terça-feira, 23 de julho de 2013

Paciente com Alzheimer exige estímulo certo para a linguagem

Via Agência USP de Notícias
Por Lara Deus - lara.deus@usp.br
22.07.2013

Idosos portadores de Alzheimer de leve a moderado têm a capacidade de conversa preservada, se forem dados os estímulos corretos. O pesquisador Renné Panduro Alegria descobriu isto em seu doutorado em Neurociências e Comportamento (NEC) no Instituto de Psicologia (IP) da USP, em parceria com o Programa Terceira Idade (PROTER) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Alegria testou capacidades linguísticas por meio da análise dos itens lexicais mais usados pelos idosos enfermos. Isto porque as pessoas acometidas por esta doença muitas vezes se queixam de falta de vocabulário ao se comunicar.

“Nos testes de comunicação formal eles iam mal, muito mal, mas quando conversavam, respondiam muito melhor. Parece que compreendiam mais as conversas do que os testes formais”, diz o pesquisador, que é mestre em linguística. Inicialmente, sua pesquisa se propôs a avaliar o uso e o entendimento dos verbos e substantivos pelos pacientes com Alzheimer de leve a moderado, mas acabou considerando os adjetivos, advérbios, conjunções, pronomes e preposições, também. Alegria, orientado pelos professores Maria Inês Nogueira, do NEC, e Cássio Machado de Campos Bottino, do IPq, concluiu que “estimulando os pacientes com as palavras que eles têm preservadas, eles conseguem se comunicar” e que este estímulo pode reativar as áreas temporais, parietais e frontais do cérebro, responsáveis pela memória e linguagem. CONTINUA!