A sucessão de escândalos que pipocam na Câmara e no Senado – sobretudo neste – não configuram exceção na cultura do serviço público brasileiro. Antes, são regra. Remontam à formação colonial do país, período em que, entre cidadania e Corte, havia, mais que um oceano físico, um mar de interesses conflitivos.Não é casual que o herói máximo da história do Brasil, Tiradentes, tenha protagonizado um conflito tributário.
Daí a dicotomia entre sociedade e Estado, ainda hoje presente, que resulta numa relação anômala, em que aquela não se vê representada naquele. Ao contrário, o cidadão brasileiro vê o Estado como oponente, e sente-se legitimado em espoliá-lo (pois assim se vê em relação a ele, não importa o governo). Continua












