terça-feira, 29 de junho de 2010

O Museu da Casa Brasileira preserva parte da memória de São Paulo e abriga árvores raras

Via Repórte Eco - TV Cultura - 27.06.2010

Muitos prédios foram erguidos e o casarão da década de 40 continua firme e forte na Brigadeiro Faria Lima, avenida da zona sul de São Paulo. Quando ele foi construído, esta região do Rio Pinheiros era ocupada só por chácaras. O casal Renata e Fábio Prado, ex-prefeito da capital , escolheu o estilo neoclássico para a residência. Naquela época, a riqueza vinda da produção de café resultava na construção de palacetes.
Entrevista com Giancarlo Latorraca/diretor técnico do Museu da Casa Brasileira :
"Eu acredito que o grande fator de preservação dela foi o fato da família ter doado o patrimônio para uso público. É um dado importante de observar porque é raro no Brasil. O casal Fábio Prado e Renata não teve filhos".
Desde a década de 70 funciona aqui o Museu da Casa Brasileira. Museus normalmente abrigam pinturas, gravuras, esculturas. Mas aqui estão expostos móveis e objetos utilitários que mostram o modo de viver do brasileiro do século 17 ao 21. É o que eles definem como "artes do cotidiano".
O Museu da Casa Brasileira tem um acervo vivo. O Jardim tombado pelo patrimônio histórico estadual tem seis mil e seiscentos metros quadrados. Muitas das árvores, de espécies variadas, são senhoras de mais de sessenta anos. Os donos do palacete foram pioneiros na transformação do conceito dos jardins residenciais.


Museu da Casa Brasileira

Entrevista com Giancarlo Latorraca -Diretor Técnico do Museu:
" Foi um momento de virada nesse período que a cidade começa a incorporar esse conceito de jardim mais para deleite visual. Não era mais o jardim como quintal da casa, que tinha função utilitária, de dispensa.
P:Com árvores frutíferas?
R:Com árvores frutíferas, espécies comestíveis,a tal da cozinha do fundamental, esse tipo de coisa".
Ainda assim foram plantadas várias Jaboticabeiras, árvore brasileira. A partir do século 17 ela era tão querida das famílias que produziam licores e geléias que era mencionada como bem em testamentos e inventários. Este é um pé jovem da árvore símbolo do país, o Pau-Brasil. A espécie foi super explorada pelos portugueses, porque oferecia um corante natural vermelho que tingia tecidos de luxo. Assim inaugurou a lista de plantas ameçadas de extinção da Mata Atlântica. Hoje a Palmeira Juçara está nesta situação, por conta da exploração excessiva do Palmito. O Cedro, da mesma floresta, já foi uma das madeiras preferidas para a confecção de móveis e peças entalhadas. O Jardim também tem muitas espécies exóticas, de fora do Brasil, como a Tipuana, do norte da Argentina e da Bolívia, que já foi árvore símbolo de São Paulo. Era muito usada para a arborização pública. A Associação Nacional de Paisagismo fez o levantamento botânico do Jardim do Solar, refúgio para pássaros como o Sabiá Laranjeira. As placas de identificação mostram curiosidades sobre as espécies. Entrevista com Giancarlo Latorraca -Diretor Técnico do Museu:
" Tem uma programação musical todos os dias às onze da manhã que é o momento máximo do deleite do Jardim."


Museu da Casa Brasileira
Av. Faria Lima, 2705
São Paulo- Capital
De terça a domingo,das 10h às 18h.
Tels: (55 11) 3032-3727 / 3032-2564 / 3032-2499
Agendamento de visitas monitoradas:
tel:3032-2564
site: www.mcb.sp.gov.br

Autor:
Editora-Chefe: Vera Diegoli. Reportagem: Cláudia Tavares. Edição de Texto: Mariene Pádua. Pauta: Marici Arruda. Imagens:Adilson de Paula.Auxiliar de Câmera: Leandro Freitas. Operador de Áudio: Silvinho Oliveira.