(foto: Jason DeRusha - http://www.flickr.com/photos/derusha / CC BY-NC-SA 2.0).
Se você acha que o choro humano não faz parte da linguagem, errou. E, se você pensa que os seres humanos aprendem a sua língua meses após o nascimento, prepare-se para reformular os seus conceitos.
A fala que emitimos e compreendemos é apenas um aspecto da linguagem que nossa espécie desenvolveu de modo inédito na natureza. É só pensar que somos capazes de nos comunicar por escrito (infelizmente, nem todos...), com as mãos e com os músculos da face (os deficientes auditivos que o digam!), e por meio daqueles pontinhos mínimos do alfabeto Braille, que os cegos dominam com tanta maestria.
Mas a fala tem um componente racional e lógico – ao qual nossa civilização costuma dar mais importância – e um componente afetivo e subjetivo, em que às vezes não reparamos. Pense no seguinte par de frases. A primeira: “Hoje é domingo”. A segunda: “Hoje é domingo?”. Graficamente, a única diferença entre elas está no ponto de interrogação da segunda. Mas para o nosso sistema de compreensão linguística, a diferença está na entonação da penúltima sílaba. Se você acentuar bastante essa sílaba, o que era uma afirmativa se torna uma pergunta! Continua