segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O racismo de Louis Agassiz

Via Ciência Hoje - Por Keila Grinberg - 11.12.2009


Esse naturalista suíço do século 19 é celebrado por seus estudos sobre glaciação. Mas não se deve esquecer que ele julgava os negros inferiores e considerava a miscigenação um fator de degeneração da humanidade, lembra Keila Grinberg.



Uma campanha defende que se mude o nome do monte Agassiz,
nos alpes suíços, batizado em homenagem ao naturalista
que defendeu ideias racistas (foto: Wikimedia Commons).


Quem vislumbra a montanha da foto, imagem típica dos Alpes, nem imagina a polêmica que a cerca. Nomeado em homenagem ao naturalista suíço Louis Agassiz (1807-1873), o monte Agassiz (Agassizhorn, em alemão), talvez tenha seu nome mudado em breve

Ao longo de 2009, a artista plástica Sasha Huber liderou um movimento internacional, hoje denominado Demounting Agassiz (“Desmontando Agassiz”), para mudar o nome do monte. No Brasil, a campanha conta com a adesão da historiadora Maria Helena Machado, professora livre-docente da Universidade de São Paulo (USP) e estudiosa da famosa Expedição Thayer (1865-1866), quando o casal Agassiz esteve no Brasil.

Sobre o assunto, além de vários artigos, ela também publicou o livro Brazil Through the Eyes of William James – Diaries, Letters and Drawings, 1865-1866 (Cambridge: David Rockefeller Center for Latin American Studies/Harvard University Press, 2006), a ser lançado em português pela Edusp no ano que vem.

Com o propósito de denunciar as práticas racistas que até hoje perduram em nossas sociedades, a ideia do movimento é renomear o monte como Rentyhorn, em homenagem a Renty, escravo de uma fazenda da Carolina do Sul (EUA), fotografado a mando de Agassiz na década de 1850. Essa foi a primeira série de fotografias de temática racial assinadas por Agassiz, que pretendia registrar o que o cientista supunha ser a inferioridade racial dos negros. Continua