Por Luciane Evans - 09.06.2010
O mal de Chagas avança na Europa e nos EUA; a China vive o terror da sífilis e 60 anos depois, a dengue aflige o Brasil
Belo Horizonte — Nos últimos meses, a China tem sido obrigada a conviver com um velho fantasma. A volta da temível sífilis, que foi praticamente erradicada há mais de 50 anos, com a descoberta da penicilina, atualmente é a doença sexualmente transmissível mais comum em Xangai. A cada uma hora, nasce um bebê com a doença naquele país. O mal de Chagas, moléstia endêmica de países latino-americanos, avança e atinge a Europa e os Estados Unidos.
A tuberculose não tem mais fronteiras — avança sobretudo em países do chamado Terceiro Mundo — e a dengue, que ficou 60 anos sem fazer vítimas no Brasil, hoje bate recorde de contaminação em território nacional. Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 109,43% no número de casos de dengue em relação ao ano passado, com o registro de 108,4 mil pessoas que contraíram a doença no país. Em 2009, o número de infectados foi de 51.873.
Sucessivos surtos da dengue no Brasil e em outros países mostram o poder devastador da doença a cada ano. “O reaparecimento de uma doença extinta em um país pode atingir todo um continente em poucas semanas. As áreas que mais sofrem são coincidentes com a pobreza e a miséria, isto é, América Latina, África e Sudeste Asiático`, alerta Manoel Otávio da Costa Rocha, professor titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), membro titular da Academia Mineira de Medicina e professor orientador do Programa de Pós-Graduação de Infecção e Medicina Tropical da UFMG. Continua
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