sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Chance de blecaute ter sido provocado por raio é mínima, diz especialista do Inpe



JC e-mail 3888, de 12 de Novembro de 2009.
Chance de blecaute ter sido provocado por raio é mínima, diz especialista do Inpe


Instituto confirma tempestade, mas afirma que descargas seriam insuficientes para derrubar linhas de transmissão e que teriam caído longe das subestações

As chances de um raio ter sido a causa do apagão que atingiu 18 estados na noite do dia 10 de novembro, como alegou o Ministério das Minas e Energias, foram consideradas "mínimas" pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o instituto, houve uma tempestade com raios na região próxima a Itaberá, no sul de São Paulo, onde estão subestações de Itaipu, mas as descargas foram emitidas longe das grandes linhas de transmissão. "As descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a aproximadamente 30 km da subestação e cerca de 10 km distantes de uma das quatro linhas de Furnas de 750 kV e a 2 km de uma das outras linhas de 600 kV, que saem de Itaipu em direção a São Paulo", detalha, em nota, o Inpe.

Além disso, de acordo com especialistas do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), a baixa intensidade da descarga registrada (menor que 20 kA) não seria capaz de produzir um desligamento da linha, mesmo que incidisse diretamente sobre ela. Em geral, apenas descargas com intensidade superiores a 100 kA, atingindo diretamente uma linha, poderiam causar um desligamento de linhas de transmissão operando com tensões tão elevadas como as linhas de Itaipu (duas de 600 kV e duas de 750 kV).

O coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, no entanto alertou para a necessidade de investimentos em pesquisa e tecnologia na área para que o país possa lidar melhor com o impacto das mudanças climáticas no sistema energético nacional.

"O sistema de transmissão brasileiro é exposto às condições atmosféricas e climáticas. Portanto, levando em consideração as mudanças climáticas que estão acontecendo e que devem trazer como consequência mais raios para o Brasil, isso significa que, no futuro, os sistemas vão estar mais vulneráveis às condições climáticas, com aumento de raios, o que traz uma preocupação muito grande. Portanto, é necessário e fundamental que o Brasil invista em pesquisa e tecnologia para que o sistema possa estar preparado para as mudanças climáticas que estão vindo por aí", advertiu.

(Com informações da Agência Brasil e da Assessoria de Comunicação do Inpe)




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