quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Fracasso da COP-15 gera acusações



JC e-mail 3916, de 22 de Dezembro de 2009.
Fracasso da COP-15 gera acusações


Países tentam transferir a outros a culpa pela falta de um acordo climático com metas na reunião de Copenhague

Depois do fracasso da 15ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), que terminou sem metas concretas de redução dos gases-estufa e sem um texto que tivesse a aprovação de todas as nações em plenário, os países participantes iniciaram nesta segunda-feira (21/12) um jogo de empurra em busca de um culpado.

A Grã-Bretanha acusou a China e os governos latinos de esquerda de não avançar nas negociações. Cuba classificou o Reino Unido como o algoz da conferência e disse que o presidente americano Barack Obama agiu de forma "imperial" e "arrogante". Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os Estados Unidos estão "fazendo pouco" e que as discussões não avançaram por causa das metas apresentadas pelos americanos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu que os países "ainda não estão unidos na ação" contra a mudança climática, mas considerou o resultado da COP-15 um "grande progresso".

Ban afirmou também que durante 2010, quando está marcada uma nova reunião no México, os países-membros da ONU terão de trabalhar muito para fazer com que o acordo parcial alcançado na Dinamarca seja ampliado e para que se torne um tratado que permita a cobrança internacional do cumprimento das metas.

A COP-15 terminou sábado com um acordo político costurado entre EUA, China, Índia, Brasil e África do Sul. Ao ser levado para o plenário, o texto foi rejeitado por Tuvalu, Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia. A União Europeia (UE) disse ter se sentido excluída. Hoje, os ministros europeus devem se reunir para estudar como reconduzir as negociações no ano que vem. "Ninguém sabe o que fazer", reconheceu uma fonte diplomática. Continua