Por Igor Truz - igor.moraes@usp.br
18/dezembro/2012
Para sua tese de doutorado, O idoso vivendo com HIV/AIDS: a sexualidade, as vulnerabilidades e os enfrentamentos na atenção básica, Rúbia entrevistou 11 pessoas que tiveram diagnóstico de HIV positivo após os 60 anos. A pesquisa foi realizada no município de Botucatu, interior de São Paulo, e envolveu também 23 profissionais que participam da Estratégia Saúde da Família, além dos idosos, atendidos no Hospital-dia HIV/Aids. A coleta de dados durou um ano, e foram analisados dados como religião, estado civil, profissão, renda, tempo de diagnóstico do HIV, uso de antirretroviral e comparecimento nas consultas.
Rúbia destaca que entre os entrevistados, a maioria tinha algo em comum: a solicitação para sorologia, ou seja, o pedido de exames para a confirmação da presença do vírus em seus organismos não foi prioridade para os profissionais da equipe da Saúde da Família. Apesar de os idosos já apresentarem sinais e sintomas que sugeriam contaminação pelo HIV, apenas após a realização do tratamento de outras doenças, mais comuns em pessoas com idade avançada, a suspeita do HIV foi considerada um possível diagnóstico.
Para a enfermeira, a grande dificuldade está em compreender que a pessoa idosa também tem vida sexual: “O tema ainda está tão cercado de preconceitos e tabus que, muitas vezes, faz o profissional acreditar que estaria desrespeitando o idoso, no caso de perguntar sobre a sua vida sexual”. CONTINUA!