude bate à porta a cada perda, a começar pelo companheiro de 60 anos de vida, Fernando Torres. "A coisa mais dolorosa pela qual tenho passado é ver a minha geração morrer. Nos últimos cinco anos, morreram, além dele, Paulo Autran, Raul Cortez, Gianfrancesco Guarnieri, Renato Consorte, Sérgio Viotti, Sérgio Brito, Ítalo Rossi e Millôr Fernandes."

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