quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Caatingas, bichos e pessoas pedem socorro!
22.10.2008 - 12:11 - Site Comissão Pastoral da Terra
Na região da Lagoa do Serrote, município de Pilão Arcado (Bahia), a mais de 1000 km de Salvador, mais de 200 famílias, organizadas em Associações de Fundos de Pasto, estão com as vidas ameaçadas pela ação das carvoarias.
Em apenas cinco meses de funcionamento das carvoarias, mais de 10.000 hectares de caatinga já foram devastados. Árvores seculares como Pau D’Arco, Aroeira, Pau de Birro, Barriguda, Violeta, Angico, Cangaeiro, Camaçari, Baraúna, Catuaba, Caatinga de Porco (ou Pau de Rato) e Pau de Casca, dentre outras, estão sendo rapidamente transformadas em carvão e fumaça.
Animais como caititu, tatu, canastra, cutia, tamanduá-bandeira, veados, onça pintada, onça bodeira, onça preta, répteis e aves estão sendo mortos ou expulsos do seu habitat natural.
As comunidades que vivem na região dependem diretamente dessas áreas para tirar o seu sustento. Ali as famílias criam seus animais, como cabras, ovelhas, abelhas, gado e animais de tração. Fazem seus pequenos roçados, retiram a madeira necessária para a construção de moradias. Com a ação das carvoarias, essas famílias encontram-se em total desespero.
Segundo relatos de moradores da localidade, as carvoarias pertencem a proprietários de Minas Gerais e são transportados mais de 500 m³ de carvão por semana, que servem para alimentar os fornos da siderurgia mineira, principalmente para a produção de ferro.
Ainda segundo moradores, a origem do carvão é alterada, porque as notas para o transporte têm como município de referência Buritirama, na Bahia. Inclusive, uma carreta que transportava carvão foi apreendida por transporte ilegal.
Até o momento 219 fornos estão em funcionamento e o plano das carvoarias prevê a exploração de carvão na região por dez anos, e as áreas devastadas devem ser cultivadas com a monocultura de eucalipto ou pasto em áreas não-cercadas, o que pode provocar o desmantelamento total do sistema de manejo das áreas de Fundo de Pasto de toda a região.
Diante de crimes tão bárbaros, onde estão as autoridades municipais, estadual e federal? Prefeitura Municipal, Centro de Recursos Ambientais (atual Instituto do Meio Ambiente – IMA Bahia), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) que já foram informadas e até o momento nenhuma providência foi tomada.
Atenção: as carvoarias já estão ampliando sua atuação para municípios do Estado do Piauí, como Avelino Lopes e Morro Cabeça no Tempo.
As comunidades pedem apoio. O que podemos fazer? Este é um relato parcial, em breve estaremos encaminhando um documento com mais informações e imagens.
Pilão Arcado, Bahia, 22 de outubro de 2008.
Maiores informações: Paulo Victor - Comunicação CPT Juazeiro - (74) 3611 3550 / (74) 9997 4981
Via Comissão Pastoral da Terra
Na região da Lagoa do Serrote, município de Pilão Arcado (Bahia), a mais de 1000 km de Salvador, mais de 200 famílias, organizadas em Associações de Fundos de Pasto, estão com as vidas ameaçadas pela ação das carvoarias.
Em apenas cinco meses de funcionamento das carvoarias, mais de 10.000 hectares de caatinga já foram devastados. Árvores seculares como Pau D’Arco, Aroeira, Pau de Birro, Barriguda, Violeta, Angico, Cangaeiro, Camaçari, Baraúna, Catuaba, Caatinga de Porco (ou Pau de Rato) e Pau de Casca, dentre outras, estão sendo rapidamente transformadas em carvão e fumaça.
Animais como caititu, tatu, canastra, cutia, tamanduá-bandeira, veados, onça pintada, onça bodeira, onça preta, répteis e aves estão sendo mortos ou expulsos do seu habitat natural.
As comunidades que vivem na região dependem diretamente dessas áreas para tirar o seu sustento. Ali as famílias criam seus animais, como cabras, ovelhas, abelhas, gado e animais de tração. Fazem seus pequenos roçados, retiram a madeira necessária para a construção de moradias. Com a ação das carvoarias, essas famílias encontram-se em total desespero.
Segundo relatos de moradores da localidade, as carvoarias pertencem a proprietários de Minas Gerais e são transportados mais de 500 m³ de carvão por semana, que servem para alimentar os fornos da siderurgia mineira, principalmente para a produção de ferro.
Ainda segundo moradores, a origem do carvão é alterada, porque as notas para o transporte têm como município de referência Buritirama, na Bahia. Inclusive, uma carreta que transportava carvão foi apreendida por transporte ilegal.
Até o momento 219 fornos estão em funcionamento e o plano das carvoarias prevê a exploração de carvão na região por dez anos, e as áreas devastadas devem ser cultivadas com a monocultura de eucalipto ou pasto em áreas não-cercadas, o que pode provocar o desmantelamento total do sistema de manejo das áreas de Fundo de Pasto de toda a região.
Diante de crimes tão bárbaros, onde estão as autoridades municipais, estadual e federal? Prefeitura Municipal, Centro de Recursos Ambientais (atual Instituto do Meio Ambiente – IMA Bahia), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) que já foram informadas e até o momento nenhuma providência foi tomada.
Atenção: as carvoarias já estão ampliando sua atuação para municípios do Estado do Piauí, como Avelino Lopes e Morro Cabeça no Tempo.
As comunidades pedem apoio. O que podemos fazer? Este é um relato parcial, em breve estaremos encaminhando um documento com mais informações e imagens.
Pilão Arcado, Bahia, 22 de outubro de 2008.
Maiores informações: Paulo Victor - Comunicação CPT Juazeiro - (74) 3611 3550 / (74) 9997 4981
Via Comissão Pastoral da Terra