Por Fernando Reinach
12.01.2012
Apesar de terem uma rainha, as abelhas tomam decisões usando um processo democrático, que envolve a formação de opiniões individuais e a construção de um consenso coletivo. Agora foi descoberto um novo mecanismo que atua nesse processo. Um sofisticado processo de inibição é capaz de transformar os proponentes da proposta perdedora em defensores da proposta vencedora. Esse mecanismo permite à colmeia atuar unida após o término da eleição.
O processo de formação de uma nova colmeia é bem conhecido. Uma jovem rainha e um grupo de operárias saem da colmeia original e se agrupam em um local próximo. Sua primeira tarefa é decidir onde vão construir a nova colmeia. É uma decisão importante, uma vez que a escolha de um local ruim pode levar a colmeia incipiente à extinção.
Na primeira etapa, o grupo envia as operárias mais experientes para sondar as redondezas. Cada uma delas escolhe o local que acha melhor e defende a sua escolha. Isso ocorre por meio de uma espécie de dança. Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa curva sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde iniciou seu rebolado.
O comprimento do percurso em que a abelha caminha rebolando indica a distância até o local proposto; o ângulo da curva indica a direção em que as abelhas têm de voar para chegar ao local. E o número de vezes que ela repete a dança indica a avaliação que ela faz do local. Normalmente, diversas abelhas visitam cada local e fazem a propaganda dele para as colegas. Os diversos partidos políticos (cada um defendendo seu local) dançam até convencer a maioria. Quando isso ocorre, termina a eleição e todas as abelhas, mesmo a rainha, partem para o local escolhido e começam a construir a nova colmeia. Continua