segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os órfãos do ebola

Via El País
Por 
17.08.2014

Os órfãos da epidemia

Os menores que perdem seus pais pelo ebola, acolhidos por familiares ou vizinhos, são perseguidos pelo estigma da doença


Hawaiu gosta de dançar. Basta que sua avó Mami Kamara, de 55 anos, comece as primeiras sílabas de uma canção para que a pequena, de apenas três anos, comece a mexer os braços ao ritmo da música. Seu irmão Amadu, de quatro, gosta de correr de um lado para o outro. Também faz o gesto de chutar uma bola, mas em Kula, na localidade serra-leonesa de Kailahun, não existem muitas bolas para que ele possa chutar. Nem bolas, nem bonecas, nem carrinhos. "Às vezes me perguntam onde estão seus pais e digo que foram embora, que não vão mais voltar. Se estão tristes, dou bolachas, não tenho outra coisa", assegura a avó. São os órfãos do ebola, crianças que perderam seus pais e que estão sendo acolhidos por familiares ou vizinhos que se atrevem a romper o estigma que pesa sobre esta doença. Órfãos, mas não totalmente abandonados.

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