sábado, 25 de outubro de 2008

Celeiro do mundo, comida importada

23.10.2008 - 08:00 - Site O ECO
Andreia Fanzeres



Agricultores familiares vendem sua pequena
produção na feira livre de Juína/MT
(Foto: Andreia Fanzeres)

Caiu na boca do povo. Se o assunto é oposição à ampliação de áreas protegidas ou rebater críticas ao avanço da agropecuária sobre áreas de floresta, empresários e políticos matogrossenses disparam o que consideram seu melhor argumento: graças à capacidade do estado de produzir alimentos em volume planetário, boa parte do mundo come. É verdade. A terra no Mato Grosso é generosa. Mas não com seus filhos. Não fosse o mundo, em especial o resto do Brasil, eles passariam fome. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Seder), 56% de todos os alimentos consumidos por aqui são “importados” de outros estados. E, dependendo do produto, esse percentual pode ser muito superior.

O presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altair Pierozan Magalhães, explica que é muito amplo discutir esse assunto, especialmente num universo de 30 mil itens que são disponibilizados em um dos maiores mercados de Cuiabá, onde trabalha. Mas quando perguntado sobre quais são os principais itens que ele precisa encomendar de outros estados, responde: “Tudo. A não ser óleo de soja, mandioca, açúcar e carne”, de maneira geral. Segundo ele, apesar de haver sempre uma ou outra marca de produto local que concorra com os trazidos de outras regiões, isso é considerado irrelevante. “Nós não temos fábrica de massa, ou qualquer outra, apenas duas empacotadoras de arroz e açúcar. Não produzimos batata, cebola, tomate, nada disso”, revela Magalhães.

Por causa da necessidade de importação de alimentos, o mato-grossense depende de viagens de caminhões que demoram de três a sete dias para que itens básicos cheguem às prateleiras. Em Cuiabá, a maioria vem de estados produtores como São Paulo. No interior, fortemente colonizado por paranaenses, catarinenses e gaúchos, as compras costumam ser feitas no setor atacadista de Curitiba. A matéria continua

Via O ECO