JC e-mail 4873, de 11 de dezembro de 2013
Capes reprova 60 programas de pós-graduação no Brasil
Resultado da avaliação de 3,3 mil cursos também mostra que 406 deles ficaram com conceitos mais altos (6 e 7), segundo o MEC. USP e UFRJ são as instituições que mais aparecem entre melhores
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou nesta terça-feira que 406 programas de pós-graduação (mestrado e doutorado) no país, ou 12,2% dos 3.337 programas avaliados nos últimos três anos, receberam conceitos máximos 6 e 7, que equivalem a um padrão de qualidade internacional.
Nesse grupo, se destacam a Universidade de São Paulo (USP), com 89 cursos, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Unicamp, com 33 programas cada uma, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 31, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 30. Considerando apenas a nota 7, a USP continua em primeiro lugar, com 44 cursos; seguida da UFRJ, com 16; Unicamp, com 14; UFRGS, com 13; e UFMG, com 12.
A divulgação da avaliação trienal da Capes, que cobre o período de 2010 a 2012, dá conta também de que 60 programas (1,8%) receberam conceitos 1 e 2, equivalentes a reprovação. Esses cursos poderão continuar com seus alunos atuais, mas não poderão receber novos estudantes. A relação de reprovados, porém, só será divulgada daqui a 30 dias.
Na comparação com o triênio anterior (2007 a 2009), houve um ligeiro acréscimo do percentual de cursos com notas 6 e 7, passando de 11,8% para 12,2%. Quanto aos cursos reprovados, com notas 1 e 2 na mesma avaliação, houve queda de 2,2% para 1,8%.
- Estes programas são descredenciados do processo. Não fazem mais parte da Capes. Como cabe recurso, não divulgaremos (o nome dos cursos). É pouco provável que haja alteração, mas temos que aguardar o prazo - disse o ministro Aloizio Mercadante.
Ele destacou que 23% dos cursos elevaram a nota, enquanto 8% pioraram e 69% mantiveram o mesmo resultado.
- O sistema evoluiu em direção à qualidade. Há uma evolução positiva, com apenas 8% de diminuição na avaliação de conceito - afirmou o ministro, lembrando que o número de programas está em expansão.
De acordo com a Capes, o número de mestres e doutores formados nos últimos anos vem crescendo. Em 2010, foram formados 35.965 mestres, contingente que passou para 42.780 em 2012. A quantidade de doutores titulados subiu de 11.210 para 13.879 no mesmo período, enquanto os mestres profissionais (formação voltada para especificamente para o mercado de trabalho) foram de 3.236 para 4.251 em 2012.
A produção de artigos em periódicos, livros e a produção técnica, o que inclui patentes e softwares, aumentou de 442.476 unidades para 560.314, entre 2010 e 2012.
- De 2010 para 2013, tivemos 23% de crescimento na pós-graduação (em número de programas). Quando a gente olha por região, a Sudeste teve um crescimento de 14%. A região Sul, de 25%; a Nordeste, de 33%; a Centro-Oeste, 37%; e a Norte, 40%. Estamos tendo importante desconcentração com relação ao Sudeste - disse Mercadante. - Estamos formando mais mestres e doutores, estamos produzindo mais artigos, bem mais livros, e avançando bastante na produção técnica.
A lista dos programas de pós-graduação com notas 3 a 7 será divulgada hoje na página da Capes na internet (www.capes.gov.br). Os 60 programas com notas 1 e 2 terão prazo de 30 dias para recorrer e só depois da análise dos recursos é que terão o nome divulgado.
Veja os resultados da avaliação trienal da Capes 2013:
- Nota 1
Número de programas: 7 (0,2%)
- Nota 2
Número de programas: 53 (1,6%)
- Nota 3
Número de programas: 1.054 (31,6%)
- Nota 4
Número de programas: 1.219 (36,5%)
- Nota 5
Número de programas: 598 (17,9%)
- Nota 6
Número de programas: 266 (8%)
- Nota 7
Número de programas: 140 (4,2%)
Total: 3.337 programas de pós-graduação
(Demétrio Weber/O Globo)
Outras matérias sobre o assunto:
O Globo
USP lidera ranking de cursos de pós-graduação com nota máxima em avaliação do MEC
O Estado de S.Paulo
68% dos cursos de pós-graduação têm nível de razoável a bom, diz Capes
USP tem melhor mestrado e doutorado do País
Folha de S.Paulo
12,2% das pós estão em nível de excelência
